Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Cinzas



Porque amanhã é quarta feira de cinzas, a marca do início de um tempo de preparação para a Pascóa, deixo aqui algumas ideias que me parecem fundamentais ter em conta para viver da melhor forma este tempo. Com a imposição das cinzas, inicia-se uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que se quer preparar dignamente para viver o Mistério Pascal.

Este tempo vigoroso do Ano litúrgico caracteriza-se pela mensagem bíblica que pode ser resumida numa palavra: " matanoeiete", que quer dizer "Convertei-vos". Este imperativo é proposto à mente dos fiéis mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras "Convertei-vos e acreditai no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás", convida a todos a refletir sobre o dever da conversão, recordando a inexorável caducidade e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.

A sugestiva cerimônia das cinzas eleva as nossas mentes à realidade eterna que não passa jamais, Deus; princípio e fim, alfa e ômega da nossa existência. A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz da sua verdade. Na Quarta-feira de Cinzas, o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Esta tradição da Igreja ficou como um simples serviço em algumas Igrejas protestantes como a anglicana e a luterana. A Igreja Ortodoxa começa a quaresma desde a segunda-feira anterior e não celebra a Quarta-feira de Cinzas.

Nos primeiros séculos, não havia um período de preparação para a Pascóa, limitando-se ao jejum nos dois ou três dias precedentes. O Historiador Sócrates († 439) atesta pela primeira vez para o século IV, um tempo de preparação da Pascóa de três semanas de jejum, excepto sábados e domingos. Depois do Vaticano II, a Quaresma foi reformada segundo os critérios da Sacrosanctum Concilium, que indicou o seu sentido fundamental: "do tempo quaresmal, que pretende, sobretudo através da recordação ou preparação do Baptismo e pela Penitência, preparar os fiéis, que devem ouvir com mais frequência a Palavra de Deus e dar-se à oração com mais insistência, para a celebração do mistéio pascal". (n.109)

A Quaresma vai desde a Quarta feira de Cinzas até à Missa da Ceia do Senhor exclusive.Este ano litúrgico (ano B), terá um itinerário cristocênctrico-pascal que orienta a nossa atenção para a Pascóa de Cristo. A Quaresma é assim um "sacramento", um "sinal sagrado". A Quaresma no seu conjunto de palavra que anuncia os acontecimentos da salvação, orações, ritos e práticas escéticas, é um grande sinal sacramental, mediante o qual a Igreja participa no mistério de Cristo que por nós realiza a experiência do deserto, jejua, sai vitorioso da tentação, escolhendo o caminho de servo humilde e sofredor até à cruz.

Neste tempo somos convidados a colocar de parte tudo o que é secundário para a nossa vida para verfificar até que ponto nós somos deste mundo ou do outro, ou seja, para termos em conta as nossas capacidades de deixar o que nos prende e limita o nosso caminho de atingir a Deus, caminho verdade e vida.

Para ler a mensagem para a Quaresma de Bento XVI clica no título deste post

É carnaval

Ontem uma festa de carval cheia de cores, alegria e folia (próprios deste dia), claro que nada comparado com a folia do Brasil...



Anónimos, mascarados e uns outros com as mascaras de todo o ano, fizeram festa com o objectivo de ajudar para as obras da Capela de Balteiro. Bastante concorrida e sem distúrbios de maior com o nosso amigo Bissalhão a comandar as tropas...

Apenas uma pequena situação digna de ser mencionada para ficar para a história, num mesmo local, estiveram dois imperadores romanos: eu e um outro que reclama o meu império...

Depois destes excessos todos, começa amanhã um tempo que nos impões outra regra interior em cada um de nós e que nos prepara o corpo e o espírito para os grandes mistérios que vamos celebrar no final deste tempo

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Maratona de oração




Contrariando a lógica de uma sociedade que cada vez se afasta mais do sagrado e cada vez mais se torna passiva e comodista, um grupo de jovens alguns estudantes de Teologia, marcaram presença das 2 h às 3 h da manhã, de domingo para segunda, nas Quarenta horas de Adoração ao Santissimo que a Paróquia do Santissimo Sacramento da Boavista organizou. O tempo voou num clima de oração simples, belo e intenso. Um grupo de amigos que comungam a mesma fé, o mesmo trabalho/estudo, uma mesma vocação cristã estava ali em oração a diante do Mestre.



São estes momentos que nos fazem sentir dentro do coração que ama, do coração ardente de Deus.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A oração




Depois de um encontro de formação em que o tema foi a oração e o encontro com Deus, não ficava bem comigo sem fazer um pequeno apanhado deste tema (que poderia ter sido muito melhor apresentado tendo em conta o grau em que se encontram os "ouvintes"). Muitas questões foram levantadas e que me deixaram inquieto pois eu não me consigo calar ouvindo tanta estupidez(perdoem-me o termo tão forte, mas é preciso chamar os bois pelos nomes).



A Igreja propõe várias formas de oração que têm sempre em conta o contacto e a nossa relação única, pessoal e directa com o Deus Pai e Criador. São elas os salmos na Liturgia das Horas, rezar com a Palavra de Deus (fazendo a Lectio Divina)- sendo esta a forma de orar mais sublime e que nos envolve mais no mistério (no meu entender claro). Depois temos também as orações em comunidade, a oração central do nosso ser cristão A Eucaristia em que Jesus se faz presente sacramentalmente por cada um de nós e renova assim o mistério da loucura da cruz que à dois mil anos suportou o corpo do Filho de Deus. Temos a piedade popular que muito nos ensina também a chegar a té Deus através dos lindos hinos e canticos que nas nossas aldeias se ouvem em cada entradecer na oração do terço do mês de Maio entre os mistérios desfiados das contas gastas de um rosário.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica(CIC), a oração é o elevar a alma a Deus ou pedir a Deus bens segundo a sua vontade. A oração cristã é relação pessoal e viva dos filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo que habita no coração daqueles.

Em Jesus temos um exemplo de oração. O Evangelho apresenta-nos muitas vezes Jesus em oração. Ele retira-se para a solidão, mesmo de noite. Jesus reza antes dos momentos decisivos da sua missão ou da missão dos Apóstolos. Toda a sua via é oração, porque Ele existe numa comunhão constante de amor com o Pai. Retira-se para longe e abandona-se ao Pai confiando-se à sua vontade. Ensina-nos o PaI nosso,com o seu conteúdo que nos fala de um reino de amor.

Maria tem uma papel impoortante na nossa vida de oração pois ofereceu-se totalmente a Deus, ela pede a Jesus, seu Filho, pelas necessidades de todos os homens.

