Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, julho 30, 2006

Pão da vida


Desde sempre o mundo teve fome, porque desde sempre houve desigualdade entre os homens e sede de poder, de vencer. Porém é notória sempre a presença de Deus no meio do Povo, e vem para saciar a humanidade e entrar na vida de cada um de nós. O pão da unidade e da abundancia. O pão da alegria e da vida.

Tal como vemos no antigo testamento, a confiança do profeta Eliseu em Deus, alimentou aquela gente e ainda sobrou. Isto porque a misericordia de Deus e o amor de Deus é tão grande que abre as Suas mãos e sacia a nossa fome com tão grande generosidade e enlevo.

"Há um só Corpo e um só Espírito" e é por este corpo que tudo subsiste, é este o corpo o verdadeiro alimento do nosso Espírito e que nos congrega num único Corpo que é a Igreja de Cristo. A unidade do Corpo do Senhor, sinal eficaz do seu mandamento, será possível quando todos os homens e mulheres comungarem num só coração, «uma só fé, um só Baptismo».

Jesus preocupa-se com a multidão ali reunida para o escutar e assim se apresenta como o pão da vida. Jesus manda que todos se sentem e toma os cinco pães de cevada e os dois peixes e dá graças ao Pai antes de os distribuir pela multidão. No texto não é utilizado o termo multiplicação, mas o Evangelho fala apenas de pães e de peixes postos em comum, de distribuição dos mesmos, do resultado – todos receberam «e comeram quanto quiseram» – e da recolha, em doze cestos, dos pães que sobraram, sinal de um alimento destinado a nunca esgotar. Nada mais. Então a mensagem central do relato não deve ser procurada na multiplicação, mas na partilha. Tendemos sempre a multiplicar tudo aquilo que é material: o dinheiro, a saúde, os anos de vida, as amizades, os sucessos e, quando nos sentimos incapazes de multiplicar, chamamos por Deus para que o faça por nós. Mas isto é síndroma de morte, deriva do medo da morte e do fracasso, é sinal de falta de fé.
A mesa sobre a qual é preparado o banquete é original. A multidão é convidada a sentar-se na erva verde de um prado. «Havia muita erva naquele lugar» (v. 10) – nota o evangelista – e este detalhe, aparentemente supérfluo e marginal, é significativo; evoca, de forma explícita, as palavras do salmo: «O Senhor é meu pastor... em verdes prados me faz descansar» (Sl 23, 1-2). Se Jesus faz sentar as suas ovelhas «na erva verde», isto significa que se apresenta como o pastor anunciado pelos profetas, quer dizer que teve início o banquete do reino de Deus (Is 25, 6), que surgiu o mundo novo, o mundo onde nunca mais será preciso discutir pela comida, porque esta será abundante para todos.

Agora a mensagem é clara: a criança, pobre, é o discípulo chamado a pôr à disposição dos irmãos tudo o que possui.

sábado, julho 29, 2006

Encontro Nacional de liturgia







« Jesus Cristo, ao dar aos Apóstolos e aos seus
sucessores o poder de perdoar os pecados,
instituiu na sua Igreja o sacramento da Penitência,
para que os fiéis que, depois do Baptismo, caíram
no pecado se reconciliem com Deus, pela
renovação da graça. A Igreja tem, de facto, «a
água e as lágrimas: a água do baptismo, as
lágrimas da penitência ».
(Preliminares da Celebração da Penitência, 2)


O tema desta semana de encontro a nível nacional foi "Deixai-vos reconciliar com Deus"(2 Cor 5, 20).


O encontro teve inicio na tarde de segunda com canto de vésperas. Depois do jantar foi a apresentação dos grupos e dioceses participantes. O Porto mais uma vez ganhou em todas as modalidades, pela sua presença em maior número, e em jovens; quanto ao número de Padres, houve um empate entre Porto e Lisboa.


