Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

terça-feira, outubro 23, 2007

Padre Américo...




«Ai se tu soubesses como é lindo o Evangelho dos pobres...
Se tu tivesses a experiência estupenda que este Evangelho tem...
os montes caminhariam à tua frente e tu, silencioso, com a chave
do mundo na mão, cantarias vitória...»

O Padre Américo- PAI AMÉRICO - cujo nome completo é Américo Monteiro de Aguiar, foi o oitavo filho dum família cristã. Nasceu em 23 de Outubro de 1887 na freguesia de Galegos, concelho de Penafiel.

Depois dos estudos preliminares, enverda pela carreira comercial. Trabalha primeiro no Porto, e em 1906 segue para Moçambique. Aos 36 anos volta à Metrópole e ingressa no Convento Franciscano de Vilariño de Ramallosa, Espanha, onde toma o hábito em 14 de Agosto de 1924, do qual sai após dois anos de vida conventual; e sendo-lhe recusada entrada no Seminário do Porto, é recebido no de Coimbra, em 1925.

Recebe a Ordenação sacerdotal em 29 de Julho de 1929 e encarrega-se da Sopa dos Pobres, em Coimbra. «Doente como então era- disse- o meu Prelado havia-me dispensado de todas as obrigações, tendo eu tomado esta de visitar Pobres por não servir para mais nada...». Dedica-se ao apostolado da Caridade nos tugúrios de famílias em dificuldades. Visita hospitais e cadeias. De 1935 a 1939 organiza Colónias de Campo em S. Pedro de Alva, ceira e Miranda do Corvo; e funda o Lar do Ex-Pupilo dos Reformatórios, na Rua da Trindade, Coimbra, em 1 de Janeiro de 1941, depois entregue aos serviços Tutelares de Menores em 1950.

A morte surgiu no Hospital Geral de Santo António, do Porto, a 16 de Julho de 1956 (aos 68 anos), em consequência dum desastre de automóvel em S. Martinho do Campo, Valongo, no regresso duma viagem ao sul do País.

Foi exumado a 15 de Julho de 1961, no cemitério paroquial de Paço de Sousa, e trasladado no dia 17 para a Capela da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, onde jaz em campa rasa- como fora seu desejo.

Nota Pastoral sobre o Padre Américo

Ocorre no próximo dia 23 de Outubro, o 120.º aniversário do nascimento do Servo de Deus Padre Américo Monteiro de Aguiar, vulgo Padre Américo. A sua vida não muito longa como sacerdote da Igreja, 27 anos, foi vivida com grande intensidade e entrega à vocação a que Deus o chamou. Sentindo-a em idade de criança, só na de adulto lhe deu pleno cumprimento. Valorizou de tal modo esta nova vida, que começou aos 36 anos, que considerou perdidos os anos até aí vividos.

No dia festivo de S. José, Pai adoptivo de Jesus, esvaziou-se de si mesmo e do que era seu, para se deixar constituir em Pai dos pequeninos que o viriam a reconhecer como seu-Pai Américo.

Descobriu a verdadeira riqueza na pobreza de Jesus Incarnado, presente nos pobres, deixando-a aos seus seguidores em testamento: “ A nossa maior riqueza é a pobreza.”

Amou o Santíssimo Nome de Jesus à maneira de S. Francisco de Assis, a quem inicialmente quis imitar como discípulo, e actualizou na sua vida e obras o mesmo ideal de justiça, que traz a paz e o bem, de que as Casas do Gaiato, o Calvário, o Património dos Pobres, o Jornal ao Gaiato, os seus ricos escritos são um belo testemunho.

Desde que em 1956 nasceu para o Céu, na terra muitos trabalhos de investigação o têm tido como tema que, não estando esgotado, antes pode e deve ajudar o homem de hoje a descobrir e a realizar na sua vida, o seu ideal de fraternidade.

Como faz bem contemplar homens assim!

Neste sentido a Casa do Gaiato propõe-se ajudar a Diocese a conhecer (melhor) o P. Américo. Apoio esta iniciativa e convido a Diocese a acolher esta oferta e a participar activamente na descoberta ou aprofundamento da vida e obra do Padre Américo, particularmente os jovens e as crianças, através da colaboração dos secretariados da Juventude, da Educação Cristã, do Professores de EMRC, da Junta Regional do CNE, de todo o clero.

Estou certo de que o encontro das nossas crianças, adolescentes e jovens, da Igreja Diocesana e da sociedade em geral, com a figura cativante do P. Américo, que se deixou morrer para dar, citando-o, “ tanta fruto, tanta vida” vai contribuir para sermos uma Igreja mais rica na fé, esperança e na caridade; para que cresça em todos a consciência vocacional e para sermos igreja entregue a Deus para o serviço dos pobres.

Por fim, convido a Igreja no dia 23 a pedir ao Senhor a graça da sua beatificação.

Setúbal, 16/10/20007

D. Gilberto Reis, Bispo de Setúbal


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