O (CIC) diz-nos que "o culto «em espírito e verdade» (Jo 4, 24)da Nova Aliança não está ligado a nenhum lugar exclusivo, porque Cristo é o verdadeiro templo de Deus, por meio do qual também os cristãos e toda a Igreja se tornam , sob a acção de Espírito Santo, templos do Deus vivo. Todavia o Povo de Deus, na sua condição terrena, tem necesidade de lugares nos quais a comunidade se possa reunir para celebrar a liturgia."

A tradição cristã conservou três modos para expressar e viver a oração: A oração vocal, a meditação e a oração contemplativa. Têm em comum o recolhimento do coração.
Segundo o (CIC), meditação é uma reflexão orante, que parte sobretudo da Palavra de Deus na Bíblia. Mobiliza a inteligência, a imaginação, a emoção, o desejo, para aprofundar a nossa fé, suscitar a conversão do nosso coração e fortalecer a nossa vontade de seguir Cristo. É uma etapa preliminar em direcção à união de amor com o Senhor.

No caso da meditação, gosto do exemplo que já li à algum tempo de um monge Beneditino, John Main. Ensinou que,para meditar,deve-se:

1. sentar-se quieto, com as costas direitas;

2. fechar os olhos;

3. repetir um mantra interiormente, e continuamente.

Escolher um momento e lugar calmos, todas manhã e todas as tardes, e meditar durante 20-30 minutos de cada vez.

O Mantra ideal é a antiga frase aramaica maranatha. Repita-a como quatro sílabas de comprimento igual, clara e conscientemente. MA-RA-NA-THA. Repete sem interrupção e sem esperar que aconteça alguma coisa. Ouve o mantra com todo o teu ser. Sê simples. Sê fiel. O aramaico era a língua que Jesus falava, a mesma língua a que pertencia a palavra "abba", que ele usava constantemente para referir-se ao Pai. Maranatha é a mais antiga oração cristã. Ela significa: "Vem, Senhor", ou "O Senhor vem". São Paulo conclui a primeira carta aos Coríntios e São João o Apocalipse, com esta frase, que expressa a fé profunda e simples da Igreja primitiva. Para mais pormenores podem clicar o título e aceder a uma pagina que tem o resto da explicação.

Muito mais haveria a dizer, mas fica tamb´me para vossa pesquisa e a vosa vivencia pessoal na oração.
Não pretendo que seja algum tratado, apenas são uns apontamentos meus, da mionha vivência, e do que vou aprendendo e verificando.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Sem título

Um adeus, um aceno, uma brisa quente de verão que vem beijar as águas do rio




(tirada por Nuno Monteiro)

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Parabéns

Pois é, as minhas duas meninas hoje estão de parabéns. Sim porque eu sou um homem cheio de sorte, ainda tenho as minhas duas meninas, a minha mãe e a minha avó. A minha mãe faz hoje uns lindos ** ;) e a minha avó pela linda filha que teve também merece ser felicitada. Daqui vai um beijo de felicidades para as mulheres da minha vida...

Gotas de Sabedoria

Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.
(Gandhi)

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Lágrima


Uma lágrima pura e inocente
desce e caí num vazio sem nada.
Lágrima doce salgada,
de sensações amargas
de suave paladar.
Lágrima que fala as emoções,
as alegrias e tristezas ou
um sentimento oculto.
Uma lágrima perdida é o
espelho de uma alma que fala e
se deixa "trasparecer".
Lava a alma e deixa os sentimentos
consomidos até ao último suspiro...

Olha anoitece,
a solidão, o sono vem...

domingo, fevereiro 19, 2006

Aos jornalistas

Mais uma vez numa grande trasmissão em directo de uma cerimónia religiosa, os jornalistas estiveram no seu auge de estupidez, ignorâcia e sei lá mais o quê. Sempre ouvi dizer que cada qual faça aquilo que sabe ou que fale daquilo que sabe, ora se não domina determinada matéria que estude e se prepare minimanente.

E conhecedor minimamente destas "lides", dou comingo a pensar se não serei eu que tenho um conflito de conceitos, ou seja, ao que os jornalistas chamam a "celebração da homilia", eu chamo Eucaristia ou Missa (mais comum); ao que os jornaistas chamam "uma enfiada de Avé-Marias", eu chamo de terço (serei eu o ignorante? é que realmente um terço é uma enfiada de Avé-Marias"; ao que eu chamo incensar, uma brilhante jornalista da RTP insistiu em dizer insenerar (estaria ela a pensar no José Socrates e no problema da co inseneração?); foi o Sr. Bispo D. Serafim que deu a missa? A missa dá-se? è nova para mim... A missa é presidida por um sacerdote "in persona christi", que é como quem diz, em nome de Cristo, faz memorial do sacramento.

Bem muito havia a dizer e eu também não sou o detentor da verdade nem da sabedoria, apenas não pude deixar de fazer uns pequenos apontamentos á notória incapacidade de alguns jornalistas conduzirem uma edição deste alcance, por vezes nstes momentos o silêncio falava muito mais...

E chovia...

Na dinâmica das aparições de Fátima, era Lúcia quem falava com Nossa Senhora e ouvia a mensagem, Jacinta apenas via e ouvia Nossa Senhora falar, Francisco limitava-se a admorar a beleza da luz que da pequena azinheira irradiava. Francisco nem falava nem ouvia.



No dia 13 de Maio de 1917 durante a primeira, Lúcia perguntou à Senhora:
"- "Quem é Vossemecê?
- Sou do Céu.
- E que Vossemecê me quer?
- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez (que foi em 16 de Junho de 1921, nas vésperas da partida de Lúcia para o colégio de Vilar do Porto. Foi uma aparição com mensagem pessoal para Lúcia, que por isso, não a revelou.)
- E eu também vou para o céu?
- Sim, vais.
- E a Jacinta?
- Também.
- E o Francisco?
- Também, mas tem que rezar muitos terços.(das memórias da Irma Lúcia)

Agora a Mãe reuniu as três crianças novamente a seus pés. Lá estão os três novamente a brincar na Cova da Iria como inocentes crianças que eram mas que os olhos viram a Mãe do Salvador e nossa Mãe.

Lá está a Mãe de braços abertos a acolher no Seu Santuário aqueles que Ela escolheu para falar e revelar uma mensagem de paz e conversão.

Porque hoje é Domingo





Finalmente a paróquia tem mais uma barreira vencida, ou seja, temos terreno para construir a capela da Vila d'Este. Depois de tanto trabalho em comum de autarcas e paróco foi hoje assinado na missa o documento em que a Camara de Gaia cede à Fábrica da Igreja de Vilar de Andorinho um terreno para a construção do novo templo.


Era inevitável não haver aproveitamente politico mas por vezes é bom ter a Igreja como moleta não é? Para o que convêm é bom ter a Igreja como moleta... "Para bom entendedor meia palavra basta".