A noite, tal como todas as outras noites, terminavam na capelinha das aparições em oração aguardando o momento em que a imagem de Maria ia "dormir". Pode ser ou parecer um gesto banal, mas para mim fazia sentido aquele momento ali, uma presença materna que me beijava o rosto e me dava boa noite, de certa forma fortalecia-me e refazia as poucas forças de homem que sou.


A companhia nestes momentos e em muitos outros não podia ser a melhor. Dois monges beneditinos, amigos que estudam comigo: O frei Nuno e o frei Pedro. Ficamos na mesma residencial e no mesmo piso e assim depois das nossas vigilias acabavamos no quarto de um de nós com uma seia farta de doces.

O único dia que fomos à conferencia foi terça feira com o P. Doutor José Manuel ,Garcia CordeiroReitor do Colégio Português em Roma. Confesso que estava quase a dormir na conferencia do dia anterior com o Tolentino. À noite tivemos um concerto "Requiem" de Mozart. Irritava-me profundamente as pessoas que batiam palmas entre cada peça, pois se era uma missa, só se batia palmas no final...Enfim


Fui acolitar algumas vezes tanto em Laudes na capelinha e nas missas na Basílica. Celebrações maravilhosas em que a Omnipotencia e grandiosidade de Deus era manifesta em cada gesto, em cada canto, em cada palavra... Tudo para o louvor do Pai...

Na Eucaristia de encerramento do encontro, quem presidiu à Eucaristia foi o Dom Albino Cleto e o meu serviço foi a mitra. Quando ía a colocar a mitra já no final para a benção, pisei o pé do Bispo :) ups...Ainda bem que não sou pesado.

Foram todos eles momentos muito fortes, aprendi, tirei dúvidas. Penso que as celebrações tem que ser dignificadas e vividas com o minimo rigor para assim por meio dos gesto e sinais que cada momento oferece, pudermos melhor louvar a Deus com a voz e o corpo.

Dos vários momentos de reflexão quero deixar isto:
É mergulhando em Cristo que encontrámos a profundidade do nosso ser e a essência do que somos e temos.

Jesus, neste profundo mergulhar, fala-nos da graça que recebemos pela Sua vida nova, pelo Seu sangue derramado de um madeiro.

Deus ama cada um de nós e quer-nos salvar e não perder nenhum de nós. A humanidade ao longo dos tempos e da história e na própria história individual de cada homem e mulher, afasta-se de Deus e de um caminho em comum com o próximo. Aqui reside o pecado: no afastamento de Deus e na falta de perdão.


Muitos outros momentos e meditações guardo-os no coração...
Cansado e cheio de livros cheguei a casa

domingo, julho 23, 2006

Paz...

Salmo 22
O Senhor é meu pastor: nada me faltará.


O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.


Em Jeremias, na primeira leitura, ficou-me uma expressão que é muito actual nas nossas comunidades espalhadas por esta Igreja Universal... "Dispersastes as minhas ovelhas e as escorraçastes, sem terdes cuidado delas." Quantos são os pastores que se preocupam apenas em comprar e vender as ovelhas do seu redil e descoram as principais atitudes em relação ao redil? Não tomam o rebanho como seu e por isso não se entregam de alma e coração... Se não se derem e se gastarem pelo rebanho, não são pastores. O exemplo do Bom pastor é aquele e o único que devemos seguir.

O Pastor é então o principal condutor de um rebanho, é certo que as ovelhas também aprendam por si a seguir o caminho, mas sempre com uma direcção e com um caminho e objectivo a atingir.

