Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, janeiro 29, 2006

Desabafos

A mentira não serve para preservar nem evitar confrontos desnecessários... Uma mentira pode acabar com a vida de alguém. Mas o melhor da mentira, é descobrir que apesar de tudo, existe uma grande verdade: a de que somos totalmente falíveis e de que o perdão não é mais do que uma mentira.



Mentira lo que dice
Mentira lo que da
Mentira lo que hace
Mentira la mentira
Mentira la verdad
Mentira lo que cuece
Bajo la oscuridad
Mentira el amor
Mentira el sabor
Mentira la que manda
Mentira comanda
Mentira la tristeza
Cuando empieza
Mentira no se va
Mentira, Mentira
La Mentira...
Mentira no se borra
Mentira no se olvida
Mentira, la mentira
Mentira cuando llega
Mentira nunca se va
Mentira la mentira
Mentira la vaai
Todo es mentira en este mundo
Todo es mentira la verdad
Todo es mentira yo me digo
Todo es mentira ¿Por qué será?


A máscara é um dos símbolos do teatro, da farsa, da mentira, das tragédias gregas... Todos nós usamos uma máscara e só dámos a conhecer aquilo que queremos. Seremos nós capazes de tirar as nossas máscaras?

sábado, janeiro 28, 2006

Lectio do salmo de Domingo IV do Tempo Comum

Salmo 94

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou;
pois Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz:
«Não endureçais os vossos corações,
como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras».
Este salmo faz parte do invitatório do Ofício Divino de cada dia, pois é um convite ao louvor de Deus "vinde e ao som de cânticos aclamemos o Senhor", a escutar atentamente a sua Palavra "quem dera ouvisseis hoje a minha voz" e a concretiza-la na nossa vida "não endureçais os vossos corações". Daqui parte um convite para fazer de cada dia um contínuo acto de louvor a Deus. O Senhor fala-nos mas muitas vezes não o escutamos pois endurecemos os nossos corações à sua voz para abrir à voz do facilitismo. Mas Ele espera uma resposta madura da nossa parte, uma resposta de fé. Se hoje ouvires a voz de Deus, não feches o teu coração.

O Amor

Santa Teresa de Ávila, quando fala de oração no contexto do diálogo do amor, diz que o pecado é rejeitado mas o pecador é amado porque o amor não precisa da perfeição do objecto amado e por isso mesmo Jesus incarnou no seio da humanidade.
Será mesmo assim?Que dizer daqueles que tem consciência do que fazem e continuam a agir da mesma forma?
Apenas são questões que levanto sem querer deixar a minha visão.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Algumas fotos da noite de ontem

(cedidas pela Ana Raquel)





















O nosso Armindo não perde uma oportunidade

Ele está onde dois ou três estão...

Cruz Celta



"Ele está onde dois ou três estão...
em Seu nome a rezar e a servir,
Ele está porque é a razão e o porquê
de uma vida que se faz acolhimento"




Ontem alguns jovens da nossa paróquia, na companhia do seu pároco, deslocaram-se até á Igreja Lusitana da Paróquia do Redentor no Porto. Vou ser sincero, mas faz-me alguma confusão distinguir o onde "começa" uma Igreja e onde "acaba" outra, explico: da Comissão Ecuménica do Porto fazem parte a Igreja Angelicana de St. James, Igreja Católica Romana, Igreja Evangélica Alemã do Porto, Igreja Evangélica Metodista do Portuguesa, Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica e a Igreja Ortodoxa - Patriarcado Ecuménico de Constantinopla e no meio de tantos membros deste corpo único que é Jesus Cristo podemos perceber que alguns são muito parecidos o que me leva a perceber também que dentro das próprias Igrejas que se separaram de Roma também há separações. Complicado entrar isto na minha cabeça e fazer-me explicar.
À frente... No meio disto tudo há que realçar beleza da celebração. Uma celebração simples marcada pela presença dos bispos das Igrejas já mencionadas e também de muitos irmãos leigos das várias Igrejas. Todos os presentes foram parte integrante da oração, não se limitavam na "estar" como muitas vezes o fazem nas nossas celebrações. O Evangelho foi cantado pelo Bispo da Igreja Ortodoxa (ele não deve conhecer os efeitos de uma pastilha de mebocaína para a voz ou então um calíce de vinho do Porto) mas foi interessante porque foi cantado em grego e sempre fpude de alguma forma colocar os meus escassos conhecimentos de grego biblico em práctica. Uma celebração rica onde as palavras ecoaram bem fundo no coração de cada irmão na fé em Jesus o Cristo, em que os gestos estavam presentes em cada um de nós, nos ritos, na oração no canto, na partilha.
O pastor da Igreja Metodista termina a sua meditação da Palavra de Deus com uma Velha benção Irlandesa lindissima e com uma profundidade que ao ouvir senti um arrepio na espinha:
"Que a estrada conduza ao teu encontro,
que o vento esteja sempre em tuas costas,
que a luz do sol aqueça a tua face,
que a chuva caia docemente sobre os teus campos,
e, até que nós nos reencontremos, que Deus te carregue sobre a palma de sua mão.
Amén."
Há momentos que têm que ser vividos porque as palavras são poucas para o dizer, nem mesmo com um simples "jogo de palavras" se pode falar do que vai na alma em determinados momentos.
Uma esperança senti que ainda vai ser nesta geração que o Corpo de Cristo vai ser um, um só para assim O glorificarmos em Espírito e Verdade e em UNIDADE.
Vamos todos reunir esforços e vontade para constuir a Cruz de Cristo - objecto da nossa salvação e da manifestação do grande Amor de Deus pelos seus filhos. Vamos construir Igreja, vamos ser Crstãos

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Respondendo...