Parabéns ao Padre Albino por esta sua marca, também ao esforço do Presidente da Junta ;) e fazer memória (tal como o padre Albino frisou) ao nosso saudoso paróco Padre Floro, que do céu continua a olhar por nós e pela sua paróquia.



Uma coisa que hoje de alguma forma me deixou sensibilizado foi ao ligar a tv logo de manha cedo olhar aquela gente toda que estava debaixo de uma chuva que se adivinhava gélida cortante, e isto porquê? Porque hoje é o dia em que a irmã Lucia se vai juntar aos primos no local em que seus olhos puros, simples e inocentes olharam a Mãe do Céu. Hoje vai ser a tarde toda a olhar este movimento de fé, que por vezes pode passar a ser mais uma crendice popular salpicado com um pietismo e uma pitada de devoção sem sentido. Eu não quero julgar nem apontar o dedo a niguém nem a nada, apenas quero separar o trigo do joio. Lúcia é uma mulher e não Deus. logo esta veneração toda não tem sentido algum (poderá ter para a Igreja pois é certo que encherá os cofres do santuário e levará as pobres almas atrás de alguma coisa - ainda que não saibam muito bem o quê...)
Tocar no caixão da Irmã Lúcia porquê? Perdoem a minha ignorância ou porventura a minha frieza de discurso, mas há coisas que não suporto ver - será um defeito? Não sei mas também não o quero mudar.

(tirada por Nuno Monteiro)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Puro veneno

Peço desculpa, mas ao ler a edição desta semana da revista Visão, não pode deixar de me rir com este cartoon e tive mesmo que o partilhar convosco. Peço desculpa pela ousadia mas está mesmo com muita graça e até se posso dizer que é um espelho da realidade...


Com se costuma dizer:"Quem tem ouvidos ouça"

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Ainda a propósito das caricaturas religiosas

Hoje no segundo dia de Conferências nas Jornadas de Teologia, o Dr. Arnaldo Pinho durante a sua dissertação, comentou e muito bem as questões e os problemas que foram levantadas com as caricaturas de Maome. Pois bem dizia o professor que não há razões para tal pois Maome é apenas um profeta e não Deus. A questão para mim foi posta de uma forma muito practica e objectiva. Esta é a verdade: Maome é um profeta e não o Deus, Allá.



Se assim fosse como teria respondido a Igreja Católica aquele famoso cartoon em que João Paulo II aparecia com um preservativo no nariz, ou qualquer outra brincadeira em que a Igreja Católica seja o alvo?

Se estes senhores se preocupassem em lutar por um mundo mais irmão e mais igual onde todos fossem respeitados (principalmente os grupos mais frageis dos países muçulmanos - Crianças e Mulheres) não haveria tanta instabilidade e medos no mundo...
Com tanto fundamentalismo religioso o mundo vive em constante vigia, com medo de um ataque, uma ameaça, terrorismo...
É o mesmo Deus monoteísta, porque então esta batalha pela desigualdade quando o caminho seria a união?


quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Embora seja noite

Hoje começou na Faculdade Católica do Porto as jornadas de Teologia e o orador (D. António Marto-Bispo de Viseu) terminou a Conferência com um Hino profundo e belo de São João da Cruz (mistico Carmelita espanhol) que não pude deixar de o partilhar aqui

Bem eu sei a fonte que mana e corre,
Embora seja noite.

Aquela eterna fonte não a vê ninguém
E bem sei onde é e donde vem, Embora seja noite.

Não sei a fonte dela, que não há,
Mas sei que toda a fonte vem de lá, Embora seja noite.

Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
E céus e terra beleza bebem dela, Embora seja noite.

Porque não pode ali o fundo achar,
Eu sei que ninguém a pode atravessar, Embora seja noite.

A claridade sua não escurece
E sei que toda a luz dela amanhece, Embora seja noite.

Tão caudalosas são suas correntes
Que regam céus, infernos e as gentes, Embora seja noite.

E desta fonte nasce uma corrente
E bem sei eu que é forte e omnipotente, Embora seja noite.

E das duas a corrente que procede
Sei que nenhuma delas a precede, Embora seja noite.

E esta eterna fonte está escondida
Em este vivo pão a dar-nos vida, Embora seja noite. .

Aqui está a chamar as criaturas
Que bebem desta água, e às escuras, Porque é de noite.

Esta viva fonte que desejo,
Em este pão de vida, aí a vejo; Embora de noite.

De noite

O mundo dos sonhos é qualquer coisa que nos transcende pois não é explicavel pela razão humana mas pela alma ou pela fé. Para alguns povos antigos, os sonhos eram a chave do conhecimento mágico e espiritual, onde seriam reveladas passagens secretas para fatos do passado, presente e futuro. Para Freud o sonho diz respeito ao inconsciente e a fenômenos psíquicos durante o sono, sendo o sonho um mapa para o inconsciente. Os sonhos são formados por um complexo conjunto de fatores que ainda não foram totalmente desvendados, seja por místicos ou por cientistas, mas que sempre farão parte da vida do ser humano. Os sonhos revelam um outro mundo, um outro "eu".



Tudo isto para quê? Pois bem, esta noite sonhei e lembrei-me bastante bem do sonho e das imagens nitidamente desse sonho (coisa muito rara em mim pois eu à já alguns anos que ou não sonhava ou não me recordava dos sonhos).

Um sonho esquesito, intrigante, até rídiculo para alguns, mas foram imagens que se manifestaram durante o meu sono.

Vi-me a deambular durante a noite, uma noite chuvosa e tempestuosa acompanhada com o rasgar do céu com relâmpagos. Andava a caminhar sozinho numa zona da minha freguesia chamada Ribeirinhas quando olho para o meu lado esquerdo e deparo com a Capela que há no Monte da Virgem a emanar uma forte luz a toda a volta (esta capela para quem não sabe é dedicada à Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Essa luz envolvia tod a área da Capela. Fiquei um pouco apreensivo e atónito mas lá me decidi a correr até lá. Cortei caminho pelos pinhais que lá havia numa escuridão que era cortada por um feixe de luz; o chão encharcado pela forte chuvada que se fazia sentir secava à medida que avançava com meu passo veloz bem como o mato e as silvas que me impediam de continuar o caminho cediam passagem à minha passagem. Cheguei ao Monte, que é da Virgem, e fui com medo até à entrada principal da Capela. Entretanto a luz já se ia dissipando, mas lá dentro estava uma imagem do Menino Jesus no centro da capela de braços abertos e vestido de branco com um sorriso puro e doce. Estava a sorrir para mim...Tenho na imagem deste sonho ainda mais um pormenor, a capela estava forrada de palha e erva (como se o chão de um estábulo se tratasse)



Acordei com uma sensação estranha pois não sei o que pensar e tirar do meio disto tudo, porém fico com a ideia de proximidade deste Deus que é amor e confiança que me quis dizer alguma coisa que só a mim me cabe encontrar...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Uma manhã

Tal como todas as manhãs, é sempre a correr até entrar no carro antes das 8:00 para chegar a tempo à faculdade, contando já com alguns imprevistos mo caminho.