Hoje, o Papa Bento XVI, fazia o convite à Igreja para que se unisse e rezasse pela Paz, pelo dom da Paz. Na nossa paróquia, rezamos a Eucaristia com os textos votivos pela paz, unindo assim esta Igreja particular à Igreja Universal.
«Cristo é, de facto, a nossa paz». Ele reúne, «num só Corpo», todos os homens e mulheres, derruba «o muro da inimizade», oferece-Se, «pela imolação do seu corpo», ao Pai, «num só Espírito».
Que esta Igreja seja cada vez mais capaz de pautar caminhos de paz e de amor que levam a humanidade a um caminho comum, unidos sempre no mesmo Espírito de caridade e de amor, de concórdia e de esperança, de união e de fidelidade. Vem Espírito, sopro do Pai, e acende nos quatro cantos do mundo o fogo do Teu amor, vem e inflama o coração de quantos anseiam por Ti e consola-os nas suas fraquezas e tristezas, vem e transforma os corações de pedra, orgulhosos e frios daqueles que governam o mundo e calcam os mais pobres e fracos. Ensina-os que as únicas armas a usar são as armas do amor, do respeito mutúo e da palavra.

Hoje em dia o convite que Jesus fez aos seus discípulos cansados do trabalho "Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco" continua actualizadissimo. Este convite é dirigido aos muitos refugidos que têm fugido di Libano, que tem deixado tudo para trás, um passado, um presente e um futuro que construiam; este convite é dirigido a cada um de nós que anda cansado e abatido, oprimido pelos diversos factores que nos são externos...

Sigamos então este convite de Jesus, descansar e recuperar forças, revigorar as nossas forças no silêncio e na oração e contemplação a que o silêncio leva.
Vou para Fátima uma semana, vou fugir para um local isolado e descansar um pouco, estar com Jesus e sua Mãe

quinta-feira, julho 20, 2006

Vamos estar em Comunhão


O Santo Padre acompanha com grande preocupação o destino de todas as populações interessadas e convoca para o próximo domingo, 23 de julho, um dia especial de oração e penitência, convidando os pastores e os fiéis de todas as igrejas locais, assim como todos os crentes do mundo, a implorar de Deus o dom precioso da paz.

Em particular, o Sumo Pontífice deseja que se eleve a oração ao Senhor para que cessem imediatamente os ataques entre as partes, para que se instaurem imediatamente corredores humanitários para poder levar ajuda às populações que sofrem, e para que dêem início depois a negociações razoáveis e responsáveis, para pôr fim a situações objetivas de injustiça existentes naquela região, como já indicou o Papa Bento XVI no Ângelus do domingo passado, 16 de julho.

Na verdade, os libaneses têm o direito de que se respeite a integridade e a soberania do seu país, os israelitas têm o direito de viver em paz em seu Estado, e os palestinos têm direito a uma pátria livre e soberana.

Neste momento doloroso, Sua Santidade dirige também um chamado às organizações caritativas, para que ajudem todas as populações afetadas por este desapiedado conflito.

quarta-feira, julho 19, 2006

Canto de louvor

"Cantarei ao Senhor enquanto viver,
louvarei o meu Deus enquanto existir,
n'Ele encontro a minha alegria".


Oh meu Senhor,
o meu grito da manhã
é para ti.
Acordei a pensar em Ti
e senti a flecha no peito,
com que me marcaste desde o início.
A chama que me deixaste consome-se,
arde por ti e pelos irmãos.
"Bendito seja Deus,
Pai do nosso Senhor Jesus Cristo"(Ef 1,3)
pois nos concede a cada um, um dom.
O dom do serviço a que nos chamas.
Porque tenho medo? Nada é impossivel para Ti...
Escondi-me em todo o lado
mas sempre me procuraste e encontraste.
Sou especial para Ti,
Tu amas-me como a cada homem e mulher.
O meu coração quer gritar e falar,
as minhas mãos estão estendidas
mas sou tão limitado para fazer o que esperas de mim.
Uma certeza eu contínuo a ter:
o Teu amor por mim continua
e de braços abertos de acolhes sempre
fazendo festa,
vestindo-me com as melhores roupas
e tudo isto porque amas.
Olha para mim então meu Deus
e criando uma comunhão
que produz sempre beleza,
estamos a ser um só, pois:
«Já não sou eu que vivo,
é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20).

terça-feira, julho 18, 2006

Choro quando....

