Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

quinta-feira, novembro 30, 2006

Olhar atrás

Foi precisamente à um ano que aqui iniciava esta partilha com um texto intitulado "O Primeiro voo". Um ano depois olho para trás e vejo tudo o que escrevi, as imagens que falaram nos momentos em que não conseguia dizer palavra alguma. Um voo que se foi mantendo (apesar de alguns tiros furtivos que nos são alheios) mas que só nos ajudam a vencer e a ganhar a maturidade suficiente para continuar a lutar no palco da vida. Hoje posso dizer que voo plenamente, como uma aguia, plano no céu infinito ao Teu encontro.

Um ano de partilhas, de alegrias de coisas menos boas, de experiências trocadas, de amizades, de crescimento, de oração. Sim tudo isso se vai podendo construir aqui beste pequeno espaço com um banal jogo de palavras que bem construido alguma marca deixará em quem por aqui passa.

Os comentários e as visitas agradeço-as...

domingo, novembro 26, 2006

Edito Real



Eu Jesus Cristo Rei, pretendo instaurar um novo reino entre todos vós. Eu já estive e habitei entre vós, mas tive que morrer para vir para junto de meu Pai e assim preparar um lugar neste reino. “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, quem em mim confiar tomará parte comigo. Neste reino ninguém é condenado pois vos serei favorável a todos os que a mim vierem. Eu pretendo reinar acariciando cada um de vós, amando, perdoando, sendo favorável. Quando morri, rasgou-se o véu do Santo dos Santos do Templo para aquele espaço ficar vazio, pois agora é na cruz que está a salvação, no meu sangue derramado.

Pretendo instaurar este reino de justiça e de amor, de fraternidade e caridade, de entreajuda e amizade, de paz, onde todos partilharão o pouco que têm e onde se podem dar e gastar aquilo que são. Eu serei o vosso bom pastor e conduzir-vos-ei pelos vales verdes até às águas refrescantes.

Este é um reino sem leis e burocracias, a única lei a seguir é a lei do amor. Acreditem que onde houver amor, aí habita meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Eu fico presente sempre no trono do vosso coração; que cada um de vós cuide com todo o asseio do vosso coração para que la montar minha tenda e fazer morada no intimo do vosso ser. Ai reinarei como um verdadeiro pastor que dá a vida pelos seus “súbditos”, pelos seus irmãos, servindo-os dia e noite sem reserva alguma. Podem me encontrar no pequeno tabernáculo das Igrejas, aí ficarei como vosso alimento, no Pão e no vinho. Uma luz brilhará ao lado para indicar a minha presença.
Lembrem-se também que todos vós sois ungidos, sois reis também pois pelo baptismo recebestes a unção com o óleo que vos une a mim.
Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.

terça-feira, novembro 21, 2006

Parabéns...




Uma fatia de bolo de bolacha neste dia…

Pois é a vida nem sempre sabe assim tão bem, há sempre uns amargos, mas a quem luta e confia, tudo se torna mais fácil e a felicidade acaba por espreitar ao fim de algum tempo. Louvo o Pai pela tua vida, pelo dom da vida, pela amizade. Que Ele te conceda tudo quanto pedires e precisares.

Deixo-te uma oração para que todos que por aqui passem hoje deixem também a sua oração por ti. É uma velha bênção Irlandesa carregada de simbolismo.

"Que a estrada conduza ao teu encontro,
que o vento esteja sempre em tuas costas,
que a luz do sol aqueça a tua face,
que a chuva caia docemente sobre os teus campos,
e, até que nós nos reencontremos, que Deus te carregue sobre a palma de sua mão.
Amén."



Hino à Vida
.
A vida é uma oportunidade: agarra-a.
A vida é beleza: admira-a.
A vida é felicidade: saboreia-a.
A vida é um sonho: realiza-o.
A vida é um desafio: enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo: joga-o.
A vida é preciosa: cuida dela.
A vida é uma riqueza: conserva-a.
A vida é amor: goza-o.
A vida é um mistério: descobre-o.
A vida é promessa: mantém-na.
A vida é dor: supera-a.
A vida é um hino: canta-o.
A vida é uma luta: aceita-a.
A vida é aventura: arrisca-a.
A vida é alegria: merece-a.
A vida é vida: defende-a.

