Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

quinta-feira, março 30, 2006

Continua...








“Simão Pedro tu amas-me? Então apascenta as minhas ovelhas…”

Jesus é o bom Pastor que deu a vida pelas suas ovelhas e dignou morrer pela sua grei. O Bom Pastor é então aquele que dá a vida pelas suas ovelhas e que acompanha cada uma segundo a sua própria caminhada. Mesmo que a vida dos Pastor tenha que ser oferecida pelas suas ovelhas, ele faz-se sacrifício para salvação do Seu rebanho, porque esta é a Sua vocação e o Seu amor leva a isso.

Assim, Ele mostra que a morte é vencida e com a sua Páscoa faz nossa também a Sua Páscoa, mostrando que a vida não tem limites. Com a Sua Páscoa, quebra todos os limites da vida humana e que prendiam o homem e a mulher a raízes profundas de morte. Ainda hoje a Sua Páscoa vem libertar o ser humano da cultura de morte e de “deuses fáceis” que nos conduzem ao vazio, ao nada… Se o Homem de hoje procurasse Jesus e o conhecesse e se deixasse inebriar com uma taça cheia de vida nova seria muito mais feliz, seria um homem novo. Porquê? Simplesmente porque acreditaria, porque procurava em Cristo (no Bom Pastor) a razão que enche o vazio criado pelos outros “deuses”. O Bom Pastor é caracterizado pela compreensão ao seu rebanho, entrando no redil para cuidar de cada ovelha em particular, afagando-lhe a cabeça, falando o quanto a ama e ela é importante no Seu rebanho; pelo amor com que serve o seu rebanho conduzindo-o, ensinando-o, curando e cuidando dele e com humildade antes de se entregar à morte serve os discípulos e prepara-os para a refeição lavando-lhes os pés em sinal de serviço e entrega; pela sua entrega à morte na cruz em que mantendo os braços abertos, pregado numa cruz, dor. Solidão sofrimento, para nos abraçar a todos e acolher-nos em seus braços. O Seu amor é tão grande que não ficou no sepulcro, no seio da terra, mas ao fim de três dias levantou-se de novo e ressuscitando deu um novo sentido a toda a existência humana.

Ele contínua sempre presente no meio do Seu rebanho pelos tempos através do Espírito Santo que assiste aquele a quem foi confiada a missão de reconduzir o rebanho a Cristo. João Paulo II, o Pastor da Igreja Universal que congrega homens e mulheres num mesmo rebanho peregrinando para a casa do PAI.

Depois de uma lição de amor, de entrega, de serviço e de vida a exemplo de Cristo, mostrou-nos que todos nós somos chamados à santidade. João Paulo II teve a ousadia de, num mundo que oferece aos jovens filosofias contrárias ao cristianismo em que sobressai o prazer fácil e momentâneo, o “facilitismo”, e outras formas de vida que não conduzem ao PAI, desafiar os jovens a serem santos como Ele é Santo, o Deus que ama e vem ao nosso encontro. Foi por amor que João Paulo II se foi dando e gastando a sua vida pelo rebanho a si confiado e por todos os outros povos que não tem voz para se defenderem das injustiças e violências que sofrem. Uma vida que se foi consumindo até apagar-se de uma forma subtil deixando marcas e saudade do calor dos seus gestos e sorrisos, das suas palavras e entrega total á humanidade. Partiu mas continuará vivo em cada um dos que o têm e terão sempre como um grande homem. Figura forte que transpirava Cristo e vivia Cristo. Homem espiritual, místico… “Já vejo Cristo!”

Já lá vai um ano desde a partida de João Paulo II para a casa do Pai, de uma janela do céu, ele continua a olhar o mundo e os seus problemas sendo assim um bom “advogado” junto de Deus. O seu nome continua a ecoar na Igreja e no mundo pois deixou marcas profundas na história, na política e na vida de tantos e tantos homens e mulheres.
“Totus Tuus Maria”

sábado, março 25, 2006

Uma semana

Uma semana passou entre silêncios muitos que se fizeram ouvir. O trabalho era muito e o vazio de palavras era abismal. Faz hoje uma semana que escrevi o meu último post, mas agora que já tenho o trabalho adiantado, estou mais à vontade.