Hoje sozinho a acompanhar o rio até á foz (já agora para quem não sabe a Faculdade onde estudo fica na Foz), vi-me com algumas interpelações que aqui vou deixar. Via o rio a acompanhar-me até à sua foz onde morre na imensidão das águas do mar e pensei: "Mas eu aqui a acompanhar o rio terei alguma ligação com este caminho? Ou seja, da mesma forma que o rio caminha todos os dias para um determinado fim, será que eu caminho também diariamente para um fim? Será que que é um fim ou um inicio de uma nova vida? Bem, parece ridiculo tudo isto mas para mim faz sentido pensar no sentido da vida. Cheguei à conclusão que não quero ser como o rio que caminha sempre com a certeza que vai chegar ao mar e ali terminar uma corrente viva e forte com os seus segredos e a vida que ele sustém. Não quero ser como o rio que faz do seu dia a dia uma rotina, eu quero ser livre. A diferença é que eu nunca saberei qual o caminho e a meta, enauqnto que o rio corre sempre pelo mesmo caminho milenar, traçado e cortado entre escarpas, montanhas, vales planicies até chegar à cidade que o embeleza com o seu casario sendo comparado como uma cascata sanjoanina (Porto Sentido de Rui Veloso).

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Entrevista com Deus





Sonhei que entrevistava Deus...

- Pretendes então entrevistar-Me?- perguntou Deus.
- Se tiveres tempo... - respondi.
Deus sorriu.
- O Meu tempo é a eternidade. Que perguntas desejas colocar-Me?
- O que Te surpreende na humanidade?
Deus respondeu:
- Que se aborreçam com a infância, que se apressem a crescer e depois desejem ser crianças novamente.
Que percam a saúde para ganhar dinheiro... e depois percam dinheiro para ganhar saúde.
Que, por pensarem ansiosamente no futuro, esqueçam o presente, de maneira que não vivem nem no presente nem no futuro.
Que vivam como se nunca fossem morrer, e morram como se nunca tivessem vivido.

A mão de Deus pegou na minha e ficámos em silêncio durante alguns momentos...em seguida perguntei...
- Como Pai, quais são as lições de vida que gostarias de ensinar aos Teus filhos?
- Que aprendam que não podem obrigar ninguém a amá-los, só podem é permitir que os outros os amem.
Que aprendam que não é bom compararem-se aos outros.
Que aprendam a perdoar, praticando o perdão.
Que aprendam que bastam alguns segundos para abrir feridas profundas naqueles que amam, e pode levar muitos anos a sará-las.
Que aprendam que uma pessoa rica não é aquele que tem mais, mas sim aquele que precisa menos.
Que aprendam que existem pessoas que os amam muito, mas que simplesmente ainda não aprenderam a expressar os sentimentos.
Que aprendam que duas pessoas podem olhar para a mesma coisa e vê-la de forma diferente.
Que aprendam que não basta perdoar os outros, terão que se perdoar a eles próprios.

- Obrigado pelo tempo despendido, disse eu humildemente.
Há mais alguma coisa que gostarias que os Teus filhos soubessem?
Deus sorriu e disse:
- Que saibam que estou aqui... SEMPRE"

Autor- desconhecido
Tradução- Nuno Lopes

Valentim

Pois é, amanhã é um daqueles dias pirosos em que tudo é vermelho e corações etc... Quem sabe o que é o amor? O amor não é só uma vez por ano que se mostra e muito menos numa data imposta pelo comércio... O amor mostra-se a cada dia do ano nas alegrias e nas tristezas e não com um coração e um jantar à luz das velas e depois o resto do ano quse que não há manifestação alguma desse amor. "Americanices" e "Englesices"... Celebrar o amor é importante mas a casa dia e aberto a toda a gente. O amor é a entrega a todos mesmos àqueles que menos gostámos....


A Igreja Católica regista pelo menos dois santos com o nome de Valentim. Um seri a bispo de Interamna; outro sacerdote em Roma. É possível que se trate do mesmo santo, que terá sido levado em martírio da sua cidade para a capital do Império. Além disso, segundo o “Martirológio Romano”, ambos foram decapitados na Via Flaminia e têm a sua festa a 14 de Fevereiro. Conta a lenda que Valentim era um padre que, no século III d.C., casava, em segredo, os jovens pares de namorados. O Imperador Cláudio II, reconhecendo que os melhores soldados eram solteiros, tinha proibido os mancebos de contraírem matrimónio. Valentim, ao ousar celebrar casamentos, foi descoberto, preso e condenado à morte por decapitação. Actualmente, a Igreja de Santa Praxedes, em Roma, guarda as relíquias do santo e é um destino de romaria de muitos pares de namorados. Há também referências a um Valentim que, na mesma época, ajudava os Cristãos a fugir da cadeia romana, onde eram muitas vezes torturados.


O dia de São Valentim é fruto da mistura entre tradições pagãs e religião católica. O dia 14 de Fevereiro era, na antiga Roma, um feriado dedicado a Juno, a rainha dos deuses romanos, também conhecida pela deusa das mulheres e dos casamentos. Outra origem provável para o dia dos namorados é o festival dedicado a Fauno (Pã entre os gregos), divindade que velava pela fertilidade dos campos e pela fecundidade dos rebanhos, e que se celebrava a 15 de Fevereiro. Durante estes festejos, chamados de Lupercalia, eram sorteados os nomes das jovens solteiras entre os rapazes candidatos ao namoro. O romance podia ter a duração do festival ou ser mais longo. Muitas vezes os jovens apaixonavam-se e casavam mais tarde. O festival Lupercalia foi mais tarde adaptado pela Igreja cristã, que pretendia abolir as festividades pagãs. O sorteio dos nomes das raparigas foi sendo substituído por nomes de santos, e o ritual foi “apadrinhado” por São Valentim, que tinha morrido, precisamente, a 14 de Fevereiro de 269 d.C.A data coincidia, também, com o início da época de acasalamento das aves.O nome “Lupercalia” deriva de “Lupus”, lobo em latim. “Lupercal” era a gruta sagrada onde a loba tinha alimentado os gémeos Rómulo e Remo, fundadores de Roma. Todos os anos, a 15 de Fevereiro, os sacerdotes reuniam-se nesta gruta e sacrificavam pequenos animais, tiravam-lhes a pele e tocavam nas pessoas com tiras de pele dos animais, para curar a esterilidade. Daí a associação entre esta altura do ano e o amor/sexo.

domingo, fevereiro 12, 2006

Indignados???