Madre Teresa

sexta-feira, novembro 17, 2006




A Palavra de Deus no mundo torna-se muda, na noite ela não pergunta mais sobre Deus; ela jaz sepultada na terra.

sábado, novembro 11, 2006

S. Martinho



O dia nasce e o sol levanta-se aquecendo a terra e lembrando que hoje é dia de S. Martinho.
Nasceu na Panónia cerca do ano 316, de pais pagãos. Depois de receber o Baptismo e de renunciar à carreira militar, fundou um mosteiro em Ligugé (França), onde levou vida monástica sob a direcção de S. Hilário. Foi depois ordenado sacerdote e, mais tarde, eleito bispo de Tours. Foi modelo insigne de bom pastor; fundou outros mosteiros, dedicou se à formação do clero e à evangelização dos pobres. Morreu no ano 397.


Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada.
S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo.
E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente, preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade.Mas, subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e calor.
Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso.

O etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910/1990)diz o seguinte:
«O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros. vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.» (in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987)

sexta-feira, novembro 10, 2006

Só por ti


Só por ti quero-me consumir
como vela que queima no altar
consumir-me de amor.

So em ti quero-me derramar
como o rio se entrega ao mar
derramar-me d amor.

So por ti quer-me entregar
um sorriso escondido no olhar
entregar-me de amor.

terça-feira, novembro 07, 2006

Eu por ti..

"Eu por ti
Acertaria o meu passo ao teu caminhar.
Eu por ti
O teu problema arcaria sobre mim
E abraçaria o horizonte
Que trazes dentro do teu olhar.

Eu por ti
Buscar-te-ia no mar da tua solidão.
Eu por ti
Te encontraria no grito dos teus porquês
Não pensando às minhas decisões
E aos meus critérios se falas tu . . .

Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos,
Eu por ti, daria voz às tuas mil razões.

Eu por ti, eu por ti
Perder-me-ia no teu pranto,
Cantaria no teu próprio canto,
Que esta força em mim
Deixaria a ti primeiro
Colher a flor do meu jardim.


Eu por ti,
Faria ecoar no meu peito a voz da tua dor.
Eu por ti,
Suportaria a tua fragilidade
E ancorar-te-ia à minha mão
Se fosses arrastado na maré . . .

Eu por ti,
Faria minha a angústia que vive em ti.
Eu por ti,
Entregaria os meus trunfos à tua mão;
Por ti sentiria a saudade,
Pelo fragor da terra que deixaste . . .

Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos,
Eu por ti, daria voz às tuas mil razões.

Eu por ti, eu por ti
Seria o eco do teu canto
Na apatia e na alegria
Que esta força em mim
Deixaria a ti primeiro
Colher a flor do meu jardim"
(grupo das terças)

segunda-feira, novembro 06, 2006

O meu onomástico



Hoje a Igreja canta e lembra o testemunho deste do Beato Nuno de Santa Maria.
Condestável do Reino de Portugal, venceu brilhantemente os castelhanos nas batalhas de Atoleiros, Aljubarrota e Valverde, assegurando assim à nação lusa a independência e a fidelidade ao verdadeiro Papa. Rico e poderoso, tinha o senhorio de aproximadamente um terço do território português, mas a tudo renunciou por amor de Deus, ingressando como irmãoleigo no Mosteiro do Carmo de Lisboa, que ele mesmo edificara, e adotando o nome religioso de Frei Nuno de Santa Maria. Sua espada sempre invicta, que tinha gravada na lâmina o santo nome de Maria, foi depositada no altar, nas mãos do Profeta Elias, fundador da Ordem carmelita. Uma filha do Santo Condestável casou com D. Afonso, filho do rei D. João I de Portugal. Desse casal procede a Sereníssima Casa de Bragança, que reinou em Portugal até 1910 e no Brasil até 1889. Econtra-se na glória do Pai em 1431.

Nas constantes deslocações e correrias por caminhos e campos de Portugal ao serviço da Pátria, D. Nuno dava, acima de tudo, testemunho inquebrantável da fé cristã; norteavam-no os critérios do Evangelho; alimentava-o a oração e, sobretudo, a Eucaristia; iluminava-o o Espírito Santo.