Ontem fui renovar o meu Bilhete de Identidade e qual não foi o meu espanto quando me pediram 7.50 Euros por um impresso de pedido de renovação do B.I... Logo com toda a naturalidade e aquela espontaneidade própria destes momentos perguntei por que é que é necessário pagar para ser cidadão português...Não é um direito que nos assiste? Temos que pagar? Enfim... Para juntar à festa fui abordado por dois tipos à entrada do metro, junto à Catedral do Dragão (Estádio das Antas)que me agarraram e pediram o telemóvel, eu com muita calma (o que contraria o normal nestas situações), a minha resposta foi e passo a citar: "Dou o car**** ", bem mantive assim uma posse de igual para igual mas por dentro tremia como uma vara verde...Mas o que é certo que desta luta desigual de David e Golias voltou a ganhar o "mais fraco", Não querendo eu de alguma forma me considerar um novo David...

sábado, março 18, 2006

Ser humano

Se Cristo lançou da Cruz: "Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?", então a nós também nos é permitido duvidar. Mas devemos seguir sempre em frente. Escolher a dúvida como filosofia de vida, é como escolher a imobilidade como meio de trasporte.

quinta-feira, março 16, 2006

Uma noite diferente

Por momentos o meu espírito voou até à linda colina de Taizé durante uma oração de Taizé que houve no seminário de Vilar com algumas dezenas de jovens e na presença do Irmão David da comunidade de Taizé. Momento que tanto estava a precisar, falei com o Pai, Ele falou comigo...foi bom, muito bom...
"Deus é amor atreve-te a viver por amor
Deus é amor nada há a temer"




Amanha possivelmente ponho aqui algumas fotos que me vão ser cedidas deste lindo momento

segunda-feira, março 13, 2006

Lectio do salmo do II Domingo da Quaresma

Salmo 115 (116)

Confiei no Senhor, mesmo quando disse:
«Sou um homem de todo infeliz».
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo,
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.



Que é o homem sem a presença de Deus? Muitas vezes não o sentimos e a lógica do mundo leva a homem a um vazio que se torna em infelicidade. Contudo aquele que pões toda a confiança em Deus, o seu Senhor, garante a sua felicidade. Um sacrifício e hinos de louvor ao nome do Senor para lhe agradecer tudo quanto fez por mim. Um sacrifício de louvor e acção de graças mas um sacrifício que é entrega de mim mesmo. Não é o incenso ou holocaustos mas a oferenda de mim próprio ao Senhor nos átrios da casa do Senhor que é o seu povo

Amor

Que é o amor senão uma comunidade fraterna de sentimentos, nobres, humildes e sinceros que habita em cada um de nós....
(Nuno Monteiro 13/03/2006)

Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera




"Uma Belíssima meditação sobre a vida, a morte e a harmonia. Perfeito" (Miguel Cintra Ferreira in Expresso)


Ninguém fica imune ao poder das estações e ao seu ciclo anual de nascimento, crescimento e envelhecimento. Nem mesmo dois monges que partilham um mosteiro flutuante, num lago rodeado de montanhas.

À medida que as estações se sucedem, todos os aspectos das suas vidas são insuflados com uma intensidade que conduz ambos a uma enorme espiritualidade - e à tragédia, porque também eles não conseguem resisitr á escalada da vida, aos anseios, sofrimentos e às paixões que nos arrebatam a todos. Sob o olhar atento de um Velho Monge, um jovem monge experimenta a perda da inocência quando as brincadeiras se transformam em crueldade...om despertar do amor quando uma mulher entra no seu mundo fechado...o poder assassino do ciúme e da obsessão...o preço da redenção...a iluminação da experiência.

Assim como as estações continuam a alternar-se até ao fim dos tempos, também o mosteiro permanecerá como a morada do espírito, suspenso entre o agora e o sempre...


Pois é, ontem arranjei um tempinho á noite para ver o filme e foi um tempo bem empregue pois ensina muita coisa. Vale a pena ver, não esperem nenhum comentário meu porque o que retirei do filme será individual, mas com muita coisa senti-me identificado

quinta-feira, março 09, 2006

Vale a pena pensar nisto

http://www.ad-awards.com/inc/video.swf?id=104


Hoje apenas quero que meditem neste anúncio. As imagens falam mais que muitas palavras que possam ser ditas...

quarta-feira, março 08, 2006

Dia da mulher




Uma mulher de valor, quem a poderá encontrar?

