Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, fevereiro 08, 2009

Esperança de Job

Hoje ao escutar a Palavra de Deus, muitas questões se me levantaram, tal como a Job. Sendo este homem justo e íntegro sofreu várias quedas e sofrimentos, angústias e perdas sem nunca vacilar na sua fé em Deus. Mas sendo alguém de bem como pode Deus consentir que o justo sofra?
Diante do mal não nos é pedida a resignação, o ser humano pode e deve gritar, tem o direito de dizer a Deus que não entende por que o criou amante da vida e da alegria e depois o pôs num mundo de dor e de morte.
A oração de Job é feita de gritos e de lágrimas. Quem chora e grita a sua dor, mesmo se não se dá conta, está a invocar Deus, a pedir-lhe luz e força.Diante do mal não nos é pedida a resignação, o ser humano pode e deve gritar, tem o direito de dizer a Deus que não entende por que o criou amante da vida e da alegria e depois o pôs num mundo de dor e de morte.
A oração de Job é feita de gritos e de lágrimas. Quem chora e grita a sua dor, mesmo se não se dá conta, está a invocar Deus, a pedir-lhe luz e força.
Job maldiz o dia em que nasceu, mas não maldiz a Deus. Faz subir a Deus o seu drama. Os seus amigos falam sempre de Deus na terceira pessoa (tal como a cobra nos relatos da criação em Gn 3, 1-6. Job diz aquilo que sente nas horas de provação. “Nu saí do ventre de minha mãe e nu para lá voltarei.” O choque do sofrimento abala as evidências, as certezas fáceis e as lindas ideias reconfortantes. É sobretudo quando os homens sofrem que se voltam para Deus ou, pelo contrário, se afastam dele; mas, em qualquer dos casos, confrontam-se com o seu mistério.
O quadro narrativo, quase totalmente em prosa, compreende o Prologo (Cap. 1 e 2) e o Epilogo (42, 7-17); dois monólogos de Job (3 e 29-31); os diálogos de Job e dos seus três visitantes (4-27); o poema sobre a Sabedoria inatingível (28); os discursos de Elihu, o quarto visitante (32-37); a teofania de Jahveh e as respostas de Job (38, 1-42, 6). No prólogo, Job aparece bem situado numa vida honesta e simultaneamente feliz; mas, depois, passa por experiências de desgraça que levantam a questão de saber se ele era, de facto, ou se continuou ou não a ser honesto; no epílogo, a sua situação aparece, por fim, inteiramente restaurada.
O facto é que este livro se impôs como um dos mais elevados momentos literários da Bíblia; e, para a História da teologia, da filosofia e da cultura, até aos dias de hoje, ficou a ser um verdadeiro marco da tomada de consciência dos dramas da experiência humana.“Será necessário esperar uma nova aliança, o Getsémani, a Cruz e o seu reverso de gloria, para que os crentes descubram a aposta maravilhosa que Deus fez, desde sempre, pelo homem.
Já cinco séculos antes desta revelação definitiva, Job, ou o homem de Deus que se esconde por detrás dele, soube pressentir um dos maiores paradoxos da salvação. Compreendeu que a ferida em nós aberta pelo silêncio de Deus não é mais do que a esperança e que deste ferida Ele decidiu não nos curar.”

sábado, fevereiro 07, 2009

"Não chores se me amas
se conhecesses o mistério imenso
do Céu onde agora vivo
não chorarias se me amas...
Já estou no encanto de Deus
de Sua beleza sem fim...
Lembra-te dos bons momentos
que vivemos juntos e verás
que a saudade é também presença.
Quando estiveres triste, infeliz, chama-me
e eu virei ajudar-te, consolar-te e verás
como é bom ter um amigo do Outro Lado.
E quando chegar também a tua vez,
não chorem os que ficam, porque
não será um adeus, mas,
simplesmente um até à vista e
eu estarei lá, para te receber..."

(Santo Agostinho)