No meu "jogo de palavras" só eu puderei avaliar o nexo ou não de determinado post. É um "jogo de palavras" que saltam dos meus dedos ao digitar no teclado do computador o que vem de mim e da minha forma de ver o mundo e as coisas. Quem aqui vem, vem procurar alguma coisa que não lhe pertence mas pertence ao meu interior, "o meu jogo de palavras"

Manhã Submersa



Manhã Submersa

Manhã fria submersa
em tons de cinza neutros.
As nuvens como que um véu de sombras
deixam transparecer uma luz inquieta e tímida.

Um despertar para o dia, para a vida
oscilando entre a luz e as sombras.
A luz que quer vir ao que é seu,
as sombras que o Homem agarra.

Porém, nesta dualidade corpo/alma
a Luz fica e habita
e as sombras se esvanecem como o manto cinza

Nuno Monteiro 25/01/2006

Fresquinha

Pois é, a tão esperada Carta Encíclica de Bento XVI acaba de ser publicada. Uma meditação sobre o amor cristão "DEUS CARITAS EST". Quem estiver interessado pode espreitar no site do Vaticano ou então comprar o livro (porque não???).


segunda-feira, janeiro 23, 2006

Ecumenismo

Próxima quarta-feira termina este tempo de oração pela Unidade dos Cristãos. Todos somos chamados a tomar parte deste corpo Místico de Jesus Cristo e para tal devemos caminhar para a unidade, pois o corpo só é corpo com todos os sentidos e órgãos a trabalhar em unidade, em uníssono e em sintonia para um mesmo caminho que é Jesus Cristo.

Ao longo da historia os membros deste Corpo Místico foram-se separando pelos mais motivos, muitos dos quais com alguma razão pois a Igreja católica vivia em algum exagero, mas outros também sem razão alguma de ser. Eu não estou aqui para justificar nem condenar alguma verdade que possa estar escondida numa ou noutra crença, mas são dados históricos apenas o que aqui menciono. «Que todos sejam um», foi a oração de Jesus pela unidade da sua Igreja, de todos os seus discípulos. Esta oração continua a ter, infelizmente, uma grande actualidade, já que a Igreja «una» está dividida: católicos, ortodoxos, anglicanos, luteranos, e tantas outras confissões de irmãos, que têm o mesmo Pai, que receberam o mesmo baptismo, que encontram em Jesus o seu Senhor e Salvador, estão separados. Algumas separações já têm centenas de anos, com brechas muito grandes, com uma história de muitas feridas e muitas lutas. Importa, pois, rezar pela unidade. Precisamos de estar mais sensíveis ao tema da unidade e do ecumenismo, embora entre nós, ao contrário de outros países, o problema não se apresente tão grave, nem haja tantas cisões, tantas igrejas separadas.

O mundo precisa do testemunho da unidade dos cristãos. Aliás, o próprio Jesus nos disse: «Que todos sejam um para que o mundo acredite». E mais do que palavras e momentos e semanas destas, o que é mais necessário é o testemunho de cristãos e caminhar para a unidade com Jesus Cristo no centro.
Tradicional hino espiritual celta (Canto Irlandês do Século VIII)
Seja a minha visão, ó Senhor de meu coração,
Todo o resto não me é nada, somente tu existes
Tu és meu melhor pensamento dia e noite,
Acordado ou dormindo, tua presença é minha luz.

Seja minha sabedoria, seja minha verdadeira palavra
Eu sempre contigo e Tu sempre comigo, Senhor;
Tu meu Pai supremo, e eu teu verdadeiro filho;
Tu permanecerás em mim, e eu um contigo.

Eu não necessito de nenhuma riqueza, nem de vãos elogios humanos,
Tu és meu património todo o tempo de meus dias;
Tu, somente tu, o primeiro em meu coração,
Grande Rei dos céus, tu és meu tesouro!

Grande Rei dos céus, resplandecente sol do céu,
Conceda-me tuas alegrias depois da vitória;
Cristo do meu coração, seja o que vier,
Seja sempre minha visão, ó soberano do universo

domingo, janeiro 22, 2006

Habemus P.R.

Decididamente o país vai de mal a pior. Pela primeira vez na história da nossa democracia portuguesa a Presidencia da República é entregue à direita. É claro que não posso deixar de mostrar meu descontentamento até porque a pessoa em causa mostrou nitidamente durante os debates que nem sequer sabia bem quais as funções que lhe competiam como Presidente da República. Ele que deixe o governo governar e legislar pois essa é função d governo e não da Presidência. É caso pa dizer "de Boliqueime nem boa gente nem bom presidente" :)

Calçada de Carriche

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.

Sai de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.



António Gedeão, Poesias Completas (1956-1967)

Domingo

E hoje porque é domingo fui celebrar este primeiro dia da semana, em que lembrámos a vida nova de Jesus Cristo, com a minha comunidade na Igreja Matriz de Vilar de Andorinho. Hoje é dia de eleições mas a confusão ainda não se tinha instalado no largo do souto.
A minha segunda mãe hoje está de parabéns e por isso hoje houve direito a almoço especial.
Numa tarde que se avizinha de muito estudo e muita pressão, pois o exame é já amanhã e as palavras de grego ainda não estão decoradas (nem para lá caminha), ainda vou ter que arranjar um tempo para ir cumprir meu dever e direito cívico. Pois é o meu voto também tem peso na escolha de um presidente que nos possa representar nos próximos 5 anos. Talvez um presidente de cariz mais lírico não era mau para um país que cada vez mais perde a identidade cultural. Só o povo o ditará no final do dia. Aguardemos...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Deus

Amar a Deus nas pequeninas coisas...

quinta-feira, janeiro 19, 2006

"Deus caritas est"

