Jogo de Palavras

"No principio era o logos..."

domingo, novembro 25, 2007

Um Rei glorioso

Eis o trono do Rei dos Reis...




Com o objetivo de que os fiéis vivam estes inapreciáveis proveitos, era necessário que se propague o maximo possível o conhecimento da dignidade do Salvador, para o qual se instituiu a festividade própria e peculiar de Cristo Rei.

Desde o final do século XIX, a Igreja realizava os preparativos necessários para a instituição da festa, a qual foi finalmente designada para o último domingo do Ano Litúrgico, antes de começar o Advento.

Se Cristo Rei era honrado por todos os católicos do mundo, preveria as necessidades dos tempos presente, pondo remédio eficaz aos males que friccionam a sociedade humana, tais como a negação do Reino de Cristo; a negação do direito da Igreja baseado no direito do próprio Cristo; a impossibilidade de ensinar ao gênero humano, quer dizer, de dar leis e de dirigir os povos para conduzi-los à eterna felicidade.

Em um mundo onde prima a cultura da morte e a emergência de uma sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei anima uma doce esperança nos corações humanos, já que impulsiona à sociedade a voltar-se para Salvador. Preparar e acelerar esta volta com a ação e com a obra seria certamente dever dos católicos; mas muitos deles parecem que não têm na chamada convivência social nem o posto nem a autoridade que é indigna lhes faltem aos que levam diante de si a tocha da verdade.

Estas desvantagens possivelmente procedam da apatia e timidez dos bons, que se abstêm de lutar ou resistem fracamente; com o qual é força que os adversários da Igreja cobram maior temeridade e audácia. Mas se os fiéis todos compreendem que devem lutar com infatigável esforço sob a bandeira de Cristo Rei, então, inflamando-se no fogo do apostolado, se dedicarão a levar a Deus de novo os rebeldes e ignorantes, e trabalharão corajosos por manter incólumes os direitos do Senhor. (in ACI Digital)

terça-feira, novembro 20, 2007

Aí vem o Inverno








(tiradas por Nuno M.)

Os dias vão ficando cada vez mais pequenos com o sol a declinar para lá do oceano, à hora de uma taça de chá e um «molete» quentinho com manteiga a derreter. A noite toma o lugar do dia, as estrelas e a lua rendem sol que vai entregando timidamente a sua luz e calor nestes dias em que o frio se faz mais presente.
Cachecol, luvas e gorro, guarda chuva preparado pois aí vem o Inverno. Os cheiros do Inverno são inconfundivéis, trazidos pelo vento por vezes forte, cheiros que nunca poderei traduzir em palavras, cheiros que nao ficam gravados em imagens, cheiros que ficam em nós e nos fazem voar no tempo... Perdemo-nos...Cheiros que marcam momentos.
O frio fazia-se sentir, porém o calor humano ultrapassava tudo isso, comentários do povo, olhares entusiasmados de crianças e menos crianças e eis que com uma dança de fogo de artifício, se faz luz na praça da Avenida dos Aliados. A maior árvore de Natal da Europa brilhava aos olhos dos curiosos e das gentes do Porto.
A Árvore de Natal, uma oferta do Millennium bcp ao Porto, pesa 280 toneladas e tem uma altura de 76 metros, exactamente a mesma da Torre dos Clérigos. A Invicta é a terceira cidade onde a árvore está montada, depois de ter passado por Varsóvia e Lisboa. Serão promovidas recolha de fundos e roupa, a favor da Obra Diocesana de Promoção Social na Cidade do Porto e animação de rua. Uma roda gigante desafia quem passa pela cadeia da relação, uma pista de gelo está instalada na praça D. João I, entre outras actividades e animações. Não, não estou a fazer publicidade barata, apenas partilho pequenos momentos que vivi este fim de semana. As pernas já davam de si de andar de praça em praça, mas mais uma vez sublinho o calor humano que se fazia sentir, os olhares de crianças, aliás todos erámos crianças...





quinta-feira, novembro 01, 2007

Dias da vida...


