Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, julho 30, 2006

Pão da vida


Desde sempre o mundo teve fome, porque desde sempre houve desigualdade entre os homens e sede de poder, de vencer. Porém é notória sempre a presença de Deus no meio do Povo, e vem para saciar a humanidade e entrar na vida de cada um de nós. O pão da unidade e da abundancia. O pão da alegria e da vida.

Tal como vemos no antigo testamento, a confiança do profeta Eliseu em Deus, alimentou aquela gente e ainda sobrou. Isto porque a misericordia de Deus e o amor de Deus é tão grande que abre as Suas mãos e sacia a nossa fome com tão grande generosidade e enlevo.

"Há um só Corpo e um só Espírito" e é por este corpo que tudo subsiste, é este o corpo o verdadeiro alimento do nosso Espírito e que nos congrega num único Corpo que é a Igreja de Cristo. A unidade do Corpo do Senhor, sinal eficaz do seu mandamento, será possível quando todos os homens e mulheres comungarem num só coração, «uma só fé, um só Baptismo».

Jesus preocupa-se com a multidão ali reunida para o escutar e assim se apresenta como o pão da vida. Jesus manda que todos se sentem e toma os cinco pães de cevada e os dois peixes e dá graças ao Pai antes de os distribuir pela multidão. No texto não é utilizado o termo multiplicação, mas o Evangelho fala apenas de pães e de peixes postos em comum, de distribuição dos mesmos, do resultado – todos receberam «e comeram quanto quiseram» – e da recolha, em doze cestos, dos pães que sobraram, sinal de um alimento destinado a nunca esgotar. Nada mais. Então a mensagem central do relato não deve ser procurada na multiplicação, mas na partilha. Tendemos sempre a multiplicar tudo aquilo que é material: o dinheiro, a saúde, os anos de vida, as amizades, os sucessos e, quando nos sentimos incapazes de multiplicar, chamamos por Deus para que o faça por nós. Mas isto é síndroma de morte, deriva do medo da morte e do fracasso, é sinal de falta de fé.
A mesa sobre a qual é preparado o banquete é original. A multidão é convidada a sentar-se na erva verde de um prado. «Havia muita erva naquele lugar» (v. 10) – nota o evangelista – e este detalhe, aparentemente supérfluo e marginal, é significativo; evoca, de forma explícita, as palavras do salmo: «O Senhor é meu pastor... em verdes prados me faz descansar» (Sl 23, 1-2). Se Jesus faz sentar as suas ovelhas «na erva verde», isto significa que se apresenta como o pastor anunciado pelos profetas, quer dizer que teve início o banquete do reino de Deus (Is 25, 6), que surgiu o mundo novo, o mundo onde nunca mais será preciso discutir pela comida, porque esta será abundante para todos.

Agora a mensagem é clara: a criança, pobre, é o discípulo chamado a pôr à disposição dos irmãos tudo o que possui.

1 Comments:

  • At domingo, julho 30, 2006 5:35:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Acrecento ainda uma nota: mensagem está não na Contemplação do mistério, mas na Partilha daquele que lá estava entre eles.
    Ele não deverá ser só contemplado e adorado, mas Partilhado para que outros o Adorem.
    E só nós O sentimos, então que se sirva de nós para Instrumento da Sua Missão.

     

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