Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

sexta-feira, abril 21, 2006

Passagem

Meio dia e trinta e um minutos recebia eu a seguinte mensagem: "Nuno já se acabou tudo. O meu pai faleceu..."
Realmente que somos nós nesta vida se em nada acreditassemos? Se vissemos a morte como um fim para tudo? Seríamos seres vazios e inúteis. Chorei, fico triste pois muitos anos convivemos e guardo boas recordações que ficaram apenas no meu coração. A dor da partida é grande, a dor é grande, porém aconteceu uma Páscoa, uma Passagem...
A fé em Cristo ressuscitado dá a certeza de que a morte não é o fim inelutável da humanidade. O amor de Deus é mais forte, com o Cristo que desce à «mansão dos mortos» para rebentar com as portas e libertar os cativos. Onde estiveres agora olhas para a dor e luto de cada um de nós. Agora deves perceber tudo, tens uma visão do mundo e das coisas diferente da nossa. Continua a olhar pela familia que deixaste tão cedo.



Se me amas não chores!
Se conhecesses o mistério imenso
Do céu onde agora vivo,
Este horizonte sem fim,
Esta luz que tudo reveste e penetra
Não chorarias, se me amas!
Estou absorvido no encanto de Deus
Na sua infindável Beleza.
Permanece em mim o teu amor
Uma enorme ternura
Que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo Pensa nesta casa
Onde um dia estaremos reunidos para além da morte,
Matando a sede
Na fonte inesgotável da alegria
E do amor infinito.
Não chores, Se verdadeiramente me amas!
(Santo Agostinho)

2 Comments:

  • At sábado, abril 22, 2006 9:17:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Olá Nuno!
    Pois é.
    É nestes momentos que nos questionamos sobre o sofrimento, sobre a dor da partida, sobre o luto, enfim, com a ausência física.
    Mas vida é isto mesmo. É um conjunto infinito de partidas e de chegadas.
    O teu tio partiu, fisicamente deixou de estar no meio de nós, mas está, agora, a partir de uma nova dimensão, a velar por todos vós. É nestes momentos que vale a pena ter fé, pois de outra forma seria impensável suportar a dor que, de insuportável se vai desvanecendo até ficar a melhor parte daquele(a) que partiu. O teu tio partiu, fica dele a Memória e a História daquilo que ele fez produziu e semeou.
    Um beijo muito grande.
    Fica bem e, coragem
    Céu

     
  • At terça-feira, abril 25, 2006 6:34:00 da tarde, Blogger Isabel José António said…

    Querido Nuno,

    Como compreendo a dor e ao mesmo tempo a ESPERANÇA!

    Também perdi o Pai aos 15 anos.

    Mas há dores que nos abrem a Alma para percursos de Busca do Bem e de Amor ao Próximo. Percursos de solidariedade e companheirismo. Percursos por vezes solitários, mas onde desenvolvemos a coragem.

    Um abraço, Isabel

     

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