O seu preço é muito superior ao das pérolas.

Ela proporciona o bem e nunca o mal.

Fortaleza e graça são os seus adornos,
sorri perante o dia de amanhã.

Abre a boca com sabedoria,
tem na língua instruções de bondade.

Muitas mulheres tiveram
valor...


(Do livro dos Provérbios)

Natureza efémera

O tempo come a carne e vai levando as forças
numa respiração cada vez mais fraca e distante.
O espírito contempla pelas últimas vezes
a cor do céu, da natureza a eclodir
num novo ciclo de vida;
sente o calor dos corpos que o tocam,
os sentimentos misturam-se, confundem-se
e deixam-se transparecer.
Na despedida dolorosa cresce uma vazio
cheio de vazios de nada.
Um profundo suspiro, um anseio de vida,
uma luta entre a morte e a vida. Batalha ganha...
é o ciclo de uma vida que é chamada ao seu fim.
Se o grão de trigo não cair à terra e morrer não dá fruto.

(Nuno Monteiro - 8/3/2006)

sábado, março 04, 2006

Porque amanhã é domingo

Hoje apenas quero deixar uma pequena meditação do salmo e da primeira leitura da liturgia da Eucaristia de amanha, I Domingo da Quaresma...
Salmo 24 (25)

Refrão: Todos os vossos caminhos, Senhor, são amor e verdade
para os que são fiéis à vossa aliança.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.


Uma Súplica individual de reconciliação e de perdão para seguir os caminhos do Senhor que conduzem à verdade. A fidelidade e a esperança ecoam em todo o salmo e nós cristãos e discípulos de Cristo temos em jesus a realização da promessa que Deus fez: O perdão dos pecados e a indicação do caminho que nos leva a Ele. Na Cruz, no mistéio do Amor de Deus pela humanidade, está patente a realização definitiva desta promessa. O Senhor é bom e misericordioso que nos aponta sempre o caminho melhor fazendo e renovando sempre e sempre a sua Nova Aliança com os humildes que o buscam de coração sincero.

(Miguel Angelo)


Leitura do Livro do Génesis (Gen 9, 8-15)
Deus disse a Noé e a seus filhos:«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra. Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra».Deus disse ainda:«Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras: farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra. Sempre que Eu cobrir a terra de nuvens e aparecer nas nuvens o arco, recordarei a minha aliança convosco e com todos os seres vivos e nunca mais as águas formarão um dilúvio para destruir todas as criaturas».


Aconteceu mesmo um dilúvio? Qual a verdade da arca de Noé?
Bem, numa revista a "Biblica" dos Franciscanos Capuchinhos, Ariel Álvarez Valdés escrevia precisamente sobre este tema do dilúvio. Segundo a Bíblia, choveu durante 40 dias e 40 noites sem parar. Mas é sabido que o ciclo hidrológico de evaporação provocado pelas chuvas é incapaz de fornecer semelhante quantidade de água. Como se pode pensar nesta situação quando 40 dias de chuva não podem cobrir uma superfície de 509.880.000 Km2? A Bíblia afirma que as águas subiram 7 metros acima dos montes mais altos da terra. Ora o monte mais altos do planeta é o Evarest, com 8.846 m. Por isso, para que as águas alcancem esta altura, era preciso que todos os mares subissem à média de 222 metros por dia. Mas qualquer meteorologista confirma o facto de que se as nuvens que actualmente estão na nossa atmosfera se precipitassem de repente sobre toto o mundo, o globo ficaria apenas coberto por menos de 5 cm de água.
A bioestratigrafia recusa a hipótese de uma morte simultânea de todas as espécies que habitaram o planeta. A arqueologia também nega que se tivese podido conservar pinturas primitivas como as de Catal Huuk, na Turquia, que datam de 7.00 a.C., ou as de Teleilat Jassul, perto do Mar Morto, se tivesse havido dilúvio.
E as plantas como se salvaram da água? E os peixes como não pereceram ao misturarem-se as águas doces com as salgadas? Só uma cadeia de milagres teria tornado possível todos estes acontecimentos. Coisa improvável, porque na Bíblia os milagres servem para aumentar a fé das pessoas, não para exterminá-las.
Nunca existiu nenhum dilúvio universal!