INCRIVEL - Esta criança Iraniana roubou pão e está a ser castigada!A ISTO CHAMO "OS VERDADEIROS FILHOS DA PUTA"!
Infelizmente, o que se vê nestas fotos é real e recente.Esta criança Iraniana roubou pão e está a ser castigada.Roubou por tinha fome. Tinha fome porque nem sequer tem acesso ao nosso caixote do lixo onde depositamos o excesso da nossa comida. Tinha fome, porque os humanos continuam a olhar para o seu próprio umbigo esquecendo, porém, que Deus criou o homem com a visão periférica para podermos ver os outros.Esta criança sofre com o castigo bárbaro que lhe foi infligido. Tentem imaginar o mesmo convosco: Agarrarem no vosso braço e, de propositadamente, passar um carro por cima dele ou, esta criança, ser um filho vosso e tudo porque tinha fome.Não sei o que me choca mais; O facto do sofrimento desta criança ou ainda haver "pessoas" com estas atitudes que não sentem Amor pelo próximo e/ou uma oportunidade de ajudar os que mais necessitam.Até quando é que temos suportar estas atrocidades cometidas em nome de sei lá de quem ou de quê?Em nome de Deus, decerto que não é, pois, Deus é Amor Incondicional.Indignem-se e passem se acharem por bem. Será uma forma de solidariedade pararem um pouco e elevando o Vosso pensamento em nome desta criança com a intenção de cessar estas atrocidades.Conto convosco par criar uma corrente de Amor para este fim.Obrigado.(enviado por email pelo P. A.)

Oração de um pobre

(Tirada por Nuno Monteiro)


Não sei quem Tu és;
não sei se existes;
não sei onde existes...
Qual o Teu nome? Tua essência?
Dizes-me onde moras?
Quero saber quem és, quero conhecer-Te e econtrar-Te
para assim me encontrar.
Toca o meu coração e abre-o a Ti, a tua presença,
misteriosa, que tanto anseio e quero.
Tens vida? Podes dar vida?
Há tanta gente a precisar de um sopro pequeno da tua chama.
Insufla em cada um ardor que não queima,
essa centelha que não consome
mas que continua a arder.
Vem também ao meu encontro porque sozinho não te consigo encontrar.
Vem e vamos "criar laços",
Vem e quero-me deixar cativar.
Cativa-me Tu, sim Tu que me ouves, vês,
conheces e prescutas meu ser.

sábado, fevereiro 11, 2006

Corpo da irmã Lúcia viaja para Fátima rodeado de fortes medidas de segurança

O arranque das celebrações dos 90 anos das aparições de Fátima vai estar rodeado da máxima segurança - tudo por causa da trasladação do corpo da irmã Lúcia, do Carmelo de Santa Teresa (Coimbra) para a Basílica do Santuário de Fátima (Leiria), no domingo, dia 19. O recrudescimento dos radicalismos de cariz religioso que ensombram a Europa, a pretexto dos cartoons de Maomé, é ameaça que não é descurada, sobretudo num momento como este, de grande intensidade religiosa e concentração de pessoas. Um ano e uma semana depois da sua morte, o corpo da vidente de Fátima ruma ao santuário das aparições, numa viagem que, ao que tudo indica, será feita pela auto-estrada A1. Há muito que as autoridades policiais e eclesiásticas estudam o percurso para consumar a trasladação, anunciada no Verão passado pelo bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira da Silva. No entanto aumentam agora as cautelas quanto à segurança deste evento, dado os mais recentes acontecimentos de agressões no mundo árabe, precisamente relacionados com os símbolos religiosos. Ao que o DN apurou, a segurança será, no entanto, bastante discreta.Cenários para a viagemAs autoridades encarregues deste processo ponderaram os dois cenários de viagem, pela A1 ou pela Estrada Nacional n.º 1 (EN1). Se é certo que a EN1 proporcionaria momentos de maior proximidade com as populações, a auto-estrada oferece, por outro lado, uma eficácia superior em termos de segurança. A escolha definitiva do trajecto será ainda objecto de novas reuniões com as entidades envolvidas. Ao que o DN apurou, a cerimónia da trasladação começa às 08.30, com a celebração de uma missa no Carmelo (de carácter restrito), seguindo-se, logo depois, uma outra celebração na Igreja da Sé Nova, marcada para as 11.00. O trajecto a efectuar entre o Carmelo e a Sé Nova será o mesmo realizado por ocasião do funeral, mas as autoridades admitem fazê-lo em velocidade acelerada, por forma a evitar grande aglomeração de fiéis nas ruas de Coimbra. Deverá chegar ao recinto da Cova da Iria por volta das 13.30, seguindo em cortejo até à Capelinha das Aparições. A urna será levada, por volta das 15.00, para a Basílica, onde repousam já os outros dois pastorinhos, cuja cerimónia culminará com a Procissão do Adeus. Sepultada, num lugar de passagem para o coro, em jazigo interno não coberto por terra, aguardando o momento da trasladação, a irmã Lúcia continua a atrair multidões ao Carmelo. Recorde-se que a sua morte foi notícia nos media de todo o mundo, da CNN à BBC, do Times ao El Mundo e ao Le Monde. A irmã Lúcia de Jesus viveu 57 anos em clausura e recolhimento na sua cela e quando aparecia em público, por exemplo, para exercer o seu direito de voto, tinha sempre muita gente para conversar com ela.Popularidade continuaA empatia do mundo católico não diminuiu com a sua morte. Segundo a madre Maria Celina afirmou ao Diário de Notícias, "antes vinham pedir-lhe que rezasse pelas suas intenções; agora vêm rezar-lhe fazendo os mesmos pedidos. Todo o ano trouxeram muitas velas e flores para colocarmos na sua sepultura, o que sempre fizemos respeitando o desejo das pessoas. Houve quem enviasse dinheiro do estrangeiro para esse fim". Acrescenta a madre "As flores são sempre em profusão, de tal forma que, quase nos toma o espaço da passagem!" A religiosa, que faleceu aos 97 anos, teve direito a uma representação do Sumo Pontífice nas suas cerimónias fúnebres, na pessoa do cardeal-arcebispo Bertone (de Génova), o que atesta bem a importância que a hierarquia da Igreja lhe atribui.Sobre as notícias de alegadas curas, uma delas relacionada com uma menina de quatro anos que vive na Argentina, que podem levar à abertura do processo de beatificação da carmelita, o capelão do Carmelo de Santa Teresa, padre João Lavrador, é cauteloso "É natural que comecem a aparecer casos mas, primeiro, a ciência médica tem de provar que a pessoa em causa não tinha cura. O processo é moroso." Sobre os pormenores da viagem, desi-gnadamente em termos de segurança, o capelão declinou falar sobre eles.As celebrações dos 90 anos das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos prosseguem até ao próximo ano, culminando a 13 de Maio de 2007, exactamente o mês da primeira aparição em 1917. (in DN)

Dia Mundial do Doente

Hoje é o dia Mundial do Doente, em que de alguma forma se faz memória daqueles que perdaram algumas capacidades físicas mas certamente ganharam outras bem mais fortes. Só quis deixar este apontamento e aqui vai a minha lembrança e oração por cada irmão que sofre e está desanimado com a sua condição humana. "se todos conspirarmos para um mesmo bem, a alma do mundo faz com que esse bem ocorra".