Choro
...quando meu limite
de sentir dor
extravasa,
...quando minha capacidade
de suportar
vai além
das minhas forças,
...quando a garganta
sufoca com gritos e
se fecha com muitos nós...
Digo
que não vou chorar,
mas choro,
...porque sou impotente
perante as dores do mundo
...porque não consigo
o mal melhorar,
Choro
...para aliviar meu peito...
para nos outros acreditar,
Choro
...porque às vezes me entrego
e perco a garra para lutar,
Choro
...pelas saudades
que não consigo matar,
Choro
...porque não me entendem
e não me deixam explicar,
Digo
que não vou chorar
mas choro,
pelas injustiças que vejo
pelas dores de todos os corações,
pela fome, pelas guerras,
pelas doenças de nossa terra...
digo então
que não vou chorar,
mas choro,
...por não concordar,
não aceitar,
não me conformar...
...que algumas pessoas
preferem odiar
a amar!

Assim sim...

Acordo e ouço umas pingas pálidas a cair sobre a terra, depois aquele aroma a terra molhada que tanto gosto... Deus olhou para os seus filhos e refrescou-nos à sombra do seu manto, com a frescura das águas que jorram dos céus. Um vento forte e fresco corre a terra, é o Espírito do Senhor que nos vem dar o alento, o vigor...



CÂNTICO DAS CRIATURAS , de S. Francisco de Assis



Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor

Teus são o Louvor, a Glória, a Honra e toda a Bênção.



Louvado sejas, meu Senhor,

com todas as Tuas criaturas, especialmente o senhor irmão Sol,

que clareia o dia e que, com a sua luz, nos ilumina. Ele é belo

e radiante, com grande esplendor; de Ti, Altíssimo, é a imagem.



Louvado sejas, meu Senhor,

pela irmã Lua e pelas estrelas, que no céu formaste, claras.

preciosas e belas.



Louvado sejas, meu Senhor.

pelo irmão vento, pelo ar e pelas nuvens, pelo sereno e por todo o tempo em que dás sustento às Tuas criaturas.



Louvado sejas, meu Senhor,

pela irmã água, útil e humilde, preciosa e casta.



Louvado sejas, meu Senhor,

pelo irmão fogo, com o qual iluminas a noite.

Ele é belo e alegre, vigoroso e forte.



Louvado sejas, meu Senhor,

pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, produz frutos diversos, flores e ervas.



Louvado sejas, meu Senhor,

pelos que perdoam pelo Teu amor e suportam as enfermidades e

tribulações.



Louvado sejas, meu Senhor,

pela nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode

escapar.



Louvai todos e bendizei o meu Senhor!

Dai-Lhe graças e servi-O com grande humildade!

segunda-feira, julho 17, 2006

Que fim de semana...






Bem, este fim de semana foi de morrer, mas este morrer é saudável pois ainda construimos mais laços de amizade ou reforçamos os que haviam. Estou a falar da participação do grupo de Jovens Nahar na Festa da Cebola da Freguesia de Vilar de Andorinho.

O fim de semana começou com o empenho de alguns, logo de manhã, para começar a organizar as coisas para a nossa tasca. O dia prometia...O calor que se fazia sentir era intenso e tornou-se ainda mais intenso nos dois dias seguintes. Durante a tarde foi um corre corre para que tudo estivesse pronto a tempo e horas, ou seja, antes das 19h.

Servimos jantares, petiscos... O arranque custou muito, mas com a pratica as coisas funcionaram relativamente bem.



Sábado e domingo seguiram-se com algum trabalho também, mas tudo isto para quê? O grupo tem alguns objectivos que gostariam de realizar, tal como ir a Taizé uma semana e participar nas Jorndas da Juventude em Sidney.