Finalmente, com todo o cuidado, precaução e formalismo característicos da Santa Sé, Bento XVI anunciou ontem o lançamento da sua primeira Encíclica para o dia 25 de Janeiro próximo – dia da conversão do Apostolo S. Paulo e que marca o fim do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Uma Encíclica é um documento pontifício dirigido aos Bispos de todo o mundo e, por meio deles, a todos os fiéis.
A encíclica é usada pelo Papa para exercer o seu magistério ordinário. Trata de matéria doutrinária em variados campos: fé, costumes, culto, doutrina social, etc. A matéria nela contida não é formalmente objecto de fé. Mas, a ela se deve o religioso obséquio do assentimento exterior e interior. O termo "epistola encyclica" parece que foi introduzido pelo Papa Bento XIV (1740-1758).
Esta primeira encíclica tem como título “Deus caritas est” (Deus é amor) que é como abre o primeiro paragrafo da carta. Não quero especular pois para especulações basta os meios de comunicação que já andam a falar na encíclica desde o inicio de Dezembro do ano anterior… Quando a ler comento.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Trabalho de Seminário de Paul Ricoeur

Hoje apresentei o meu trabalho de seminário, menos um trabalho…A base para o meu trabalho era o ensaio 3 do Livro Teoria da Interpretação de Paul Ricoeur. Deixo aqui para o caso de alguém precisar para trabalhar também. Este texto fui eu que fiz pois não encontrei nada já feito...


Metáfora e Símbolo

Introdução

Com este ensaio, Paul Ricoeur propõe-se a olhar o funcionamento da significação das obras da literatura opondo às obras científicas. A questão é se o excesso de sentido, característica das obras literárias, é uma parte da significação ou se deve a um factor simplesmente emocional.
Paul Ricoeur considera a Metáfora como a pedra de toque do valor cognitivo das obras literárias. Ao incorporar o excesso de sentido das metáforas no domínio da semântica, consegue-se então dar à teoria da significação verbal a sua maior extensão possível.

Mas é a significação verbal toda a significação? Paul Ricoeur responde na Simbólica do Mal e da Interpretação que a hermenêutica é um objecto que parecia ser tão amplo e preciso, ou seja, o símbolo.

Símbolo é definido mediante a sua estrutura semântica de duplo sentido. No interior do símbolo há algo de não semântico e de semântico.

A melhor hipótese seria abordar o símbolo em termos de uma estrutura de duplo sentido, que não é uma estrutura puramente semântica, é o que acontece com a metáfora. A Teoria da Metáfora serve de análise preparatória à teoria do símbolo, por sua vez a Teoria do Símbolo leva a que a teoria da significação se estenda. (1)

A metáfora e o símbolo vão demarcar o campo da extensão para a teoria da interpretação. (1)

Teoria da Metáfora

Monroe Beardsley mostra-nos a metáfora como “um poema em miniatura”.

Ao relacionar o sentido literal e figurativo de uma metáfora como uma relação interna à significação geral da metáfora, obtém-se um modelo para uma definição puramente semântica da literatura que se aplica a cada uma das três classes essenciais: poesia, ensaio (2) e ficção em prosa. O que o poema enuncia relaciona-se com o que sugere. A literatura é o uso do discurso em que várias coisas se especificam ao mesmo tempo.

A teoria da metáfora já vem dos retóricos, mas não poderia funcionar sem que se deslocasse o problema da metáfora da semântica da palavra para a semântica da frase.

Na retórica tradicional, a metáfora é classificada como um tropo[H1] .
Na Poética de Aristóteles lemos que uma metáfora é a “aplicação a uma coisa de um nome que pertence a outra, e a transferência tem lugar do género para a espécie, da espécie para o género, da espécie para espécie ou proporcionalmente”. A comparação é uma forma ampliada da metáfora.
Estratégias da Retórica:
As palavras devem ser tomadas isoladamente umas das outras. Os antigos retóricos defendiam que a figura de estilo era importante para colmatar uma lacuna semântica do léxico ou ornamentar o discurso para o tornar mais agradável, porque as nossas palavras por elas mesmas não podiam descrever o que muitas vezes vimos daí a importância de alargar as significações que temos.
Quando existe uma palavra para expressar o que se pretende, pode-se na mesma usar uma palavra figurativa para agradar o nosso auditório. PERSUASÃO.


A metáfora tem a ver com a semântica da frase, antes de dizer respeito à semântica de uma palavra. É um fenómeno de predicação e não de denominação pois só faz sentido numa enunciação.

Ex: “anjo azul”, “manto de tristeza”, “negro vulto”, “véu de pureza”…

Aqui põe em tensão dois termos que, segundo Richards, podemos chamar o teor e o veículo, só este conjunto constitui a metáfora. Assim, a metáfora é o resultado da tensão entre dois termos numa enunciação metafórica.

Como pode a tristeza ser um manto se um manto é feito de tecido…assim uma metáfora não existe em si mesma, mas numa e por uma interpretação.

Metáfora morta – expressões como por exemplo “o pé de uma mesa”.
Metáfora viva – são metáforas de invenção.

Da Metáfora ao Símbolo

O estudo dos símbolos tem duas dificuldades que dificultam compreender a sua estrutura de duplo sentido.

Paul Ricoeur explora três campos de investigação aos quais pertencem os símbolos:
Psicanálise ocupa-se dos sonhos e outros sintomas e objectos culturais na ordem de conflitos psíquicos profundos.
Poética entende os símbolos como imagens privilegiadas de um poema, obras de um autor ou escola literária.
Historia das Religiões – Mircea Eliade reconhece entidades concretas, por exemplo, árvores, labirintos, escadas, montanhas, como símbolos que são representados no espaço e no tempo, da transcendência e que apontam para algo de totalmente outro que neles se manifesta.

2. O conceito de símbolo reúne duas dimensões, dois universos de discurso, um de ordem linguística e outro de ordem não linguística. (3) O carácter linguístico dos símbolos é atestado pela teoria que explicaria a sua estrutura em termos de sentido ou significação. Sendo assim pode-se falar em duplo sentido do símbolo.