(Tiradas por Nuno Monteiro)

Hoje também a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora de Lurdes que me 1858 apareceu a Bernarda Soubirous na gruta de Massabielle, perto de Lourdes (França). Por intermédio desta menina, Maria chamou os pecadores à conversão e despertou na Igreja um intenso movimento de oração e caridade, sobretudo em benefício dos doentes e dos pobres. Muitas curas e milagres inexplicáveis aparentemente pela ciência e pela razão humana ocorrem naquele lugar em que a natureza e o divino se encontram numa harmonia fantástica.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Fim de exames - Omnia vincit amor

(Tirada por Nuno Monteiro)

Bem, não vim aqui para falar deste tempo de exames que deita qualquer aluno abaixo. Mais uma temporada que passou... Bem ou mal passou, o resultado a próxima semana no-lo dirá.

Hoje para descansar um pouco deste tempo atribulado e a conselho do meu grande amigo, peguei na Encíclica que o Papa Bento XVI escreveu e fui para o meu "refúgio" a praia ler um texto profundo, ao som do canto alegre das gaivotas, aquecido pelos raios de um sol que se avizinha primaveril, com a imensidão do mar azul a tocar o azul do céu. Já dizia o filósofo Bento de Espinosa que este mundo é o melhor dos mundos possivéis.
Ainda não terminei de ler a Carta Enciclica "Deus Caritas Est", mas vou deixar aqui alguns apontamentos:

"Deus é amor, e quem permanece no
amor permanece em Deus e Deus nele."


O amor de Deus por nós coloca questões decisivas sobre quem é Deus e quem somos nós.
O termo amor tornou-se uma das palavras mais usadas e mesmo abusadas o qual tem significados diversos hoje em dia.
Há que diferenciar o eros do ágape. Nietzsche afirma que o Cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que embora não tivesse morrido, teria degenerado em vício. Mas será que o Cristianismo destruiu verdadeiramente o eros? Os gregos tal como outras culturas, viram no eros o inebriamento, a subjugação da razão por parte duma "loucura divina".
Se o ser humano aspira a ser somente espírito e quer rejeitar a carne como herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem a sua dignidade. Nem o espírito nem o corpo amam sozinhos: é o ser humano, a pessoa, que ama como criatura unitária, de quem fazem parte o corpo e a alma. Só quando se fundem verdadeiramente numa unidade, é que o ser humano se torna plenamente ele próprio e que o amor (o eros) pode amadurecer até à sua verdadeira grandeza. O eros degradado a puro "sexo", torna-se mercadoria, uma simples "coisa" que se pode comprar e vender, torna o próprio ser humano uma mercadoria.
Prometo que vou apontando aqui momentos de reflexão sobre este tema que Bento XVI abordou.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Eu sei

Esta música da Sara Tavares é um pouco de mim hoje...


(tirada por Nuno Monteiro)

Se eu voar, sem saber onde vou
Se eu andar, sem saber quem sou
se eu falar, e a voz soar com a manhã
Eu sei

Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
Só Deus sabe o que virá,
Só Deus sabe o que será,
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim!

Se a tristeza é mais profunda que a dor
Se este dia já não tem sabor
E no pensar que tudo isto já pensei
Eu sei

Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
na incerteza de saber o que fazer, o que querer,
Mesmo sem nunca pensar, que um dia vais pensar
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim!

(de Sara Tavares)

Jornal vaticano discute questão das caricaturas sobre Maomé e blasfêmias na Espanha

Após o assassinato de um sacerdote católico na Turquia, segundo os primeiros indícios no contexto do protesto pela publicação de caricaturas sobre Maomé, o jornal da Santa Sé propõe um exame de consciência sobre a liberdade de expressão e liberdade à ofensa dos sentimentos religiosos. Esta análise, afirma «L’Osservatore Romano», deveria envolver todos os meios de comunicação e todos os países, citando explicitamente o caso da Espanha, onde um espetáculo teatral ridiculariza o Papa, ameaça os católicos e incita à apostasia, ou onde um programa de televisão explicou «Como cozinhar um crucifixo». «É lícito, em nome da liberdade de pensamento, ferir o sentimento religioso de quem pertence a uma determinada confissão? Onde começa o direito de expressão e onde começa a ofensa às convicções interiores dos demais?», pergunta Francesco M. Valiante, na edição italiana de 6-7 de fevereiro do jornal. «Qual é a fronteira entre sátira e escárnio, entre ingênuo e ultraje, entre ironia e blasfêmia?», segue perguntando o autor como parte deste exame de consciência. Trata-se de um debate, reconhece, entre quem «invoca o direito a caricaturar a Deus» e quem considera as charges como «um erro», «uma provocação», «uma difamação», «um acto blasfemo». «Na questão se mesclam e, em ocasiões, confundem-se níveis diferentes: o jurídico, o cultural e o ético», constata. «Não há dúvida de que o direito a manifestar o próprio pensamento e o direito a professar livremente uma religião formam parte a pleno título dos direitos humanos fundamentais e irrenunciáveis universalmente reconhecidos» desde há 60 anos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Ao mesmo tempo, acrescenta, «é indubitável que toda genuína expressão do primeiro destes direitos encontra na plena e integral realização do segundo um limite, por chamá-lo, de algum modo, natural». «A tão louvada “laicidade” da sociedade moderna não deveria encontrar um dos pontos cardeais de referência precisamente na compreensão e no respeito das convicções do “outro”, ainda que sejam diferentes e antiéticas das próprias?», pergunta o autor do artigo. «Que progresso social, que meta civil supõe ridicularizar os símbolos da fé de um crente, independentemente da religião à qual pertence?». «Não estamos falando, como é óbvio, da crítica legítima, da polêmica argumentada, da dissensão expressa inclusive de maneira radical --declara o texto--. Nenhuma Igreja ou confissão pode pretender privilégios e imunidade». «Mas pode, e mais, deve exigir respeito quando estão em jogo a verdade e a dignidade de uma experiência como a religiosa, que pertence à dimensão mais íntima e fundamental da pessoa humana», citando depois outras, como a familiar. O artigo define a função pedagógica e moral da sátira com o antigo provérbio latino «csatigat ridendo mores» (castigue os costumes rindo). O texto louva a sátira, por exemplo, «quando fustigou os maus costumes e denunciou as injustiças de toda época, desmascarando a idolatria dos “poderosos”, desnudando-a desse ar sacro e artificioso que com freqüência escondia os vícios e a corrupção». Mas isto, acrescenta, não tem nada a ver com as «baixas posturas “sacrílegas”. Quando ignora os valores e os símbolos do religioso, do que é sagrado em sentido e indefectível, perde inevitavelmente sua natureza e sua função». «Ao ficar privada de toda finalidade crítica ou educativa, converte-se em mera agressão. Transforma-se em vulgaridade gratuita», denuncia. E no caso das charges de Maomé ou das blasfêmias contra o crucifixo na Espanha, segundo o jornal, não fica claro «o valor artístico e cultural, ou simplesmente “satírico”». «Fica obscura inclusive sua pretensão de ser uma expressão de liberdade ou de “laicidade”. Mas, neste caso, infelizmente, o sentido comum tem pouco a ver. Ante a vulgaridade, ante o insulto e a blasfêmia, a inteligência da razão se vê obrigada a claudicar». O artigo conclui constatando que o sucedido na Espanha não parece «que tenha suscitado particular desdém na opinião pública. Contudo, entre os excessos do ruído midiático e o silêncio condescendente --reconhece--, fica a dignidade ofendida, a consciência ferida». «Nessa Cruz --sinal por excelência do Amor universal-- profanada por uma repugnante mescla de miséria e obscenidade, fica agravada e cravada toda a humanidade», assegura.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Cancaço



