Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

quinta-feira, abril 16, 2009

A misericórdia do Pai





Muitas expectativas levava nesta peregrinação a Taizé. Como ia ser esta segunda vez, a primeira vez sem o fundador? Conseguiria viver e beber na fonte, com o peso da responsabilidade, como animador de um grupo? O espírito de Taizé manteve-se após a partida do irmão Roger?


Após vinte e tal horas de viagem e uns 2400 km percorridos, chegámos a Taizé. A confusão reinava, uma confusão ordeira e controlada, pois era altura de uns grupos partirem e chegarem outros; porém, a humildade do acolhimento tudo diz e fala da experiência que iriamos viver ao longo da semana.





Os primeiros contactos começaram a ser feitos, tudo era novidade para muitos do grupo, mas davam os primeiros passos como se na própria casa estivessem. Quem vem a Taizé, sente-se realmente em casa, na casa do Pai, em que é possivel a comunhão e a paz de coração. Em que é possivel fazer caminho de mãos dadas, sem questionar raça. cor da pele ou credo. Todos vão em busca do mesmo, todos procuram o rosto misericordioso de Deus.




Ao ritmo dos irmãos da comunidade, alguns milhares de jovens refizeram a sua vida durante uma semana. Acordar cedo para a oração da manhã em comunidade, reflexão bíblica e grupos de partilha, os sinos, mais uma vez, antes do almoço, chamavam-nos a abandonar tudo para a oração. Depois do almoço era tempo de trabalho comunitário, limpar casas de banho foi o que sempre calhou ao meu grupo de trabalho. Os miúdos diziam que em casa eram incapazes de fazer isto, mas em Taizé faziam isso em casas de banho que eram usadas por outras pessoas. Limpavam o que outros sujavam. Esta é a magia de Taizé.



A oração da noite era seguida de um momento mais lúdico no OYAK. Danças, guitarras, malabaristas, tudo serve para animar em Taizé.



Uma semana em que a paz começa a tomar conta de nós, em que realmente nos começamos a identificar com Cristo presente em todos aqueles que peregrinam e buscam o rosto do Pai. A proximidade de um Deus que é todo Ele amor, é possivel, é uma realidade que pode ser atingida e tocada por todos.


Quando se começa a "descer a montanha", a emoção toma conta de nós, mas é necesário voltar ao mundo, levar essa água que jorra em nós, pelo acolhimento do Cristo Ressuscitado e da sua luz que vem iluminar as nossas trevas. É nosso dever levar a primavera que se vive eternamente naquela colina para os outonos e invernos das nossas sociedades, cidades e comunidades. Ser egoísta ao ponto de não partilhar ou testemunhar o encontro com Cristo Ressuscitado, de certa forma, negar a sua fé. Ser testemunha num mundo em mudança é a nossa missão.



João Paulo II dizia que: passasse por Taizé como quem passa pela fonte. É bom estar num local refrescante e verde, saciar a nossa sede alimentar as nossas forças, restaurar as nossas energias para que possamos ser verdadeiras testemunhas e partir, ser missionários e missionárias deste amor que Deus nutre por cada um e cada uma.