Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

segunda-feira, junho 25, 2007

Uma noite de São João

















(Tiradas por Nuno M.)

sábado, junho 23, 2007

São João

De martelinho na mão, alho porro e cidreira na outra. As fogueiras para as jovens solteiras, o cheiro das sardinhas no ar à mistura com o suave aroma a manjerico. Os balões que sobem no ar como pequenas lanternas que sobem com as pequenas orações de cada um e de cada uma. Este é o cheirinho de uma tradição que se sente e vive na capital do «nuôrte»...

sexta-feira, junho 15, 2007

Coração aberto

(Tirada por Nuno M.)

No Teu coração aberto acolhe-me Tu que és a fonte de todo o amor. Arranja um lugar pequenino, um refúgio para que possa descansar um pouco e recuperar forças.

"Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós."

quinta-feira, junho 14, 2007

Grito:

Ao tempo...

Às férias que estão longe...

Ao estudo...

Aos exames...

Aos trabalhos...

Aos mais próximos...

A mim...

A tudo...

quarta-feira, junho 13, 2007

Santo António



Desde 1140 que D. Afonso Henriques, o nosso primeiro rei, tentava a conquista de Lisboa aos Mouros, feito que só teve êxito sete anos depois, em 1147, depois de prolongado cerco imposto aos aguerridos Almóadas e com o oportuno apoio dos Cruzados, em número treze mil (grande exército de homens cristãos que vieram do Norte da Europa, rumo à Terra Santa, para expulsarem os Muçulmanos. Usavam uma cruz de pano como insígnia, daí o seu nome. Houve oito Cruzadas desde 1096 a 1270).
Lisboa era pois uma cidade recém-cristã, quando na sua catedral foi a baptizar o menino Fernando Martins de Bulhões – Santo António, filho da fidalga D. Teresa Tavera, descendente de Fruela, rei das Astúrias e de seu marido Martinho ou Martins de Bulhões. Há dúvidas quanto ao apelido do pai, bem como se era ou não descendentes de cavaleiros celtas. Sabe-se sim que D. Teresa nascera em Castelo de Paiva e o marido numa terra próxima. Viviam em casa própria no bairro da Sé quando o recém-nascido veio a este mundo, no ano de 1145, embora alguns apontem como data de nascimento 1190 ou 1191.
Fernando frequentou a escola da Sé e até aos 15 anos viveu com os pais e com uma irmã de nome Maria. Aos 20 anos professou nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho em Lisboa, no Mosteiro de São Vicente de Fora. Nesta ordem monástica prosseguirá os seus estudos teológicos.
Rumou a Coimbra ao mosteiro de Santa Cruz, onde tinha à sua disposição a melhor biblioteca monacal do País. Nesse tempo era a abadia de Cluny, em França, que possuía uma das maiores bibliotecas da Europa, com um total de 570 volumes manuscritos, porque ainda não tinha sido inventada a imprensa. Aqui em Coimbra, sendo já sacerdote toma o hábito de franciscano, em 1220. Segundo os seus biógrafos, Santo António terá lido muito, e não foi por acaso que se tornaria pregador.
O mundo cristão vivia intensamente a época das Cruzadas. A chamada «guerra santa» desencadeada contra o Islão. E da parte dos Muçulmanos dava-se a inversa, luta contra os cristãos. Ambos acreditavam que a fé os levaria à vitória. De Oriente a Ocidente os exércitos batalham, e neste turbilhão surgem novas formas de espiritualidade. Em 1209 Francisco de Assis (S. Francisco) abandona o conforto e luxo da casa paterna, para, com outros companheiros, se recolher numa pequena comunidade, dando origem a uma nova reflexão sobre a vivência do Evangelho. É a aproximação à Natureza, à vida simples e à redescoberta da dignidade da pobreza preconizada pelos primeiros cristãos. Em poucos anos, homens e mulheres, alguns ainda bem jovens e filhos de famílias abastadas e poderosas sentem-se atraídos por esta vida de despojamento e sacrifício, com os olhos postos no exemplo de Cristo. A Portugal também chegaram ecos deste novo misticismo.
Em Janeiro de 1220 são degolados em Marrocos, pelos muçulmanos, cindo frades menores (franciscanos) e todo o mundo cristão sofre um enorme abalado. A própria Clara de Assis (Santa Clara), praticamente da mesma idade que Santo António (nasceu em 1193 ou 1194) vai querer partir para Marrocos para converter os sarracenos, mas Francisco de Assis seu amigo de infância e seu orientador espiritual não lho permite.
Por cá o nosso futuro Santo António, já ordenado padre, decide mudar de Ordem religiosa e também ele passa a envergar o hábito dos franciscanos. È nesta ocasião que muda o nome de baptismo de Fernando para António e vai viver com outros frades no ermitério de Santo Antão (ou António) dos Olivais, na altura um pouco afastado de Coimbra, nuns terrenos doados por D. Urraca, mulher do rei D. Afonso II.