A noite de sábado para domingo foi longa, pois alguns de nós decidimos ficar a dormir na casa onde temos as reuniões. Apesar de não ter sido muito o descanso, sempre deu para fechar os olhos. Acordar com aquele pequeno grupo de amigos, partilhar o que temos no pequeno almoço e depois atravessarmos a rua todos juntos para ir à missa das 11h, foi uma experiência de grupo mesmo...

O domingo começou bem e estava a correr bem, mas quando começou a apertar o trabalho as coisas parece que começaram a mudar de sentido... Dois dos nossos melhores ajudantes (o B. e o P.) tiveram acidentes perfeitamente normais de que quem trabalha com tamanha intesidade na cozinha e com o empenho que empregaram nestes três dias. Entretanto começa uma discussão numa das tascas por uma coisa insignificante e acabou com uma ida para o Hospital e com a chegada de policias, enfim, até me custa dizer isto, mas é Vila d'Este...

Não posso deixar de o dizer porque seria injusto da minha parte, mas tenho que deixar um agradecimento especial a todos e a todas que nos ajudaram, pois o grupo está a dar os primeiros passos e tem medo das quedas ainda, mas graças ao esforço da comunidade, nós temos vindo a crescer com as pequenas e grandes quedas que damos.
Não posso deixar de ficar triste também com o pouco empenho de alguns dos jovens, mas alegra-me bastante o empenho de muitos dos jovens porque graças a eles nunca teriamos conseguido nada disto. Portanto,penso que apesar de tudo foi positivo...

Obrigado pelas mãos daqueles que lavaram a loiça e esfiavam o bacalhau;
Obrigado pela paciencia com que atendiam os clientes;
Obrigado pela toque especial que davam aos molhos;
Obrigado pelas iscas de bacalhau ;)...



Como diria Jesus, " quem tem ouvidos ouça" ou então como diz a sabedoria do nosso povo, Para bom entendedor, meia palavra basta...



(Os resistentes com o seu pároco)

sexta-feira, julho 14, 2006

Calor...

Bem, impossivel, parece que as portas do inferno se abriram...Está um calor daqueles...

O Salmo 23 vem-me à cabeça nestes dias quentes, de sol tórrido
"SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz-me às águas refrescantes."

O que me leva a pensar na confiança que eu devo colocar no meu Senhor, pois assim tudo será levado de animo leve. Em verdes prados me faz descansar e nas águas refrescantes me conforta a alma e a sede. Confio em Ti Senhor, embora muitas vezes vacile, admito.

quinta-feira, julho 13, 2006



"El alma que anda en amor, ni cansa ni se cansa"

No silêncio


Ainda se sentia o cheiro das rosas que adorvanam as imagens do Patriarca, os claustros ainda cantavam os hinos e os salmos em louvor de S. Bento de Núrsia. Cheguei ao Mosteiro de Singeverga antes da oração da Hora intermédia. Ainda deu tempo para caminhar um pouco pela mata e por a conversa em dia. Toca o sino e lá vou eu para coro para cantarmos os salmos da Hora Intermédia.
O almoço (sardinha assada lol), foi como em todas as situações em que recebem hospedes em casa, a mesa dos hóspedes fica no centro e no final da refeição todos se levantam e esperam que os hóspedes saim... Isto não é acolher o próprio Cristo como diz a Regra de S. Bento, mas é expor o hóspede ( estou a brincar claro).
Depois do almoço fui tomar café com o irmão Bento e um sobrinho que estava lá de visita. Durante o café e claro que não podia faltar o Licor de Singeverga, tivemos uma conversa muito interessante de cariz teológico/religioso.
Hoje conheci a Citânia de Sanfins e também o mosteiro de Bande das Irmãs Carmelitas ( que de clausura não têm nada).
Acabamos o passeio no mosteiro de Santa Escolástica em Roriz. As irmãs que falaram conosco tanto num mosteiro como noutro, irradiam uma felicidade e um sorriso quase que sobrenatural.
O dia acabou com o Canto de Vesperas, num ritmo que me elevou e fez-me bater de outra forma. Da leitura breve de vesperas ficou-me a última frase"Confiai-Lhe todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós"
Um dia bem passado, em locais tocados e com uma companhia tocada e escolhida por Deus

terça-feira, julho 11, 2006

Patriarca da Europa


"I am sure I shall see the goodness of the Lorde
in the land of the living. Yes I shall see the goodness
of our God, hold firm trust in the Lord"