Neste dia é celebrada a Igreja Triunfante, constituída por todos os bem-aventurados que salvaram sua alma e estão no Paraíso, na posse da visão beatífica de Deus. Os inumeráveis heróis anónimos, na sua imensa maioria esquecidos pelos demais homens e pela História, que ao longo dos tempos foram passando desta vida para a Eternidade em estado de graça, e pelos méritos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foram sendo admitidos no Paraíso todos esses, embora esquecidos na Terra, são santos e são honrados pela Igreja neste dia.


Hoje é dia de olhar e contemplar a nossa própria vida à luz da eternidade, como Bento XVI convidou ontem no final da audiência geral.

Quem são os santos (Comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap pregador da Casa Pontifícia)

Faz tempo que os cientistas enviam sinais ao cosmos em espera de respostas por parte de seres inteligentes em algum planeta perdido. A Igreja desde sempre mantém um diálogo com os habitantes de outro mundo, os santos. É o que proclamamos ao dizer: «Creio na comunhão dos santos». Ainda que existissem habitantes fora do sistema solar, a comunicação com eles seria impossível, porque entre a pergunta e a resposta passariam milhões de anos. Aqui, ao contrário, a resposta é imediata, porque existe um centro de comunicação e de encontro comum que é Cristo Ressuscitado.

Talvez também pelo momento do ano em que cai, a Solenidade de Todos os Santos tem algo especial que explica sua popularidade e as numerosas tradições ligadas a ela em alguns setores da cristandade. O motivo está no que diz João na segunda leitura. Nesta vida, «somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que seremos»; somos como o embrião no seio da mãe que anseia nascer. Os santos «nasceram» (a liturgia chama «dia do nascimento», dies natalis, no dia de sua morte); contemplá-los é contemplar nosso destino. Enquanto ao nosso redor a natureza se desnuda e caem as folhas, a festa de todos os santos nos convida a olhar para o alto; e nos recorda que não estamos destinados a ficar na terra para sempre, como as folhas.

A passagem do Evangelho é a das bem-aventuranças. Uma em particular inspirou a escolha da passagem: «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados». Os santos são aqueles que tiveram fome e sede de justiça, isto é, na linguagem bíblica, de santidade. Não se resignaram à mediocridade, não se contentaram com meias palavras.

A primeira leitura da Solenidade nos ajuda a entender quem são os santos. São «os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro». A santidade se recebe de Cristo; não é uma produção própria. No Antigo Testamento, ser santos queria dizer «estar separados» de tudo o que é impuro; na acepção cristã, quer dizer o contrário, ou seja, «estar unidos», mas a Cristo.

Os santos, isto é, os salvos, não são só os que o calendário ou o santoral enumeram. Existem os «santos desconhecidos»: que arriscaram suas vidas pelos irmãos, os mártires da justiça e da liberdade, ou do dever, os «santos leigos», como alguém os chamou. Sem saber, também suas vestes foram lavadas no sangue do Cordeiro, se viveram segundo a consciência e lhes importou o bem dos irmãos.

Surge espontaneamente uma pergunta: o que os santos fazem no paraíso? A resposta está, também aqui, na primeira leitura: os salvos adoram, deixam suas coroas ante o trono, exclamando: «Louvor, honra, bênção, ação de graças...». Realiza-se neles a verdadeira vocação humana, que é a de ser «louvor da glória de Deus» (Ef 1, 14). Seu coro é guiado por Maria, que no céu continua seu canto de louvor: «Minha alma proclama a grandeza do Senhor». É neste louvor que os santos encontram sua bem-aventurança e seu gozo: «Meu espírito se alegra em Deus». O homem é aquilo que ama e aquilo que admira. Amando e louvando a Deus, ele se une Deus, participa de sua glória e de sua própria felicidade.

Um dia, um santo, São Simeão, o Novo Teólogo, teve uma experiência mística de Deus tão forte que exclamou para si: «Se o paraíso não for mais que isso, já me basta!». Mas a voz de Cristo lhe disse: «És bem mesquinho se te contentas com isso. O gozo que experimentaste em comparação com o do paraíso é como um céu pintado no papel com relação ao verdadeiro céu».