Um símbolo refere sempre o seu elemento linguístico a alguma coisa mais.
A psicanálise associa os seus símbolos a conflitos psíquicos ocultos.
O crítico literário refere-os a algo como uma visão do mundo ou um desejo de transformar a linguagem em literatura.
O historiador das religiões vê nos seus símbolos o meio das manifestações do sagrado ou o que Eliade chama hierofanias (manifestações sagradas).

Os símbolos são entendidos á luz da teoria da metáfora em três passos: (4)

· Identificar o cerne semântico do símbolo;
· Isolar o estrato não linguístico dos símbolos;
· A nova compreensão dos símbolos suscitara, futuros desenvolvimentos na teoria da metáfora.
A teoria dos símbolos permite-nos completar a teoria da metáfora.

O Momento Semântico de um Símbolo
O símbolo só suscita pensamento se, primeiro suscitar a fala. A metáfora é a responsável por trazer à luz o aspecto dos símbolos que têm uma afinidade com a linguagem.

O Momento não Semântico de um Símbolo

Só se chama semânticos aos traços dos símbolos que:
1) São analisados em termos de significação e interpretação e,

2) Que coincidem com os traços correspondentes das metáforas.

Teríamos nós símbolos religiosos se o homem não tivesse um comportamento próprio de quem invoca, implora ou repele as forças sobrenaturais que habitam nas profundezas da existência humana, transcendendo-a e dominando-a? De diversas maneiras a actividade simbólica carece de autonomia.

O simbolismo sagrado está radicado num discurso de ordem não semântica. (Rudolf Otto no livro A Ideia do Sagrado, realçou a manifestação do sagrado como poder, força e eficácia.)
O mito e o ritual mostram a dimensão não linguística do Sagrado. O homem religioso no mundo cria laços com o Universo Sagrado ao nível dos elementos do mundo natural como o céu, a terra, o ar e a água. Dentro do universo sagrado, a vida invade tudo como se vê cada ano no regresso á vida da vegetação, na alternância do nascimento e da morte, no movimento dos astros…É neste sentido que os símbolos estão ligados no interior do universo sagrado. O símbolo só é falado se os elementos do mundo se deixarem falar.
A metáfora é uma invenção livre do discurso; o símbolo está ligado ao cosmos.
No universo sagrado, a capacidade de falar funda-se na capacidade que o cosmos tem de significar.
A lei do universo sagrado é a lei das correspondências entre a criação in illo tempore e a ordem presente das manifestações naturais e actividades humanas.
Ex: Associação de templo a algum modelo celestial; a hierogamia (casamento sagrado) da terra e do céu corresponde à união entre homem e mulher.
Uma correspondência entre o solo arável e o órgão feminino; entre a fecundidade da terra e o ventre materno; entre o sémen e as sementes; a sepultura e a sementeira dos cereais; o nascimento e o retorno da primavera…Esta lógica das correspondências religa o discurso no universo do Sagrado.
O carácter sagrado da natureza revela-se no seu dizer-se simbólico. A revelação fundamenta o dizer, e não inversamente.






[H1]Simples substituição de uma palavra por outra.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Levinas

Sou um vestígio do infinito para o outro em que este infinito é o Absoluto, ou seja, Deus.


(do pensamento de Emanuel Levinas – Emanuel Levinas nasceu na Lituânia, em 1906. Desde sua mais tenra idade a bíblia hebraica inspirou sua vida e seu pensar).

segunda-feira, janeiro 16, 2006

O que é o amor?

...E foi então que apareceu a raposa: - Bom dia, disse a raposa. - Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. - Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... - Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita... - Sou uma raposa, disse a raposa. - Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste... - Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. - Ah! desculpa, disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"? - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..." - Criar laços? - Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe: - Por favor... cativa-me! disse ela. - Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. - A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...

Antoine de Saint Exuperry

Esta é uma das passagens mais significativas deste romance para novos e menos novos, para ler e ser relido…
Poucos são aqueles que cativam com a única intenção de amar e ser amado, não quero ser juiz de tão nobre sentimento, mas é dado adquirido que cada vez mais as pessoas são materialistas e daí advem sempre uma segunda intenção em procurar “cativar”. Por necessidade ou carência afectiva, ou por bem materiais mesmo, ou qualquer outra razão que não a razão pura e principal no meio dito tudo, ou seja, o cativar de forma a criar laços verdadeiros, firmes mas ao mesmo tempo elásticos para não correrem o risco de rebentarem (se é que me faço entender)

Lectio do salmo de Domingo II do Tempo Comum

Salmo 39 (40)
Eu venho, Senhor,
para fazer a vossa vontade.
Esperei no Senhor com toda a confiança,
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa fidelidade e salvação.


Deus áqueles que Nele esperam e confiam cumula de bençãos pois põe em seus lábios um cântico de louvor para dar graças ao Deus que vem ao encontro do homem. Um Deus que quer que a nossa vida, a nossa entrega, os nossos dons, sejam o único sacrifício agradável a Seus olhos pois é tudo o que podemos dar. Todos somos chamados a ser a voz que brada no deserto e lutar por um mundo mais justo, fraterno e igual para todos. Está ao alcance de todos mas a muitos falta a confiança de ir e responder ao convite do único Senhor. Cristo foi o maior exemplo pois cumpriu sem hesitar a vontade do Pai oferecendo o seu corpo numa cruz em sacrifício pela Igreja.

sábado, janeiro 14, 2006

Vale a pena pensar nisto

"In certis unitas,
In dubis libertas,
In omnia caritas".

que é como como diz:
"Na certeza unidade,
na dúvida liberdade,
em tudo caridade".
(Santo Agostinho)