A sua fé levava-o a ser humilde nos momentos de glória, confiante nas graves ocasiões de perigo, justo no cumprimento do direito, heróico na defesa da Pátria e misericordioso no tratamento dos vencidos. Trabalhou, como poucos, talvez como ninguém, pela defesa e pelo progresso da seu Torrão natal Tornou-se exemplo único de cidadania cristã, de serviço generoso aos seus irmãos portugueses.

domingo, novembro 05, 2006

Fim de semana


Eis-me chegado de um fim de semana fantástico na Galafura. Gente de bem e acolhedora, humilde e trabalhadora. Depois de jantar na cozinha aquecida pelo fogão a lenha, saímos ao ar gélido e denso de uma noite de inverno nas paisagens agrestes e características do Douro. A noite era clara pois entre a nevóa espreitava uma lua cheia tímida. Calçadas estreitas que escondem a sabedoria popular e as suas historias e lendas, o fumo que subia das chaminés e lembrava ao nosso olfacto a estação fria que se avizinha. À conversa num cafézito segui-se uma noitada em São Leonardo na conversa e contemplação daque lugar em que São Leonardo "À proa dum navio de penedos, /a navegar num doce mar de mosto, /capitão no seu posto /de comando, S. Leonardo vai sulcando/as ondas/da eternidade,/sem pressa de chegar ao seu destino..." ( Miguel Torga in Diário IX)

S. Leonardo, lugar com sua marca profunda de um local mágico e mítico. De uma esplanada solitária olhávamos o rio lá em baixo no fundo da escarpa coberta de medronhos e de um momento para o outro um nevoeiro frio e denso espalhou-se pelo monte. Uma neblina mítica... Lembrámo-nos da lenda da moura encantada que tem o seu palácio numa gruta dentro do Monte de S. Leonardo e que anda a vaguear pelo monte em forma de cobra...Enfim é de imaginar logo como ficámos depois desta nossa constatação no meio daquele cenário...Todos os sons que ouvíamos assustavam, até o cair de uma folha ou então uma raposa curiosa que nos cercava...

O amanhecer levou-nos a descansar um pouco para ir cantar na missa das 11:00. O Pároco,perto da casa dos 90 anos de idade la subiu ao altar e num tom firme falou de uma sociedade que defende formas de morte, ainda que nós sejamos convidados a ser pela vida. Reafirmou também a lei de Deus fazendo eco da lei de Moises reafirmada por JC...Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos...
Uma palavrita no final da missa, no adro perto do cruzeiro e lá fomos para aquela feijoada e um assado com arroz no forno que nos esperava em casa.

A tarde foi a conhecer mais um pouco dos segredos de Galafura escondidos nas suas ruelas estreitas e perdidas umas nas outras e terminou em S. Leonardo onde vi a entrada da gruta de Dona Mirra (a moura encantada) e também andámos a escalar a escarpa para melhor gravar imagens espaço de terra abençoado pelo criador com tamanho equílbrio e sobriedade na beleza que espelha a quem por lá passa.


Deixo-vos agora algumas fotos dignas de se ver

(Pormenor da Igreja da Galafura)

(Igreja da Galafura)

(S. Leonardo)

(Rio Douro visto de S. Leonardo)

(Eu nesta fantástica esplanada)

quarta-feira, novembro 01, 2006

Pó da terra

Depois dos salmos de vésperas cantados, seguimos a cruz em direcção ao cemitério para a celebração da Eucaristia por cada um dos nossos irmãos que ali dormem num sono profundo aguardando a vinda de Jesus Cristo.

A chama das velas dançava ao sabor do vento, criando sombras e jogos de cores que envolviam aquele espaço já em penumbra...

O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa.
No Sacrifício da Missa, com efeito, o Sangue de Cristo lavará as culpas e alcançará a misericórdia de Deus para os nossos irmãos que adormeceram na paz com Ele, de modo que, acabada a Sua purificação, sejam admitidos no Seu Reino.

Todos os Santos

"Os Santos cantavam um cântico novo, diante do trono de Deus e do Cordeiro e as suas vozes enchiam a Terra, enchiam a Terra"
Aleluia, aleluia!
A Palavra de Deus neste dia tem sempre um peso forte que me deixa a vibrar com cada palavra. O livro do Apocalipse ressoa e faz eco em mim neste dia que recordamos o exemplo de todos aqueles e aquelas que marcaram a diferença na sua vida ao ser contrários à corrente... Todos são felizes pois confiaram em Deus e fizeram a Sua vontade. Encontraram-se face a face com o Pai no Seu Reino "A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono e ao cordeiro". Todos diante do trono se prostraram e adoraram a Deus "Ámen!O louvor, a glória, a sabedoria,a acção de graças, a honra, o poder e a força devem ser dados ao nosso Deuspelos séculos do séculos.Ámen!"



Quantos são serão os Bem aventurados que conhecemos na nossa vida e que ja estão junto do trono de Deus e do cordeiro? Tantos anónimos...
Este é o dia em que recordamos todos esses que atingiram a perfeição pela graça de Deus.

Segundo a sua tradição, a Igreja venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Constituição Litúrgica, n.º 104 e 111).

Todos os Santos e Santas de Deus rogai por nós.