Em meados de 1220 chegam, com grande pompa religiosa, ao convento de Santa Cruz de Coimbra, as relíquias dos mártires de Marrocos e esse acontecimento vai ser decisivo no rumo da vida de Santo António. Parte para Marrocos, sentindo também ele que é chamado a participar na conversão dos chamados infiéis. Porém adoece gravemente e não podendo cumprir aquilo a que se propunha, teve de embarcar de regresso a Lisboa. Só que o barco é apanhado numa tempestade e o Santo vê o seu itinerário alterado ao sabor de uma vontade superior. Acaba por aportar à Sicília num período de grandes conflitos armados entre o Papa Gregório IX e o rei da Sicília, Frederico II. Relembra-se que várias regiões do que é hoje a Itália unificada eram reinos independentes e este ambiente de guerras geradoras de insegurança e perigos.
Em Maio de 1221 os franciscanos vão reunir-se no chamado Capítulo Geral da Ordem, onde Santo António está presente. No final os frades regressam às suas comunidades de Montepaolo, perto de Bolonha, onde, a par da vida contemplativa e de oração, cabe também tratarem das tarefas domésticas do convento. Aqui os outros frades reparam na grande modéstia daquele estrangeiro (Santo António) e jamais suspeitaram dos seus profundos conhecimentos teológicos. Findo aquele período de reflexão, como que um noviciado, os frades franciscanos são chamados à cidade de Forlì para serem ordenados e Santo António é escolhido para fazer a conferência espiritual. E começa a falar. Ninguém até ali percebera até que ponto ele era conhecedor das Escrituras e como a sua fé e os seus dotes oratórios eram invulgares.
Pelo que se sabe quando começou a falar imediatamente cativou os outros frades e a sua vida seria a partir daquele dia de pragador da palavra de Cristo. Percorrerá diversas regiões da actual Itália, entre 1223 e 1225. Por sugestão do próprio São Francisco vai ser mestre de Teologia em Bolonha, Montpelier e Toulouse.
Quando S. Francisco morre, em 1226, Santo António vai viver para Pádua. Aqui vai começar por fazer sermões dominicais, mas as suas palavras tão cheias de alegorias eram de tal modo acessíveis ao povo mais ou menos crente, que passam palavra e casa vez mais se junta gente nas igrejas para o ouvir. Da igreja passa para os adros para conter as multidões que não param de engrossar. Dos adros passa a falar em campo aberto e é escutado por mais de 30 mil pessoas. É um caso raro de popularidade. A multidão segue-o e começa a fama de que faz milagres. Os rapazes de Pádua têm mesmo que fazer de guarda-costas do Santo português tal a multidão à sua volta. As mulheres tentam aproximar-se dele para cortarem uma pontinha do seu hábito de frade como uma relíquia.
O bispo de Óstia, mais tarde papa com o nome de Alexandre IV, pede-lhe que escreva sermões para os dias das principais festas religiosas que eram já muitas na época. Mais tarde seria este papa a canonizá-lo. Santo António assim faz. São hoje importantíssimos esses documentos escritos, porque Santo António com pregador escreveu pouco. Apenas lhe são atribuídos Sermones per Annum Dominicales (1227-1228) e In Festivitatibus Sanctorum Sermones (1230) .
Sentindo-se doente, o santo pediu que o levassem para Pádua onde queria morrer, mas foi na trajectória, num pequeno convento de Clarissas, em Arcela, que Santo António «emigrou felizmente para as mansões dos espíritos celestes». Era o dia 13 de Junho de 1231.
Depois, como é sabido, foi canonizado, em 1232, ainda se não completara um ano sobre a sua morte. Caso único na história da Igreja Católica. Já que nem São Francisco de Assis teve tal privilégio.
Os santos como Santo António, há muito que desceram dos altares para conviverem connosco, os simples mortais, que tomamos como nosso protector e amigo. O seu sumptuoso sepulcro, em mármore verde em Pádua, na igreja de Santo António é o tributo do povo que o amou e é muito mais do que um lugar de peregrinação e de oração. Através dos séculos, a sua fama espalhou-se por todos os continentes. No dia 13 de Junho de cada ano, Lisboa e Pádua comemoram igualmente a passagem por este mundo de um português que pregou a fé e morreu em Pádua. Como todos os santos é universal.


sábado, junho 09, 2007

Festa do Perdão

"Nuno foi fixe..." dizia uma vozita, outra logo de seguida que não queria ficar atrás, agarra-me no braço e diz "Não custou nada afinal, nem tive medo do padre..." Foi este ambiente que 22 crianças da catequese traduziram na primeira vez que experimentaram o Amor e o perdão de Deus.

Eram 9:30 da manhã quando começou a celebração da festa do perdão. A festa do perdão terminou, depois da confissão individual, no adro da Igreja com um pedaço de bolo e um sumo. Foi assim que terminou com o "Filho Pródigo", o PAI que abraçou o filho que andava perdido e depois mandou matar o melhor cordeiro e houve festa... Assim também aconteceu no adro da Igreja. As crianças sentiram que afinal não há que ter medo de confessar, pois é um momento de festa...