Primeiro Encontro

Ontem á noite foi a primeira reunião do grupo de Jovens da nossa paróquia. O frio e a chuva podem não ter ajudado muito a que o grupo fosse mais numeroso, mas 18 elementos é um bom número e todos nós ficámos contentes com esta aderência. Um sonho concretizado - Um Grupo Paroquial de Jovens, em que há jovens dos diferentes centros de culto (Balteiro, S. Lourenço, Vila d'Este e da Igreja Matriz). Estámos a dar os primeiros passos, com algumas quedas mas é normal pois as "pernas" ainda são fracas para fazer caminho pela primeira vez onde tudo é novo para animadores e para os jovens. Mas não é por isso que desanimamos pois um trabalho deste alcance é assistido sempre por uma mão Paterna que tanto ama aqueles jovens que O procuram e querem caminhar a Seu lado um caminho de Verdade, Amor, Justiça e Paz.
A reunião foi na casa da D. Margarida, que ela cedeu para a Igreja (uma bem haja á D. Margarida pois assim a nosso grupo tem a sua sala), e com a presença do Padre Albino, foram benzidos os símbolos que pensámos para o grupo e para que cada um use e se mantenha dessa forma unido a cada um dos elementos do grupo. O símbolo é um TAU de madeira.
O TAU é uma cruz com a forma da letra grega TAU (T). Além de ser um símbolo Bíblico é a última letra do alfabeto hebraico e a 19ª do grego, derivado dos Fenícios e correspondente ao "T" em Português.

O Tau, é a convergência das duas linhas: verticalidade e horizontalidade, significam o encontro entre o Céu e a Terra. Divino e Humano.
Em 1215 o Papa Inocêncio III prega um novo símbolo cristão e São Francisco, estando presente nesta reunião, assume o Tau como símbolo de sua Ordem Religiosa: a Ordem dos Frades Menores.
Significado do Tau
o Lembrança da Redenção, da Cruz, do Amor.
o Sinal de penitência e conversão interior.
o Sinal de dor pelos pecados do mundo.
o Rumo a uma espiritualidade sadia.
o Recordação do nosso baptismo.
o Filhos de Deus.
o Sinal dos que sofrem.
o Sinal de Salvação

Ezequiel (9,4) que diz que os eleitos, os escolhidos serão marcados com o sinal do TAU: "Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz na fronte os que gemem e suspiram devido a grandes abominações que na cidade se cometem" e acrescenta: "O TAU é a última letra do alfabeto hebraico e a sua forma representa a cruz, exactamente tal e qual foi a cruz antes de nela ser fixada a placa com inscrição de Pilatos.
Simples e basicamente, o TAU representa a CRUZ.

Ao usar o TAU estamos a dizer q nos comprometemos a seguir um caminho de olhar fixo no Senhor Jesus única meta a alcançar.

Inocêncio III terminou sua homilia com "SEJAM OS CAMPEÕES DO TAU!"
Depois o encontro seguiu com um momento de oração de 15/20 minutos com ajuda de cânticos de Taizé e da Palavra de Deus. Penso que foi um momento forte e puro de oração da parte de todos porque o cântico repetido (tipo mantra) ajuda a elevar-nos de alguma forma.
A segunda parte da reunião foi mais practica pois era necessário escolher o nome do grupo, ficou Nahar (jovem em hebraico - foi votado democraticamente, mas havia outros...), falámos também nas actividades que vamos desenvolver ao longo do ano e do objectivo deste ano que é fazer uma experiência de uma semana em Taizé, uma aldeia no sul de França quase a fazer fronteira com a Suiça. Aliás o nosso "lema" é "Sidney passando por Taizé". Podem ser voos altos mas com trabalho e com a co-responsabilidade de toda a comunidade de Vilar de Andorinho, vamos conseguir os nossos objectivos.
Sexta feira estamos outra vez a beber um chazinho no final da reunião certo? ;)

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Sexta Feira 13...


"Superstição" vem do latim superstitio, que significa "o excesso", ou também "o que resta e sobrevive de épocas passadas". Em qualquer acepção, designa "o que é alheio à atualidade, o que é velho". Transposto para a linguagem religiosa dos romanos, o vocábulo "superstitio" veio a designar a observância de cultos arcaicos, populares, não mais condizentes com as normas da religião oficial.
Esta superstição teve origem no dia 13 de Outubro 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país, e alguns torturados e, mais tarde, executados, por heresia, no tempo do Papado de Avinhão(uma das muitas paginas negras da história do poder temporal da Igreja Católica, quando o seu campo de "batalha" deveria ser apenas o poder espiritual).
O número 13 é tido ora como sinal de infortúnio. Na Índia o 13 é um número religioso muito apreciado; os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, os dísticos místicos dos templos são encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo divino; adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas. Reportando-nos agora à civilização cristã, nos Estados Unidos o número 13 goza de estima, pois 13 eram os Estados que inicialmente constituíam a Federação norte-americana. Além disso, o lema latino da Federação, "E pluribus unum" (de muitos se faz um só), consta de 13 letras; a águia norte-americana está revestida de 13 penas em cada asa.
Existem duas lendas uma das quais diz que na Escandinava existia uma deusa do amor e da beleza chamada Friga (que deu origem a friadagr, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em uma bruxa exilada no alto de uma montanha. Para vingar-se, ela passou a reunir-se todas as sextas com outras onze bruxas e mais o demônio - totalizando treze - para rogar pragas sobre os humanos. Da Escandinava a superstição se espalhou pela Europa. A outra lenda é da mitologia nórdica. No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu o favorito dos deuses. Este episódio serviu para consolidar o relato bíblico da última ceia, onde havia treze à mesa, às vésperas da morte de Cristo. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.
Passando a história e os factos que levaram a que este dia fosse tão "venerado", o que é certo é que hoje quando voltava da faculdade, o pneu do carro estava furado, quando de manhã estava tudo bem á ida para a Católica. Bem lá tive que parar e eu e meus companheiros de viagem lá fizemos uma ginástica e mudamos o pneu. Até que não nos saímos mal, mas era engraçado ver quatro teólogos a mudar um pneu. É caso para dizer ""Yo no creo en bruxas, pero que las ai, las ai".

