Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

quarta-feira, janeiro 31, 2007

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Porque uma imagem vale mais que mil palavras I

segunda-feira, janeiro 22, 2007

S. Vicente











domingo, janeiro 14, 2007

"Fazei o que Ele vos disser"



As leituras de hoje servem-se da imagem do matrimónio para descrever as relações entre Deus e o seu povo. O profeta Isaías ‘promete que Jerusalém, destruída e abandonada, se tornará de novo a esposa amada do seu Deus.

É no contexto de um casamento que Jesus faz o seu primeiro “milagre” com o qual indica ter vindo celebrar a nova aliança. Distribuindo o seu vinho, que alegra o coração do homem, Ele transformou a religião estéril dos judeus. S. Paulo fala-nos dos carismas. Estes são dados por Deus a cada um de nós para melhor servir os irmãos. Quando estes são utilizados assim, na comunidade reina o amor, a alegria e a paz. Estes são os sinais de que nela está presente o “vinho” oferecido por Jesus.

O evangelista S. João escolhe um episódio popular e humano de uma festa de casamento para descrever o primeiro milagre de Jesus. A melhor imagem do reino de Deus é a do banquete de “núpcias”, onde a comida é esquisita, abundante e, gratuita. As bodas de Caná é sinal do banquete do sangue de Cristo, o verdadeiro Esposo. Isto é, Jesus Cristo, que possui a plenitude do espírito amoroso de Deus, é o Esposo de todo o amor. Está com o povo, com sua mãe, com seus amigos, com seus parentes, com seus discípulos… É o convidado principal, ainda que o não reconheçamos.

Quando menos esperamos, aparecem os fracassos, a escassez, a negação. A falta de vinho é sintoma da fragilidade, é também ocasião de ajuda mútua na necessidade, de solidariedade na desgraça, o chamamento esperançado a Deus, a Jesus Cristo, é uma mostra de fé. Maria, a crente, põe em prática a palavra de Deus e convida-nos a fazer o mesmo. As acções humanas, necessárias para que a vida tenha amor, são fecundas quando a palavra de Cristo lhe dá sentido.
A todas as pessoas chega a sua hora, seus instantes decisivos. Também a Cristo chega a sua hora, que é de entrega sem condições: hora de sofrimento e de glória, hora de efusão do Espírito. A vida humana é iluminada cristãmente a partir da hora do Senhor.

Havia pouco tempo que o Mestre tinha recrutado um grupo de discípulos. Que fazer com estes novos companheiros da sua aventura? Leva-os com Ele. Na festa das núpcias, nas aldeias, há lugar para todos. Tudo começa pois, com uma festa. Temos uma indicação muito importante. Jesus não vem estragar-nos a festa. Não devemos ter medo de que, com ele, nossa alegria empobreça. Sua presença não deve provocar em nós uma sensação de incomodidade. É um equívoco, ainda que frequente, unir sua presença aos momentos de dor e de dificuldade da nossa existência. É necessário colocá-lo também no centro das nossas festas. Jesus, faz-nos sentir que nossas festas são excessivamente tímidas e frágeis; Que a alegria barulhenta esconde o vazio e a angústia; Que o vinho é insuficiente e de fraca qualidade.

Com Ele a festa encontra sua plenitude, e já não está ligada a uma data particular ou limitada no tempo.Com Ele volta a colocar-se o vinho na mesa (símbolo clássico da alegria). Em quantidade e qualidade tais que faz esquecer o nosso que começa a faltar. Jesus intervêm na festa não para roubar algo. Mas para dar em abundância. Seu dom beneficia todos, inclusive aqueles que Dele nada esperam ( em Caná era a maioria ).

A Virgem dá-se conta que falta o “vinho” e fá-lo presente a seu Filho. Maria intervém, não porque na mesa falte o pão, mas porque desapareceu o vinho. É difícil fazer a distinção entre o necessário e o supérfluo.

As “seis talhas de pedra para as purificações”. As que encheram de água, que se transformou em vinho. Na linguagem simbólica de João, o número seis é inacabado, de imperfeição em oposição ao número sete que expressa a totalidade, a plenitude. Estes recordam a antiga Aliança, fixada sobre tábuas de pedra (em que foi gravado o decálogo). As talhas estão vazias. O complexo ritual das purificações esconde sua ineficácia. A relação entre Deus e o homem só se pode estabelecer através do amor. O homem não se deve sentir ligado a Deus pelo medo.

O tema das bodas das núpcias encontramo-lo já na l leitura. A partir de Oseias, o simbolismo nupcial usa-se com frequência para expressar a relação entre Deus e o seu povo. Uma prova deste amor de Deus para com o seu povo é dado pelos carismas que são dons e manifestações extraordinárias que o Espírito concede aos membros da comunidade, para o próprio bem da mesma. S. Paulo põe em evidência: A origem destes carismas (‘o mesmo e único Espírito’). A variedade (‘repartindo a cada um em particular...’). O fim único dos dons recebidos (‘para bem da comunidade ‘).

Um carisma discreto, modesto, nada ruidoso. O carisma do sinal.
O episódio das bodas de Caná encerra-se com esta observação de João: “Assim, em Caná da Galileia, começou Jesus seus sinais, manifestou sua glória, e seus discípulos acreditaram nele”.João não fala de milagres, mas de sinais.
Este foi, pois, o primeiro sinal realizado por Jesus. Um gesto revelador de sua pessoa, de seu mistério, de sua missão, que consiste em manifestar o amor do Pai para com o homem.
Um gesto apenas esboçado, uma palavra sussurrada, uma alusão. Um sinal pequeno, modesto, respeitoso. Que me leva a descobrir um Deus que me amam e que quer intervir na trama ordinária da minha vida para convidar-me (ou convidar-se) à festa…

João emprega imagens bíblicas:
1. O “vinho”. Este é símbolo da felicidade e do amor (Ecl. 10, 19…).
2. As “seis talhas vazias”, não contêm água destinada aos ritos de purificação. Não era, pois, possível, realizar sequer os ritos – inúteis, porque não comunicavam paz, serenidade e alegria.
3. As bodas de Caná “sem vinho” representam esta situação do povo desiludido, insatisfeito.
4. A mãe de Jesus pode ser Maria, sim, mas pode indicar também a comunidade espiritual em que Jesus nasceu e foi educado.
Ainda não chegou a sua hora, porque Ele ainda só está no início da sua vida pública. A festa já começou, mas só terá o seu ponto culminante quando chegar “a hora” de Jesus, quando no Calvário. Ele entregar a vida para a remissão dos pecados. Em, Cana é apenas o sinal do que irá suceder.


Pe. Avelino M. da Silva OSB

domingo, janeiro 07, 2007

Epifania

Epifania, manifestação, eis que o Verbo de Deus se manifesta e se dá a conhecer a todos os povos da terra. Ele veio para salvar todos e não os escolhidos. Todos aqueles que seguirem a estrela...

Uma estrela, uma luz, um sinal foi a única força que os impeliu a partir à procura do desconhecido. Foram à aventura sem saber o rumo, o caminho, o porquê, quem iam encontrar. Apenas sabiam que se tratava de alguém especial, divino pelo incenso, real pelo ouro e homem pela mirra, usada no tratamento dos corpos na tradição fúnebre dos judeus. Uma estrela lhes serviu de sinal e seguiram até O encontrarem.

Senhor, não tenho ouro, incenso e mirra para te oferecer. Apenas te posso dar o que sou e tenho. Mesmo assim reconheço a tua divindade, realeza e humanidade. A tua natureza divina e humana inseparáveis.