As fotos foram tiradas, para quem não conhece, num nicho que há no muro da Quinta do Sóime em Vilar de Andorinho.

(Tiradas por Nuno Monteiro)




Para encontrar algum equilíbrio entre mente e corpo, peguei na minha bicicleta e fui dar a minha volta diária ( que havia interrompido à já três semanas). Pois é, o cansaço psicológico começa a ser muito já ao fim de três semanas de exames. O que me consola é que já estou a estudar para o último que é na próxima sexta feira a Filosofia Moderna.
Como estava a dizer, para puder descansar e alhear-me um pouco de tudo, nada melhor que conjugar o corpo e a mente. Ao pedalar, meu corpo investe a sua energia em excesso e de alguma forma rejuvenesce um espírito cansado. Vou encontrando uma ou outra pessoa conhecida que me cumprimenta, vou escutando o canto dos passáros a anunciar o fim do dia enquanto os raios de sol vão ficando mais fracos e descendo no horizonte até que o céu se torna vermelho e aparecem os primeiros astros da noite. Noto também que a Natureza está a cumprir mais uma vez o ciclo da vida, pois tudo se torna mais verde, as árvores fortalecem-se e ganham vida com as suas folhas a despontar, as plantas começam a espreitar timidamente do seio da Mãe Terra. Ainda é cedo para as aves do céu começarem a fazer os ninhos, mas já se sente a sua felicidade pois está o tempo a chegar. A felicidade, a vida, voltou ao mundo como sempre volta todos os anos. Sentir a sensação de liberdade percorrer cada célula do corpo e o vento gélido a cortar o rosto até que vem as lágrimas. Haverá coisa mais saudável que este conjunto de sensações?

Novamente os símbolos religiosos

(Tirada por Nuno Monteiro)



Com esta confusão que se tem gerado à volta das caricaturas do profeta Maomé, lembro-me novamente da cobardia de alguns dos nossos governantes ao retirar o crucifixo das nossas escolas e espaços públicos. Sim cobardia pois tiraram sem explicação alguma, sem enfrentarem o povo que os colocou e escolheu para governar. Se tirar símbolos religiosos é governar então qualquer pessoa o pode fazer.
Não é competência de quem governa lutar por uma vida mais digna e mais justa para com o povo português? Porquê que isso não fazem então se é da sua competência?
O Crucifixo faz parte da simbologia da identidade de um país, ao retirar este símbolo retira também a história pessoal de cada um de nós que tem aquele símbolo como meio de redenção. Uma cruz não pode fazer mal nenhum, não se impõe a nada nem ninguém, por isso continuo e continuarei sem perceber o porquê de todo este alarido.
O homem é por natureza um ser religioso, pois desde que se conhece e se encontra no mundo procura sempre "religar-se"ao criador, a Deus. A palavra religião, vem precisamente deste vocabulo latino religare. O homem sendo assim fica sem esta hipótese de se "religar" ao divino pois a sabedoria do mundo (diferente da de Deus) faz com que o homem não respeite o sagrado, o espaço do sagrado.

domingo, fevereiro 05, 2006

Porto

O rio dá-se à Cidade como espelho
que reflecte a história,
beleza e magia que as pedras
em tons de cinza têm para contar.
A noite caíu na cidade e
a cidade renasce nas águas do douro,
com lanternas a iluminar o negro,
as brumas da cidade.
Uma noite que se anuncia gélida,
mas que irá aquecer os corações
amigos que se encontraram na margem esquerda.
Um encontro, uma ceia entre risos e conversa fiada,
uma noite calma, simples e quente
entre os "laços" criados,
entre um grupo de irmãos
que vão partilhando a sua vida.
Uma noite fria mas cheia de calor.
Uma noite escura, mas cheia de luz.
Uma presença amiga que rompe a solidão
da semana que passou.

(Nuno Monteiro)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Circulo da Vida

Criar,
Renovar,
Recriar,
este é o ciclo da dança do mundo.
Cria e destrói,
revona e recria,
Tudo em constante devir.
Tudo em perfeita harmonia.
Nada falha nesta roda da vida,
os momentos conjugam-se
e acontece a recriação,
sob a liberdade do homem,
através da liberdade de um Ser Superior
que doa ser, o seu ser.
Somos emanências de Deus,
somos a continuidade da divindade.
Somos então um Deus?
Não...
Mas podemos aproximarmo-nos dessa perfeição
(Nuno Monteiro - 03/02/2006)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Candelária ou Festa da Virgem da Luz


“Todo o escriba instruído acerca dos céus
é semelhante a um pai de família
que tira novas e velhas do seu tesouro.”
(Mt. 13, 52)