O dia hoje teve poucas horas para tudo o que tinha para fazer com um ritmo mais pausado... Chego ao fim deste dia cansado, mas sempre com um pequeno sorriso nos lábios (ainda que não se note).

Depois de ter cantado no casamento de uma amiga, tive o ensaio com o grupo que acompanhei na caminhada de catequese durante estes dois anos. Amanhã será o grande dia da sua primeira comunhão. Tudo está preparado, quero que vivam a festa da melhor forma... Olhar e sentir a ansiedade de alguns que me foram falando...

quinta-feira, junho 07, 2007

Corpo de Deus em imagens




























Assim foi na nossa paróquia, alguns momentos de fé estão aqui traduzidos...

quarta-feira, junho 06, 2007

Corpus Christi



"Oh verdadeiro Corpo do Senhor

Nascido para nós da Virgem Mãe

Penhor da eterna glória prometida

Oh verdadeiro Corpo do Senhor"


História da Solenidade do Corpo de Deus


A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade belga de Liège, tendo sido alargada à Igreja universal pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.

Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração. No século XII é introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento. A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante.

Do desejo primitivo de "ver a hóstia" passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na "Chirstianitas" medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens.

A "comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa" (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo desaparecido a festa litúrgica do "Preciosíssimo Sangue", a 1 de Julho.

A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân 944, §1).


Octávio Carmo 06/06/2007 in Agência Ecclesia

sábado, junho 02, 2007

Santíssima Trindade

«Santíssima Trindade Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores» (Terceira aparição do Anjo, Outubro de 1916)


Um autor anónimo menciona o seguinte diálogo, simples e essencial, entre um muçulmano e um cristão.
- Dizia um muçulmano: “Para nós, Deus é um; como poderia ter um filho?”
- Respondia um cristão: “Para nós, Deus é amor: como poderia viver sozinho?
Trata-se de uma forma estilizada de ‘diálogo inter religioso’, que manifesta uma verdade fundamental do Deus Cristão, capaz de enriquecer o monoteísmo hebraico, muçulmano e de outras religiões. De facto, o Deus revelado por Jesus é sobretudo um Deus-amor. É um Deus único, mas que se relaciona numa comunhão plena de pessoas. Um Deus que se oferece a si mesmo para dar vida à família humana.

Os manuais de catecismo afirmam que “Deus é um só em três pessoas”. Dizer só isto limita o mistério, é preciso compreender e acolher tal mistério com amor, e sobretudo adorá-lo na contemplação. Uma comunhão de amor entre três pessoas, uma relação de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, o nosso Deus não é um Deus sozinho. Este mistério da fé resulta da revelação de Jesus Cristo como Filho de Deus, numa comunhão total e única com o Deus a quem chamava Pai e mesmo, em aramaico, Abba (que significa Papá), e com o Espírito Santo que procede simultaneamente do Pai e do Filho. Esta comunhão de Amor é de tal ordem que significa uma única identidade divina em que subsistem o Pai e o Filho e o Espírito Santo.

Em Deus há uma só natureza e por consequência uma única actividade de conhecimento e de vontade. Mas há três sujeitos deste única actividade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo exercem os três esta actividade apropriando-se dela cada um à sua maneira. Há uma única consciência divina que pertence ao Pai como consciência paterna, ao Filho como consciência filial e ao Espírito Santo como consciência recebida do Pai e do Filho.

Deus é um "complexo relacional" de três pessoas distintas pessoais, ou seja, o Deus único possui a própria essência na relação vital de três Pessoas.

"Deus é aquela comunhão na qual as três Pessoas divinas realizam numa mútua relação dialógicamde amor a única vida divina como mútua auto-comunicação."

Somos baptizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Toda a nossa fé assenta na relação com Deus, Jesus e o Espírito Santo. Acreditámos num só Deus, mas a sua vida íntima é tão rica que é constituída por três Pessoas distintas entre si. A Santíssima Trindade, mistério essencial da fé cristã. Deus vem ao nosso encontro e manifesta-se como Senhor, cheio de bondade e misericórdia, fiel, rico em graça e fidelidade. Manifesta o Seu amor sem limites pelo mundo no dom do Seu Filho único, derrama sobre todos a Sua graça em Cristo e chama à comunhão com o Espírito Santo. A Trindade é um mistério para todos nós, que supera a compreensão humana. É nesta comunhão de Deus em Jesus e no Espírito Santo, Comunidade de Amor, que nós cristãos acreditámos. Comunidade de amor que ama e gera o amor derramado por Deus no coração de cada Homem. Como cristãos temos que experimentar a caridade, o amor para com os outros, é este o estilo de vida cristão.
Vive-se a Trindade vivendo o amor verdadeiro, mas especialmente nas suas características de relação, partilha, comunhão material e espiritual. Assim como Jesus nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo, também nós devemos ser com Cristo, pela acção do Espírito Santo, num movimento constante de projecção para o Pai.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo seja dada para sempre de coração sincero, contrito e humilde...