A Bíblia não pretende ensinar nenhum facto histórico, há que notar a própria linguagem e as imagens empregadas que levam o leitor a compreender que estavam diante de uma narração didáctica.

Esta cena o que nos quer mostrar é que primeiro nós somos pecadores, e que o "dilúvio" foi consequência da culpa dos pecados do homem espelhados por toda a terra corrompendo-a e levando à catástrofe. Porém entre toda a gente malvada há um justo: Noé e sua família que construiram a arca tal como Deus mandou. Mesmo alvo da zombaria dos vizinhos, Noé continuou a obedecer ao pedido de Deus. Constrói uma arca com as próprias medidas que Deus lhe deu e com o material que se deve utilizar. Quer dizer que quem constrói a sua vida com as medidas de Deus, sempre sobreviverá a qualquer tempestade. Quem não escuta a sua voz, afogar-se-a.

ter isto em conta é muito mais improtante do que saber se houve ou não chuva durante 40 dias, e onde atracou a barca. É a leitura que se deveria fazer de Gn 6-9. Deste modo havia menos gente a escalar o Monte Ararat (segundo a tradição é o monte em que atracou a arca-entre a Turquia e a Arménia) à procura da arca, e mais a mergulhar na Palavra de Deus procurando viver a sua mensagem.

sexta-feira, março 03, 2006

Foi à 7 anos

Se conhecesses o mistério imenso

Do Céu onde agora vivo,

Este horizonte sem fim,

Esta luz que tudo reveste e penetra,

Não chorarias, se me amas!

Estou já absorvido no encanto de Deus,

Na sua infindável beleza.

Permanece em mim o teu amor,

Uma enorme ternura

Que nem tu consegues imaginar.

Vivo numa alegria puríssima.

Nas angustias do tempo

Pensa nesta casa

Onde um dia

Estaremos reunidos para além da morte,

Matando a sede

Na fonte inesgotável da alegria

E do amor infinito.

Não chores,

Se verdadeiramente me amas!
(S. Agostinho)







Há momentos da história da nossa vida que nos marcam e que perduram nas páginas do tempo, e o dia que hoje muitos de nós lembrámos e marcámos com saudade inscreveu-se nessas páginas da nossa vida que só a nossa caducidade nos pode levar a lembrança.


Há sete anos atrás o nosso pároco Padre Floro Dias Alves, era chamado para a casa do Pai, na manhã de 3 de Março de 1999, a notícia que enlutou a freguesia correu célere e a todos encheu de estupefacção e tristeza.
Estupfacção porque nada fazia prever um fim tão repentino, apesar de alguns ligeiros sintomas de doença. Doença que porventura já o acompanhava mas que a sua dedicação, empenho, abnegação, espírito lacónico e sofredor se recusavam a aceitar, reconhcer e tratar.
Tristeza porque a grandeza do seu carácter e a sua simplicidade granjearam-lhe a simpatia de todos os vilarenses, independentemente das suas origens, crenças e mesm dos indiferentes ao fenómeno religioso. Estar com todos não é esta a aventura e a ousadia de ser cristão?
A sua missão chegou ao fim nos 33 anos que serviu esta comunidade difícil mas acolhedora de quem se sabe abrir a ela.
A sua personalidade pacificadora mas forte e empenhada causou-lhe alguns embaraços e incompreensões, pelo que, por vezes, terá sentido sozinho o "peso da Cruz" que carregava, mas encontrava sempre força nos seu rebanho.
Toda a paróquia se veio despedir, pobres e ricos, humildes e letrados, jovens e velhos, todos se associaram no momento de despedida, irmanados por um sentido de orfandade, dor, pesar e luto.
Passados 7 anos, as lágrimas secaram pois ele permanece vivo no espírito de todos aqueles que o lembram. Hoje a comunidade reúne-se e celebra uma eucaristia em acção de graças pelo pastor que deu a vida por nós até ao último momento, a celebrar a Eucaristia da manhã a exemplo de Cristo que se deu a todos no sacrifício da Cruz. Continua a acompanhar aqueles que deixou, eu assim creio