Esta manhã acordei a cantar esta música, uma letra que demonstra confiança e esperança... A ver vamos por quanto tempo se irá manter.

E vem mesmo a propósito deste dia em que a Igreja celebra a Festa do Patrono da Europa.
Nasceu em Núrsia (Úmbria) cerca do ano 480; estudou em Roma; começou a praticar vida eremítica em Subiaco, onde reuniu um grupo de discípulos, e passou mais tarde para Montecassino. Aí fundou um célebre mosteiro e escreveu a regra, cuja difusão lhe valeu o título de patriarca do monaquismo ocidental. Morreu no dia 21 de Março de 547; mas já desde os fins do séc. VIII, em muitas regiões começou a celebrar-se a sua memória neste dia.

"Nada absolutamente anteponham a Cristo, o qual nos conduza todos juntos à vida eterna."

domingo, julho 09, 2006

Não tenho pecados...

Atenção, não é propensão minha, mas o que é certo é que fazendo jus à lenda que se conta na Lapa em Sernancelhe, só passa entre duas fendas quem não tiver pecados, logo eu como passei, não tenho pecados. Antes fosse assim, pois na nossa condição humana é frágil e cai vezes sem conta. Mas também tem sempre um Deus amante que nos levanta e recolhe nos seus braços.
Bem porquê isto hoje???
Hoje o meu dia começou logo cedo, ainda antes do galo cantar, mas já o céu clareava com uma névoa pesada e com o chilrear dos melros. Às 6:30 já estava em Vilar pois hoje foi o dia do passeio paroquial e eu e a Raquel fomos "responsáveis" por uma camioneta das três que iam.
O destino foi Sra da Lapa em Sernancelhe onde foi presidida a Eucaristia pelo Pdr. Albino e animada por um grupo de jovens da paróquia. Foi um dos momentos fortes do dia, pois reunidos em comunidade à volta das mesas da Palavra e da Eucaristia, numa Igreja que só assim se entende Católica (Universal). Depois da Celebração chegou o momento do teste e o que é certo é que passei na tal Rocha como podem comprovar pela foto ;)
(Imagem da Sra da Lapa)
Uma volta pela vila e lugares envolventes do Santuário e não pode deixar de resistir à tentação de comprar uns queijinhos...
Almoçamos ainda em Sernancelhe e seguimos para Penedono para ver o Castelo e a magnífica Igreja. Olhem só para este tecto em madeira e em cada um dos retábulos a figura de um santo...
(Castelo de Penedono)
Lá seguimos viagem até São João da Pesqueira, por entre curvas e mais curvas, mas com a paisagem maravilhosa das mãos de Deus, do Douro e das suas vinhas caracteristicas.
Parámos mais uma vez para nos colocarmos diante da obra de Deus e contempla-Lo no Monte com a Capela de São Salvador do Mundo. Mais próximo do céu, mais próximo de Deus, assim acreditavam os antigos e assim o vivemos nós ao procurar sempre estes lugares como local de reunião com o nosso Deus.
O último local foi no Monte de São Leonardo em Galafura. Realmente uma vista excepcional e com o melhor pôr do sol que alguma vez olhei. Uma oração em comunidade ao pôr do sol, antes de voltarmos até nossas casas...

sexta-feira, julho 07, 2006

Um dia de emoções


(A minha turma em frente à estátua equestre de D. Pedro)


Pois é, hoje foi um dia cheio de emoções e algumas muito fortes como poderão dar conta, mas o caminho faz-se a caminhar...

