Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, agosto 05, 2007

Hoje na Eucaristia ao ouvir a leitura do livro de Qohélet lembrei-me de um trabalho que tinha feito para a cadeira de Hagiógrafos e aqui partilho um pouco do que aprendi e pesquisei:

Qohélet (Eclesiastes)
O livro de Qohélet aproxima-se do livro de Job pois ambos são contestatários, pois são um discurso corrosivo, desmobilizador. Qohélet é alguém que exerce uma função da assembleia. O autor é chamado Qohélet, que a versão grega traduziu por Eclesiastes. O nome tem haver com a raiz hebraica Qahal, substantivo que designa assembleia litúrgica. Qohélet é apresentado também como filho de David, rei em Jerusalém.
Está dividido em três partes:

1,1-11 – Prólogo na 3ª pessoa, é posterior ao corpo do texto;
1, 12-12, 7 – Parte central na 1ª pessoa;
12, 8-14 – Epílogo – discurso sobre Qohélet na 3ª pessoa. Terá sido colocado quase que para reabilitar/canonizar o livro, dado o teor corrosivo do discurso; também é posterior ao corpo do texto.
Introdução
“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” vaidade quer dizer fumo, sopro, vento…
No Antigo Testamento aparece 70 vezes Evel (vaidade), das quais 37 é no livro de Qohélet. Não há nada de novo, há sempre um ciclo, um retorno… Em Isaías temos “vou fazer uma coisa nova”, mas Qohélet diz que “nada há de novo debaixo do sol”.
Corpo do texto
O refrão tudo é vaidade trespassa o texto. Mas no meio de tudo isto, a felicidade do homem é comer e beber, fruto do seu trabalho e que vem de Deus. Qohélet fala da vida, iguala tudo. O justo é igual ao ímpio, o sábio é igual ao insensato, o homem é igual ao animal. A vida é “ridícula” pois todos acabam da mesma forma. O que faz com que sito seja equivalente é a morte. A morte nivela tudo, liquida tudo. É o primeiro homem que aponta para a morte partindo da vida. Se a morte não tiver a última palavra, vale a pena ser justo e sábio… abriu esta pista de reflexão no século III a. C. e levou a que pensassem uma solução para aquela morte. Antes, em termos bíblicos, vivia-se e morria-se. A felicidade era na terra e quando morriam ficavam sem Deus.


No Evangelho, Jesus não olha para o mundo e a vida com a amargura do sábio de Israel (primeira leitura). Mas, através de uma meditação austera, faz-nos compreender que não é no espírito de ganância, pelo qual todos, ricos e pobres, somos tantas vezes levados, que está o verdadeiro sentido da vida, mas em cada um “se tornar rico aos olhos de Deus.”



Hoje a Igreja também lembra a Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior em Roma. Depois do Concílio de Éfeso (431), em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Sisto III erigiu em Roma, no monte Esquilino, uma basílica dedicada à Santa Mãe de Deus, mais tarde designada «Santa Maria Maior». É esta a Igreja mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.
A Basílica de Santa Maria Maior (do italiano Basilica di Santa Maria Maggiore), ou Basílica de Nossa Senhora das Neves, ou Basílica Liberiana, é uma das basílicas patriarcais de Roma.
Foi construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III, e dedicada ao culto de Maria, Mãe de Deus, cujo dogma da Divina Maternidade acabara de ser declarado pelo Concílio de Éfeso (431). Entretanto, a data da fundação da basílica remete ao pontificado do Papa Libério (352-366).
Segundo uma lenda, Maria teria aparecido em sonhos ao Papa Libério e a um personagem importante o patrício Giovanni, exortando-os a construir uma Igreja no lugar onde caira neve embora fosse verã. O facto aconteceu na noite de 5 de Agosto exactamente sobre o Esquilino, delimitando a área onde seria construída a basílica, daí ser conhecida também pelo título de Nossa Senhora das Neves.

1 Comments:

Enviar um comentário

<< Home