No dia 2 de Fevereiro, a Igreja faz memória da Apresentação do Menino Jesus.
O Evangelho de São Lucas narra que, depois do nascimento de Nosso Senhor e decorrido o prazo que a Lei mosaica estabelecia para a purificação das mulheres que davam à luz, Nossa Senhora e São José levaram o Menino Jesus ao Templo para O apresentarem a Deus, conforme também prescrito na Lei. Na ocasião, Maria Santíssima ofereceu ao Senhor o sacrifício ritual de dois pombinhos, estabelecido para a purificação de mulheres pobres. Jesus e Maria não estavam sujeitos à Lei, mas quiseram observá-la por amor à humildade e para nos dar o exemplo.
Este era um ritual marcadamente judeu, o apresentar os primogénitos ao Templo implicava um rito de purificação da mãe. Porém, uma vez que Maria não terá perdido a sua virgindade ao dar á luz, não estava sujeita a uma tal legislação, pois a sua concepção não foi por via do casamento mas por um sopro místico. Mas sujeitou-se à lei para dar um exemplo de humildade. Era uma família pobre pois a oferta ao Templo foram duas pombas (a oferta menor).
Pretender que o tempo mítico entre no tempo litúrgico por meio do tempo histórico leva quase a violentá-los aos três. No cumprimento do ritual bíblico, toda a mulher devia apresentar no templo o seu primogénito, só quarenta dias após o nascimento, tempo que durava a sua impureza. Para resgatar o seu filho a Iahvé, devia oferecer um cordeiro, ou um par de rolas ou pombos jovens se fosse pobre. Eram necessárias duas porque uma era sacrificada no altar dos holocaustos e a outra oferecida ao sumo-sacerdote como expiação da transgressão. Quanto à ave oferecida em holocausto: “O sacerdote apresentará a ave sobre o altar e quebrar-lhe-á a cabeça, que queimará no altar, depois de ter espremido o seu sangue sobre os lados do altar. Retirará o papo e as penas e deitá-las-á ao lado do altar, ao oriente, no lugar onde se deitam as cinzas. Então, o sacerdote abrirá a ave pelo lado das asas sem as separar, e queimá-las-á sobre o altar, sobre a lenha do braseiro. Será um holocausto, uma oferta queimada, de agradável odor ao Senhor” (Levítico 1,15-17).
Depois da oferta e da circuncisão de Jesus, dá-se o encontro com o velho Simeão que toma o menino nos seus braços e canta um dos mais belos poemas messiânicos do livro de Isaías: “Que formosos são, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que apregoa a vitória! As tuas sentinelas elevam a voz, cantam em coro, porque vêem com seus próprios olhos Iahvé que volta a Sião… aos olhos das nações, e todos os confins da terra verão o triunfo do nosso Deus.
Só no século VI a Igreja de Roma adoptou esta festa. A festa passou a ser chamada de Candelária pelo povo mais simples em eu o único rito exterior era uma procissão de velas. Afirmou-se muitas vezes que esta procissão teria sido instituída pela Igreja de Roma para substituir um ritual pagão particularmente popular, as lupercais. Em honra de Februa, mãe de Marte, deus da guerra, os Romanos iluminavam a cidade de cinco em cinco anos, com velas e archotes, durante uma noite, para que Marte lhes concedesse a vitoria sobre os seus inimigos. Também contam as fábulas dos poetas que Proserpina era tão bela que Plutão, deus dos Infernos, apaixonou-se por ela e levou-a para o interior da terra. Seus pais procuraram-na nas florestas e bosques com tochas e archotes e todos os anos as mulheres de Roma cumpriam esse ritual fazendo memória desta lenda. Como os cristãos recentemente convertidos á fé cristã não se conseguiam decidir, o Papa Sergius ordenou que os cristãos em todo o universo celebrassem uma vez por ano a santa Mãe do Senhor, com velas acesas e candeias benzidas. Julga-se que será a festa mariana mais antiga do Ocidente cristão.
Porém os historiadores notam que só a partir do século VII surge esta festa mariana da candelária e nessa época a memoria das praticas romanas estariam à muito tempo esquecidas e o problema da “cristianização” de um festa latina já não se colocava. Em contrapartida, as populações da Europa céltica traziam com a sua conversão um universo mítico muitíssimo diferente de Roma ou do Oriente.
Na Irlanda, por exemplo, país de onde os povos passaram directamente das suas tradições celtas para o cristianismo, celebra-se na noite de 1 de Fevereiro a festa de Santa Brígida. Ora, na Irlanda no dia 1 celebrava-se uma das quatro festas sazonais que ritmavam o ano litúrgico celta. O seu nome em Irlandês era Imbolc. A festa de Imbolc era presidida pela figura da deusa Brigit, e o princípio ou objectivo da festa era a purificação. Brigit seria o nome local da principal deusa “mãe dos celtas”.
(in "As Festas de Deus" de Guy Deleury Instituto Piaget)

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

A vergonha da Humanidade

Clique no título e participe nesta campanha, não custa nada.
Copie esse post e cole-o no seu blog como iniciativa em defesa das baleias quanto mais gente entrar nesta campanha, mais pessoas ficarão cientes do que está acontecendo. E quem sabe alguma coisa será feita? Uma corrente de união dos blogueiros na internet. Coloque o endereço do seu blog no post.(seu blog aqui). Se você aderir à campanha nos avise para visitarmos seu blog.International — Os japoneses estão colocando vidas humanas em risco para caçar baleias, na região da Antártida. No último sábado, dia 14, um arpão foi disparado em direção às baleias e passou a aproximadamente um metro de distância dos ativistas do Greenpeace que estavam em um bote, tentando impedir a caça.leia mais aqui
É a sua vez de salvar as baleiasInternational — Os botes infláveis já foram puxados para a terra. A tripulação está exausta, o barco precisa de combustível e é hora de levar a campanha para salvar das baleias dos oceanos para a rua principal. Veja a reportagem e o vídeo, conselho nao verem quem nao gosta de ver cenas fortes, a baleia leva mais de trinta minutos para morrer numa agonia constante!!veja video aquicomentáriosCada um ajuda como pode, não adianta você ficar aí sentada(o) sentindo pena das baleias e não fazer nada para ajudar, se você é blogueiro divulgue a notícia se todos blogueiros divulgarem será uma campanha grandissima e isso fará as autoridades tomarem providências. Copie o post no seu blog.copie da caixinha a baixo no seu post e coloque o titulo acima:"A vergonha da humanidade"

Chuva

Hoje não me sai da cabeça esta música, ande por onde andar, faça o que fizer, esteja com quem estiver, a música e aquela voz suave da Marisa mantêm-se no meu pensamento. Partilho convosco a letra, mas aconselho a ouvir a música:
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

(Jorge Fernando)

Eu



Comungo da lua,
do sol,
das estrelas,
a mesma centelha de vida
suprada pelo fogo do Criador, Uno e eterno.
Sou natureza do Uno,
única essência do ser do mundo
e das coisas.
Criatura criador
relacionam-se na criação,
na natureza em cada ciclo sagrado
numa linguagem de símbolos e
ritos que nos aproximam do divino.