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Uma fogueira de S. Martinho - Viseu

Tirada por Nuno Monteiro

O Homem sempre se sentiu atraído pelo fogo, pois este era tido como um ser divino, acreditavam que possuia um carácter sagrado e mistico. Não andam muito longe da verdade porque ainda hoje o fogo é usado em muitos rituais religiosos, sejam eles de que credo forem. Isto porquê? É o medo que nos atrai á luz, ao fogo, á chama; o medo das trevas, da escuridão...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Resposta

"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em ti."(Santo Agostinho)


"Tem a certeza das tuas dúvidas." (São Tomás de Aquino)


"A dúvida é uma dor muito solitária para saber que a fé é sua irmã gêmea." (Gibran Kahlil Gibran)

Duvidar e questionar é normal...


Uma noite escura
invade a alma e separa-a
de Deus, do Ser absoluto.
Na alma cavo um abismo
que só Deus pode completar.
*
"A minha alma tem sede de Ti"
Onde estás Senhor?
Procuro-Te no dia a dia, na manhã submersa
que irrompe em tons de cinza;
no dia de sol frio que trespassa a nossa existência
finita;
na noite escura, negra, que desce,
desce sobre nós e nos cobre
com seu manto breu.
*
Sim procuro-Te mas não Te encontro.

terça-feira, janeiro 10, 2006

...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..." (Fernando Pessoa)

Em jeito de oração

Salvador do Mundo
representado na fragilidade de uma criança!
De pé, sustentas a terra
e diriges uma Palavra nova,
uma mensagem de salvação
sempre anunciada ao longo dos tempos.
Menino Jesus de Deus,
como Maria te segura na debilidade da sua veste,
também nós, Igreja pobre,
te queremos mostrar
na pequenez simples dos nossos gestos,
dos nossos ritos, da nossa vida.
Maria soube abrir os seus braços
para te educar na liberdade de filho.
Inspira a Senhora Mãe para que também nos deixe a nós,
seus filhos, entrar para o seu largo regaço.
A Tua sabedoria, Salvador do Mundo,
é proposta pela Mãe Igreja e
por esta comunidade, sob modelo de Maria de Nazaré
a grande Senhora, na vida de cada dia,
é humilde cenário para tu, Jesus Cristo,
actuares no Mundo, como esplendor da verdade.
Ampara-nos na fortaleza
para cada um de nós
ser apresentador da Tua salvação
nos caminhos da História.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Tinha mesmo que partilhar, esta apresentação neste dia de Reis. Cliquem no link abaixo que vale a pena...O que seria a Igreja sem as mulheres

http://web.1asphost.com/Zinha/temp/Mulheres.ppt

Porque hoje é dia de Reis...

Entrando na casa viram o Menino com Maria, sua Mãe.
Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres,
ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra (Mt. 2, 11-12).
Tirada por Nuno Monteiro
Epifania, em grego, significa manifestação. Neste dia a Igrejacelebra a festa da Epifania, ou seja, a visita dos Magos que foram adorar o Menino Jesus. Essa visita simboliza a manifestação de Nosso Senhor não somente aos judeus, mas a todas as nações da Terra pois a Luz veio para todos nós que a procurámos.
Os Três Reis Magos são personagens da narrativa cristã que teriam visitado Jesus quando de seu nascimento.
Os reis magos aparecem na tradição popular cristã. Popularmente têm os nomes de Baltazar, Melchior e Gaspar.
Como se pretendia dizer que representavam os reis de todo o mundo, normalmente Gaspar é apresentado como negro
, representando a África, mas também como rei da Índia; Melchior, rei da Pérsia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea)representano as 3 raças existentes conhecidas.
Fazendo referência à profecia contida no Salmo 72: “Todos os reis cairão diante dele”.No ritual da antigüidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso representando a espiritualidade. E mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade).

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Algumas músicas....

Hoje acordei a cantar, sem mais nem menos, algumas músicas que de alguma forma marcaram a minha juventude e os meu grupo de amigos. Pois é... ainda se lembram quando a nossa paróquia participava no Festival de Jovens Redentoristas (até chegámos a ficar bem situados... :) que nostalgia...). Cá vão algumas das letras:
Sinto no ar esse odor
Sinto na pele o calor
Desse mistério que és Tu
Teu amor.
Deixo-me levar sem temor
Deixo-me soltar ao esplendor
Desse mistério que és Tu
Teu amor.
Deixa-me sonhar ensina-me a viver
Só no Teu amor me quero perder
Deixa-me voar, sonhar e adormecer
Só no Teu amor me quero perder.
Quero um dia dar-Te a mão,
Quero deixar a solidão
Esse mistério que és Tu,
Tua paixão
_________________________
Ouço o canto do vento
Ouço as ondas do mar
Voz que vem de longe do olhar
Voz que vem de longe para amar.
Ama dentro de mim acende o fogo,
Acende a chama que me faz sonhar
Tua voz que me guia os passos da vida
Que tento abraçar.
Sinto o calor do sol a brilhar
Sinto o amor a nascer
Fogo fonte da vida, razão do Ser
Fogo fonte da vida faz-me viver
_____________________________
Há uma voz que me fala baixinho
Voz de mar, de terra e de lua,
Voz amiga não me deixa sozinho
Meu Deus que linda voz a tua.
E em tudo isto há uma voz que seduz
Há um grito, um choro, há um canto.
Faz deles tua manhã voz de homem de Deus,
Voz de Jesus.
Dois meninos a brincar com a vida
São sorrisos de criança a esvoaçar,
Homens sós onde está a vida perdida,
Vozes gastas já não sabem quem chamar.
__________________________
Sinto tristeza e uma lágrima a escorregar
Penso tantas vezes que tudo vai acabar.
Mas em Ti eu procuro um lugar no meu coração
Pois eu sei que Tu me vais estender a mão.
De manha ao acordar penso em Ti na minha forma de Te amar
Á noitinha ao escurecer penso em Ti na minha forma de viver.
O meu coração parte com outra emoção,
As mágoas deslizam para o fundo da solidão
Uma porta se abre e há ao fundo uma luz.
Sou um jovem atento, consciente e feliz
Tudo o que eu tenho agora foi tudo que sempre quis.
Uma coisa aprendi é melhor do que receber
Com o Espírito Santo a minha vida eu vou viver.
___________________________
No meu caminhar foi havendo um sentido
Vazio, palavra emoção, canto Divino.
O tempo vestido de imagens
Traços da eterna canção,
Rostos de afectos despidos.
Meus passos na Sua mão.
Rouxinol do silêncio
Lenta melodia, ensurdecer de amor
Nos gritos da noite e do dia.
Encontra o teu espírito, renasce da vida.
Se o canto parece parar, sinto-me perdido;
No teu silêncio, a sombra amanhece:
Derramas a vida.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Uma oração