Hoje foi o nosso último exame a Ontologia, complicadito este estudo do ser do ente... agora é esperar pelo veredicto final.

No fim do exame, a turma reuniu-se toda num almoço em família no Embaixador e todos comemos francesinhas nham nham. Marcou o fim dos exames, mas também de alguma forma a despedida de alguns elementos da nosa turma (uns uma despedida ja assumida, para outros uma despedida que já é esperada mas não sabida). Nestes dois anos vivemos muita coisa em comum, mas sempre unidos sempre... Três dos nossos irmãos Capuchinhos vão voltar para Cabo Verde sua terra natal e continuarão os seus estudos teológicos em Itália; um Redentorista vai também fazer o noviciado em Itália e o Dehoniano mais curtido da província vai fazer também um ano de noviciado e a nossa querida Abanela vai continuar os estudos na Católica de Lisboa. Por isso dizia eu no início que o caminho se faz a caminhar, tudo faz parte da nossa história de discípulos de Cristo. Por entre abraços fortes, saudosos e emotivos, alguns olhos mais vermelhos que outros fortalecemos laços de amizade e de amor em Cristo, que é o nosso único elo.

Depois do almoço fomos ao funeral do pai da nossa profesora de Ontologia. Andámos um pouco à deriva, mas lá chegamos À Igreja de Valbom. Fomos nós que cantamos na Eucaristia e animamos a celebração quer com acólitos e leitores. A professora ficou emocionadissima.

Ahh hoje também fiz uma visita breve à que um dia virá a ser a minha casa...

quarta-feira, julho 05, 2006

Ganhar e perder

Alguém me sabe dizer porquê que mais cedo ou mais tarde acabamos por perder tudo aquilo que de bom ganhamos nesta vida? Acontee este jogo realmente, de perder e ganhar. Posso afirmar, não com a firmeza de S. Paulo "que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro". Se tenho a Deus na minha vida que temerei??? Só Deus basta, nada te turbe, nada te espante.
Porém é sempre dolorosa uma separação, uma perda, um adeus, pois criamos laços e deixamo-nos cativar... O tempo entrará na minha história?

Vida

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é um sonho, torna-o uma realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é uma riqueza, conserva-a.
A vida é amor, desfruta-o.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é uma tristeza, ultrapassa-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é uma tragédia, domina-a.
A vida é uma aventura, agarra-a.
A vida é uma felicidade, merece-a.
A vida é VIDA, defende-a.


(Madre Teresa de Calcutá )


Hoje canto a vida que há em ti, a alegria e juventude que pões em cada uma das coisas que fazes, a expontaneidade que ofereces em cada momento, a nova vida que em ti está a nascer... Enfim canto a vida.... Que o PAI te cumule de todas as bençãos e te acompanhe sempre e sempre...
Para a Yadah mais velhinha ;)

domingo, julho 02, 2006

Frases soltas de hoje

"Deus não se alegra com a perdição dos vivos" (Sab 1, 13-15; 2, 23-24)

"Ao cair da noite vêm as lágrimas e ao amanhecer volta a alegria" (Salmo 29 (30))

"Não temas; basta que tenhas fé" (Mc 5, 21-24.35b- 43)

"Eu te ordeno levanta-te"