"Possa eu ser em todos os tempos, hoje e sempre
O protector dos que não têm protecção
O guia dos que perderam o caminho
Um barco para os que têm de atravessar oceanos
Uma ponte para os que têm de atravessar rios
Um santuário para os que estão em perigo
Uma lâmpada para os que não têm luz
Um refúgio para os que não têm abrigo
E o servente de todos os que precisam. "
in Ética para o Novo Milénio
Bem que podia ser uma oração da Liturgua Católica pois o sumo do ser cristão está aqui contida na humildade, na sabedoria e na força que estas pequenas palavras surtem em nós. Mas é uma oração tradicional do Budismo Tibetano com que o Dalai Lama termina um fantástico livro sempre actual e que penso que vale a pena ler (para aqueles apaixonados pelo Diálogo Interreligioso e que se preocupam com o sentido e o futuro da humanidade). Aconselho "Ética para o Novo Milénio.

Ser como Falésia


Tirada por Nuno Monteiro (Nazaré)
Serei muito ambicioso ao pretender ser como uma falésia que lá se mantêm constante mesmo quando as ondas rebentam contra ela? Até mesmo quando as marés são fortes e geram tempestades no mar? É claro que a falésia sempre sofre alguma coisa pela acção da erosão mas eu também não quero ser um super homem o que ambiciono é saber receber as dores que nos vão aparecendo ao longo da vida e manter a nossa firme postura tal como uma falésia. É esta a nossa condição humana, ou seja, virem marés e tempestades que por vezes nos assaltam á costa do nosso ser

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Um olhar...

Sabem aqueles olhares tristes, melancólicos, sombrios e distantes que um cão conseue fazer e encher de "compaixão" qualquer pesoa que o veja? Pois bem foi esse olhar que o meu cão o Rex (daqueles brancos com pintinhas pretas - sim um Dálmata) me lançou agora ao chegar a casa depois de uma noite passada numa clinica veterinária. Pois é, os cães também cometem loucuras netes tempo de festas e goluseimas e lá comeu alguma coisa e ficou atrapalhado mas prontop já passou. Mas aquele olhar ficou gravado, ele queria dizer qualquer coisa mas não o conseguia mas a mim disse-me tudo com aquele olhar.
O olhar de um ser vivo diz tudo quando as palavras o calam...

O homem é vítima do sucesso




Será que se olhou ao espelho para ver o
quão ridículo ficou com o seu camauro
“O homem da era tecnológica arrisca-se a ser vítima do sucesso da sua inteligência e dos resultados da sua capacidade de acção, de se deixar levar pela atrofia espiritual, por um vazio no seu coração”. Advertindo que “a época moderna é apresentada muitas vezes como um período de despertar do sono da razão, como o nascer da humanidade”.
“Sem Cristo” “a luz da razão não é suficiente para esclarecer o homem e o mundo”.

domingo, janeiro 01, 2006

Explosão...

Neste dia fico enjoado de tanta explosão de fogo de várias cores quando há tanta gente que não tem um pouco de cor na sua vida; ou então de mesas fartas quando tanta gente não tem um pouco de pão e um copo de vinho para se alimentarem; festas e mais festas com amigos e familías quando tanta gente anda pelas ruas das cidades a deambolar para dormir depois sozinho num banco de jardim ou numa entrada de loja embrulhado em cartões de papelão... Pois é, os media só mostram a parte da cor, da fartura e das meninas e meninos bonitos nas festinhas cor de rosa... Porém a outra realidade não pode, não deve e não tem que ser esuqecida por nada.
De várias formas se deu a passagem de ano, mas uma forma não foi comentada pela tv, porquê? Talvez por loucura de alguns milhares de jovens que se uniram e passaram o ano em oração... Sim falo do Encontro que a comunidade de Taizé animou este ano em Milão e que aconteceu ano passado em Lisboa. O facto de alguns milhares de jovens se reunirem em oração no momento de passagem de ano não é noticia porquê? Porque não tem cor, fartura e todas as etiquetas que as festas e bailes obrigam...
Quero deixar algumas das palavras do Irmão Alois (novo prior de Taizé):
"Dias após dia, a oração vai constituir um apoio. E mesmo se não conseguirmos sempre exprimir a nossa espera interior através de palavras, estar em silêncio é já a expressão de uma abertura a Deus. Durante este período do Natal, lembremo-nos que o próprio Deus veio num grande silêncio.
A nossa comunhão com Deus exprime-se por vezes através de pequenos sinais que tocam os nossos corações.
A oração não nos isola, compromete-nos. Rezar torna-nos vigilantes. Rezar convida-nos a tomarmos consciência das situações difíceis à nossa volta, mesmo quando essas situações nos parecem demasiado complexas. Há uma coragem da fé que nos leva a contribuir verdadeiramente, através da nossa vida, para a construção da paz e da justiça sobre a terra.
Deus quer que sejamos felizes! E esta felicidade, Deus deseja-a para todos os seres humanos. Por isso, cada um de nós pode procurar ajudar nem que seja uma única pessoa: uma criança abandonada, um jovem sem trabalho e sem esperança, alguém que não tem nada, uma pessoa idosa.
Cada um pode estar mais atento a aliviar as penas e os tormentos dos que estão mais próximos. Pela abertura do nosso coração, ao tornar mais feliz uma só pessoa que precise, tornamos o mundo mais humano. O Papa Bento XVI dizia recentemente: «Todos os homens pertencem a uma mesma família».
Ao começarmos assim na nossa própria vida, de modo muito humilde, muito simples, seremos levados a ir mais longe, a alargar sempre mais a solidariedade e a assumir um compromisso mais forte.
«Eis-nos colocados num caminho de esperança», escrevia o irmão Roger, quando preparava a carta para o nosso encontro. E ele lembrou-nos que não estamos sozinhos neste caminho: «Deus concede-nos avançar em direcção a uma comunhão, essa comunhão de amor que é a Igreja…»
Em Taizé, durante o próximo ano, durante os encontros de jovens que terão lugar semana após semana, procuraremos formas de caminhar em conjunto sobre um caminho de esperança.
Para nos prepararmos para transmitir qualquer coisa da consolação de Deus, importa escutarmos estas palavras tão importantes de Cristo: «Não vos deixarei sós. Vou enviar-vos o Espírito Santo, o Consolador, que estará sempre convosco.»
A carta do irmão Roger ficou por acabar. É agora, através da nossa vida, que todos nós gostaríamos de a completar. Será através da nossa vida que iremos procurar formas de responder a este chamamento do irmão Roger para «criarmos na família humana possibilidades para alargar…»
Para o irmão Roger, a urgência de viver uma reconciliação entre cristãos não era simplesmente um tema de reflexão. Era uma evidência. Para ele, o que importava antes de mais era viver o Evangelho e comunicá-lo aos outros. E só se pode viver o Evangelho em conjunto. Separados, não faz qualquer sentido.
Já quando era jovem, o irmão Roger questionava-se: como podem os cristãos falar de um Deus de amor e continuar dividos? Como podem por vezes utilizar tantas energias a justificar separações?
Procura-se sem cessar uma comunhão entre cristãos. Se esta procura for apenas colocarmo-nos uns em frente aos outros e conversar, faltará o essencial. Então, o que é o essencial?
O essencial é virarmo-nos em conjunto para Cristo, que continua vivo e sempre presente. É o que fazemos na oração comunitária, também aqui em Milão. Voltarmo-nos em conjunto para Cristo, apercebermo-nos da sua presença; poderemos fazê-lo sempre, mesmo permanecendo em silêncio. Sem reconciliação, não é possível pronunciar uma palavra que seja credível. Sem reconciliação, a mensagem de paz do Evangilho torna-se inaudível.
A reconciliação dos cristãos não é um fim em si mesma; os cristãos procuram-na para serem fermento de paz e de confiança em toda a família humana através da terra.
Deus de bondade, apesar da nossa fraqueza, no Natal tu chamas-nos a levar a paz onde houver oposições e a tornar perceptível através da nossa vida um reflexo da compaixão de Deus. Sim, tu concedes-nos que amemos e que o digamos através da nossa vida.
A morte violenta do irmão Roger foi uma grande prova para a nossa comunidade. Gostaria de agradecer a muitos de entre vós que estiveram tão próximos de nós nesta provação. Esta morte trágica continua para nós um mistério. Ao longo da sua vida, o irmão Roger colocou frequentemente a questão: porquê o sofrimento dos inocentes? E eis que ele mesmo se juntou ao número daqueles cuja morte permanece sem explicação.
Gostaria de partilhar convosco uma experiência muito pessoal que fizemos em comunidade, com os irmãos. Duas palavras da Bíblia expressam-na muito bem.
O Novo Testamento diz a propósito dos primeiros cristãos: «Eles tinham um só coração e uma só alma.» Nós podemos dizer, nós os irmãos, que esta experiência é possível. Esta unidade profunda, vivêmo-la com espanto, entre nós, nestes últimos meses. É um dom de Deus que nos enche por completo.
A segunda palavra vem no profeta Isaías. Num momento extremamente difícil da história, Isaías ouve Deus a dizer ao seu povo: «Eu vos levarei». Também nós vivemos esta experiência. Fomos como que levados por Deus nesta situação difícil.
E agora a nossa pequena comunidade é como que levada a continuar, convosco e com muitos outros, sobre o caminho que o irmão Roger nos abriu. É um caminho de confiança. E todos sabem bem que, para o irmão Roger, «confiança» era uma palavra-chave.
Esta palavra, «confiança», não era para ele uma palavra fácil. Ela contém um chamamento: acolher com simplicidade o amor que Deus tem por cada um de nós, viver desse amor e assumir os riscos que isso supõe.
Mesmo se o mundo sofre tão frequentemente por causa da violência e de conflitos, podemos lançar sobre ele um olhar de esperança.

Novo Ano

Mais um ano para viver com as quedas, dificuldades mas também com as alegrias e festas que a nossa vida tem mas tudo isto sempre tendo presente Jesus Cristo como centro de todas as nossas actividades.
Tirada por Nuno Monteiro
Para desejar um bom ano ao D. Armindo (Bispo do Porto) e aos Bispos auxiliares (D. João, D. António Taipa e D. Manuel Carrilho), o grupo das janeiras da nossa paróquia reuniu-se no paço episcopal e fomos recebidos num salão da Casa Episcopal. Penso que foi um momento bonito para todos pois entrámos em comunhão com o pastor da nossa Diocese do Porto... A tarde terminou com a Celebração Eucarística na Capela de Balteiro com toda a Comunidade ali reunida na primeira missa do ano louvando a Santa Mãe de Deus e lembrando a paz que deve ser construida por cada um de nós no nosso pequeno "microcosmo".