A passagem do Evangelho deste domingo está cheia de cenas que se sucedem rapidamente em lugares diferentes. Está, antes de tudo, a cena nas margens do lago. Jesus está rodeado de uma grande multidão quando um homem se joga aos seus pés e lhe dirige uma súplica: «A minha filha está a morrer; vem, impõe tuas mãos sobre ela, para que se salve e viva». Jesus põe-se então a caminho com o homem até a sua casa. A segunda cena acontece no caminho. Uma mulher que sofria de hemorragias aproxima-se de Jesus às escondidas para tocar no seu manto, e sente-se curada. Enquanto Jesus falava com ela, da casa de Jairo chegam a dizer-lhe: «Tua filha morreu. Para que incomodar o Mestre?». Jesus, que ouviu tudo, diz ao chefe da sinagoga: «Não temas, mas tem fé». E eis aqui a cena crucial, na casa de Jairo: grande confusão, gente que chora e grita, como é compreensível ante o falecimento recém ocorrido de uma adolescente. «Entra e diz-lhes: “Por que vos desesperais e chorais? A menina não morreu; está dormindo”. [...] Ele, depois de mandar todos para fora, toma consigo o pai da menina, sua mãe e os seus, e entra onde estava a menina. E tomando a mão da menina, lhe diz: “Talita kum”, que quer dizer: “Menina, levanta-te”. A menina levantou-se e pôs-se a andar, tinha doze anos. [...]. E insistiu muito para que ninguém o soubesse; e disse-lhes que lhe dessem de comer».
A passagem do Evangelho sugere uma observação. Volta-se a discutir continuamente sobre o grau de historicidade e fiabildiade dos Evangelhos. Assistimos recentemente ao intento de pôr no mesmo nível, como se tivessem a mesma autoridade, os quatro evangelhos canônicos e os evangelhos apócrifos dos séculos II-III. Mas esta tentativa é simplesmente absurda e demonstra também boa dose de má fé. Os evangelhos apócrifos, sobretudo os de origem gnóstica, foram escritos várias gerações depois por pessoas que haviam perdido todo contato com os fatos e que, além disso, não se preocupavam nem minimamente por fazer história, mas só por colocar nos lábios de Cristo os ensinamentos próprios da escola delas. Os evangelhos canônicos, ao contrário, foram escritos por testemunhas oculares dos fatos ou por pessoas que haviam estado em contato com as testemunhas oculares. Marcos, de quem lemos este ano o Evangelho, esteve em estreita relação com o Apóstolo Pedro, de quem refere muitos episódios que o tiveram como protagonista. A passagem deste domingo nos oferece um exemplo desse caráter histórico dos Evangelhos. O nítido retrato de Jairo e seu pedido angustiado de ajuda, o episódio da mulher que encontra a caminho de sua casa, a atitude céptica dos mensageiros para com Jesus, a tenacidade de Cristo, o clima das pessoas que choram pela menina morta, o mandato de Jesus referido na língua original aramaica, a comovedora solicitude de Jesus de que se dê algo de comer à menina ressuscitada. Tudo faz pensar em um relato que remete a uma testemunha ocular do facto.
Agora, uma breve aplicação do Evangelho do domingo à vida. Não existe só a morte do corpo, também está a morte do coração. A morte do coração existe quando se vive na angústia, no desânimo ou em uma tristeza crônica. As palavras de Jesus: Talitá kum, menina, levanta-te! Não se dirigem portanto só a rapazes e moças mortos, mas também a crianças que vivem. Que triste é ver os jovens... tristes. E há muitíssimos ao nosso redor. A tristeza, o pessimismo, o desejo de não viver, são sempre coisas más, mas quando se vêem ou se ouvem jovens expressar isso, o fato oprime o coração ainda mais. Neste sentido, Jesus continua ressuscitando também hoje a meninas e meninos mortos. Ele o faz com sua palavra e também enviando-lhes seus discípulos, que, em Seu nome e com Seu mesmo amor, repetem aos jovens de hoje aquele grito Seu: Talitá kum: menina, levanta-te! Volta a viver.
(pelo pregador do Papa)

sábado, julho 01, 2006

Não separe o homem o que Deus uniu

O hino da caridade de São Paulo.... Hoje escutei esta leitura no casamento de uma amiga de alguns anos, que sempre se dedicou à paróquia.... Felicidades aos dois... Mais Palavras para quê? Aqui está tudo muito bem definido. basta ler e guardar....

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.

O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.
Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.

Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.